30 setembro, 2002

Um dia esquecível
Sim, eu quero esquecer do dia 30 de setembro de 2002. Termina de uma maneira emblemática: propaganda eleitoral gratuita da Solange Amaral APROVEITANDO POLITICAMENTE o dia que trouxe medo a milhões de moradores do Grande Rio. De um cinismo atroz. Chego a pensar...bem, melhor não cogitar a hipótese disso tudo ser um movimento orquestrado pela campanha desse pessoal, ainda que eu ache que eles sejam capazes de absolutamente tudo.
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Vamos então considerar que é tudo verdade: o Narcotráfico fez isso com o Rio. Tudo bem, mas é estranho notar que a reação do Narcotráfico à ações da sociedade organizada (reclusão de Beira-Mar? Prisão de Elias Maluco?) é muito maior do que a reação da sociedade organizada às ações do Narcotráfico. Afinal, nunca a sociedade organizada mobilizou cinco municípios (incluindo o do Rio) inteiros por uma causa, como fez o Narcotráfico, impondo terror e boataria no Rio, Niterói, São Gonçalo, Nilópolis e Duque de Caxias.
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Volto de Metrô da Cidade Nova, não sem antes passar por uma rua completamente escura e mais à frente por grupos de adolescentes negros e mulatos, alguns sem camisa, todos mal-encarados, mal vestidos, um deles noto que tem uma arma na cintura. Isso ao lado do Metrô. No pequeno aparelho de som, uma música ensurdecedora, um funk. Entro no Metrô, e às 19h15 de um dia de semana a estação Central está COMPLETAMENTE VAZIA. Salto em Botafogo, mais grupos de adolescentes e jovens, todos me remetendo a alguma versão tupiniquim do clássico filme "Warriors".
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Na Praia de Botafogo, grupos de pessoas apreensivas. Fogueirinhas pelos cantos. Os ônibus, estranhamente vazios. É como se a cidade tivesse passado por uma grande tragédia, um genocídio, um ataque nuclear. Às 19h30, estou dentro do ônibus, e o cenário é o de um toque de recolher. Curioso isso. As favelas há décadas convivem com toques de recolher, enquanto todo mundo no asfalto cagava solenemente para o problema. Como disse o capitão Pimentel, o único braço da sociedade que subia o morro era a polícia. Agora, ironicamente, a favela é que manda o toque de recolher, a favela é que impõe que o melhor para o morador do Rio de Janeiro é se manter em casa, para salvar a própria vida. Esqueça o mar, a praia, a orla, a montanha, os bons programas noturnos, o negócio é ficar em casa. Toque de recolher - nem na ditadura teve igual.
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A atmosfera cada vez mais é de uma guerra civil. Se você fosse miserável, morasse em guetos, e de repente ganhasse uma arma potente e notasse que a única coisa que protege os ricos de você são policiais igualmente pobres, o que você faria? Bom, eu não sei. É difícil falar. Mas talvez também cantaria "É pra matar/é pra matar/é pra matar", como o garoto que vi na Cidade Nova, acompanhando a batida de um funk.
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Solução? Não existe. A culpa é de cada deputado, senador, vereador, prefeito, governador, presidente eleito com o voto do morador desse estado. Eles é que se omitiram completamente, deixando predominar a concentração de renda, afinal, interessa a políticos em geral - para quem eles vão se vender? Para favelados? Agora é que os caras começam a perceber que vai ficar caro todo esse tempo ganhando os tubos enquanto o empregado ganha 140 reais, esse tempo todo especulando enquanto uma cacetada de gente passa fome na fila do seguro-desemprego. Sim, essa galera vai começar a ver que não vale muito ter grana e carro do ano se na próxima esquina pode ter uma bala alojada no meio dos cornos e ir direto jogar pôquer com Lúcifer.
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A coisa é urgente. A história é feita de ações e reações, idas e retrocessos. Está na hora da ida. Já retrocedemos demais. Agora é a hora de refazer a partir dos cacos. Se é que já não passou. Os mais pessimistas diriam que sim. Os mais otimistas não diriam nada - vão estudar a situação, trancados em casa.
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Só uma coisa não é solução: votar em candidato que SE APROVEITA CINICA E VERGONHOSAMENTE de uma situação dessas. É ridículo. Política de coronel, de interior. Taí, meu primeiro não-voto vai para Solange Amaral.

27 setembro, 2002

Mau ou bom gosto?
Não vou falar sobre o que é esse blog do qual me enviaram a URL porque senão eu contaria o melhor. Mas achei a intenção de mau gosto. A idéia, porém, é coisa de um gênio do mal. Não dá para deixar de admirar. Não sei de quem é a idéia ou o blog, porque a URL me foi enviada através de um email "fake". Mas se estiverem curiosos para saber porque estou indeciso sobre se o blog é de bom ou mau gosto, cliquem em http://meninoseuvi.blogspot.com. Ou copiem a URL aí do lado e divirtam-se.

That same old song
Aquelas mesmas musiquinhas mequetrefes de rock and roll. Quem quiser ouvir, é só ir na Spin (Rua Teixeira de Melo, 21, Ipanema), a partir das 23h de hoje. É aniversário do Marlos e da Laura, prima do endiabrado Alexandre Lalas. Para quem nunca foi: partindo da Vieira Souto (a rua é logo a primeira transversal que dá mão) para dentro, terceiro ou quarto prédio à esquerda.

Telecine bem demente
Ao mesmo tempo em que leio sobre a exibição do filme "A Copa" na segunda-feira, dia 30, 21h30, no Telecine Premium, eu me pergunto, estranhando: por que o filme Cecil bem demente só passou UMA vez no Telecine, logo esse canal que reapresenta os filmes MILHARES de vezes? E olha que no dia em que passou faltou luz e eu perdi tudo da metade para o fim.

26 setembro, 2002

Dois links para diversão infinita
Dois sites para passar horas se divertindo: um é o da Sociedade da Terra Redonda, htt://www.strbrasil.com.br, destinado ao direito de ser ateu. O outro, que segundo o Chahim só pode ser sacanagem, é o http://www.daltony.com.br, uma versão polivalente-country do seu Creisson. Vale o clique.

Chamando Elvis
Acabo de receber, nesta manhã de quinta-feira, a compra que fiz no Submarino: uma promoção, na qual você compra o DVD do show Elvis 68' (espetacular) e mais o novo CD coletânea Elvis 30#1 Hits, ambos pelo preço de um DVD, 36 reais. Vi e não resisti, coloquei no cartão, mesmo estando na pendura.
A coletânea é excelente: tem as OBRIGATÓRIAS "All shook up", "Don´t be cruel", "Hound Dog", "Burning love" e a mais que obrigatória, a obra-prima "Suspicious mind". Além, é claro, das baladas "Can´t help falling in love", "Are you lonesome tonight?" e "Love me tender", todas músicas que quando o Rei cantava todas as mulheres do mundo queriam dar para ele. Não tem jeito.
Já o DVD tem o primeiro show acústico (55 minutos), muito antes da MTV popularizar o formato. São cenas que não foram ao ar no famoso especial "The NBC comeback special", que passa sempre por aqui. Elvis em um palco central, cercado por fãs bem comportadas (porém, completamente apaixonadas), e com seus músicos "da antiga", Scott Moore e DJ Fontana. O Rei debocha de si mesmo, de sua carreira anterior, o show inteiro. O mais visível é quando ele canta "Are you lonesome tonight?" e ao invés de declamar de verdade uns versos que aparecem na versão original, parte para o "embromation". "Are you lonesome...bbbrrrrrrrr......etcetcetc", canta Elvis, às gargalhadas (esta cena, porém, é no vídeo com a íntegra do show, o Elvis 68', e não nesse DVD).

Toda nudez será valorizada
Conversando noite dessas pelo telefone com o emérito filósofo, cachaça e biltre Maloca, pensamos em uma nova campanha para colocar no ar - uma campanha justa, de peso, à qual ainda não posso confirmar adesão porque preciso antes conversar com Marcele.
O mote da campanha é "Diga NÃO ao Papparazzo". Pelo seguinte: ao longo da década de 70, quando existiam no máximo a Privê e a Homem como revistas de mulher pelada no mercado (isso no mainstream), a mulher lutou contra a opressão e a censura, para poder se mostrar como veio ao mundo. Até então, o único nu frontal da História recente do Brasil tinha sido o de Norma Bengell em "Os Cafajestes", no final da década de 50 (ou início da de 60, não lembro agora).
Grandes divas da putaria nacional levantaram a bandeira de defesa do direito da mulher posar pelada. A saber: Rose di Primo, Helena Ramos, Aldine Muller, Sônia Santos, e a saudosa e já falecida Sandra Bréa. Foram mulheres que sofreram repressão em casa, da família, do Estado, da sociedade, simplesmente porque mostraram peitos e pêlos em revistinhas de sacanagem.
Pois toda essa luta pode ter sido em vão: agora, se observarmos sites como Papparrazo (Globo.com) e The Girl (Terra), veremos que a picaretagem domina o setor. Como disse o Maloca, "neguinho vai lá, dá cinco milzinho na mão de uma incauta qualquer, e se estabelece a relação: caso seja um sucesso, o dono do site fatura em page views e publicidade, a incauta faz um pré-sucesso que a levará à Playboy". O detalhe sórdido: a mulher SEMPRE poderá negociar com a Playboy dizendo "Meu nu é inédito". Claro, pois taí a grande picaretagem: as mulheres, ao contrário dessas guerreiras da década de 70, posam COMPLETAMENTE VESTIDAS. Com a desculpa de "ensaio sensual". Como diria o Gaúcho, "bullshit". Sensual uma pinóia.
Portanto, conclamo os companheiros a essa greve: não acessem o The Girl, o Papparazzo e não comprem a Vip, especialista em revistas de mulher vestida. Não podemos perder as conquistas daquelas heroínas da década de 70. É proibido proibir!

Ihh, sei não
O Grêmio tem o técnico que foi o mais badalado de 2001, o Tite. Apesar de já não estar tão em moda assim, não há dúvidas de que Tite tem a mais plena convicção do que está fazendo. O Grêmio ainda tem Rodrigo Fabri, que virou craque. Ou seja, parada dura pro Mengão hoje no Maracanã. Acho que um empatezinho já me deixaria feliz da vida. Depois das pauladas que levaram o Vasquinho e o Flu ontem...

Hora pois pois
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25 setembro, 2002

Hotmail, afogando em Spams
Abaixo, um flagrante da minha caixa de entrada no hotmail. O endereço é gustones@hotmail.com, mas vejam abaixo o porquê de eu não aguentar mais checar esse endereço eletrônico. Cinco dias apenas sem abrir, e olhem como estava - detalhe: estava vazio.
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24 setembro, 2002

O amor acaba...
É o nome do livro de crônicas do Paulo Mendes Campos jogado aqui do lado do computador. Olhei e pensei: "Mas a porra do mês continua". Pelas minhas contas, terei que sobreviver com R$ 10 por dia até o dia 2 de outubro (sem contar o arrecadado com a Mate-me, que será usado para pagar despesas com telefone, Net e cartões de crédito).
O pior não é fazer essa conta e ver que dá R$ 10. O pior é ver que a coisa está tão dura que você comenta isso com neguinho e neguinho responde: "Tudo isso?".
É, pelo jeito vai dar o que preconizou o filósofo e economista popular Francinei Lucena ao definir "recessão": "Vagabundo não vai ter dinheiro para comprar o que vai estar caro pra caralho e que mesmo assim vai estar em falta".

Eventos simultâneos
Na última edição da Mate-me por Favor, tive problemas sérios de público - sorte é que os amigos de fé estavam na parada, provando que o Bezerra da Silva tá certo: "Você vê quem é firmeza". Bom, nem tanto, muita gente que não foi para mim continua sendo firmeza. Mas me lembro de que havia um forte concorrente: um festival na Bunker. O que era? Não sei dizer. Talvez "afro-dubs-reggae-canadense-indie-batucada-lounge-bossa nova-tecno-dance-trance-triphop-bloco do ilê-monobloco", sei lá. Misturado a um monte de coisas ecléticas.
Desta vez, dois eventos vão concorrer, me ameaçando: uma festa da amiga Crib Tanaka e outra do endiabrado Luiz Hagen. Este último vai se mudar e pretende não deixar vestígios do apartamento que divide com mais três animais selvagens. Acredito que a festa dele termine com polícia. É melhor ir na minha.

Crises criativas e afins
Recebi há cerca de três semanas uma, digamos, queixa - foi mais suave que isso - de Teresa, pedindo que haja mais crônicas aqui nesse espaço. Realmente, após a saída da Alessandra para carreira solo, crônica é tudo o que não tem aparecido aqui. O que poderia se chamar de crônica não passa de mal estar. Ou será a crônica um estado parecido? A boa crônica talvez não tenha estado - seja mais do que interestadual, seja DDI puro, ou Discagem Direta para Deus, no caso do genial Paulo Mendes Campos.
Enfim, de fato, se eu já não era lá um cronista que valesse a pena, ultimamente só tenho utilizado a língua de Fernando Pessoa para o Mal. Comecei a pensar nisso, e notei uma coisa, sem trocadilhos médicos, por favor: a dor é crônica.
Do mesmo jeito que muita gente atribui a boa qualidade da MPB dos anos 70 à necessidade de se expressar diante da repressão (basta ver que nos tempos de liberdade surgem coisas como LS Jack ou letristas baianos de aê aê aê aê ô ô ô ô), talvez se possa atribuir à vida melhor a minha falta de expressão em crônicas. Antes eu dissolvia dezenas de parágrafos em desamor, martelava linhas e mais linhas de problemas de auto-estima (ainda os tenho, claro), e fazia da rejeição uma força motriz para criar. Quem acompanha este blog desde novembro de 2001 já deve ter lido várias odes a mulheres impossíveis e até mesmo inexistentes - exceção feita à série "Mulheres que um dia amamos", baseada toda em fatos reais.
Nada como uma rejeição para despertar sua vontade de escrever, desabafar, transformar os próprios demônios em texto. Ou, pior que a rejeição, a muda preferência. Sim, quando a mulher não te rejeita e nem aceita, ela apenas "prefere" outro, porque acha o outro fisicamente atraente. Não lhe diz sim, nem não. Mas diz sim ao outro. E depois divide sua dor com você. Pois é, isso acontece com a maioria dos caras que escrevem bem, aqui nesse pedaço de não sei o quê chamado Internet. Aliás, um dos mais espetaculares textos sobre rejeição que conheço é "Leila", do meu amigo Alexandre Inagaki.
Sendo assim, de fato, fica difícil para mim despertar a criatividade quando, de repente, de uma hora para outra, eu simplesmente não sinto mais nada disso - porque tenho Marcele perto de mim. Poucos são os seres humanos que conseguem amar alguém que lhes ama e ser amado por quem ama e vice-versa e etecetera. Acontece comigo, e com Marcele. É como dizia o Fukuyama - o fim da história. Seria, se tudo na minha vida com ela não fosse um eterno começo, um contar de datas, de dias, um aniversariar constante, uma promessa, uma certeza e sempre o sonho, o melhor dos sonhos.
Sim, torço para minha crise criativa passar e eu voltar a fazer crônicas. Talvez agora sobre temas mais amenos - como descrever Marcele rindo ou mesmo me sacaneando por quatro semanas serem 28 dias, e não um mês como eu volta e meia defendia. Espero que passe a crise - mas que sempre fique uma inquietude, um desassossego. Marcele gosta assim.

Cena do dia do Canal Brasil
A inspiração desta nova seção é cuspida e escarrada do blog Só o ócio constrói, autoria de Renato de Alexandrino. Com o sucesso do post "As dez melhores cenas do cinema brasileiro", logo abaixo, tornou-se necessária a criação de um espaço para publicar as várias passagens enviadas por email. Vamos à inauguração, contribuição de um jornalista de um famoso jornal popular.
Filme: Os bons tempos voltaram - Vamos gozar outra vez.
Depois de não conseguir dar pro namorado, Paulo César Grande, Carla Camuratti sai de carro com Alexandre Frotta, que come a vagabunda na praia. Aí, ela decide andar pelada pela areia. Pedro Cardoso, que estava na mala do carro, vai atrás dela para comê-la.
O diálogo: "Pô, toda a minha vida eu toquei punheta pensando em você. Era bronha atrás de bronha, atrás de bronha".
Ela: "Tarado".
E acaba comendo.

23 setembro, 2002

Rain
Um dos fins de semana mais chuvosos de todos os tempos, com certeza. Valeu para atualizar os filmes com Marcele, e ainda ver o Mengão trucidar a Galinha no Mineirão....(ajudei com uma secadinha dois posts abaixo)
Agora, é semana de Mate-me por favor (será na sexta, na SPIN). Vou me poupar fisica e financeiramente, claro, pois além de tudo é a última semana do mês e eu estou zerado. Espero nesta Mate-me por favor, que é além de aniversário da prima de um amigo, também aniversário do Marlos, poder rever muita gente boa, como o André Machado, a minha ex-sócia Alessandra Archer, o crápula Rafael Rosenhayme e outros mais sumidos ainda.

Para Marcele
If not for you
(Bob Dylan)
If not for you,
Babe, I couldn't find the door,
Couldn't even see the floor,
I'd be sad and blue,
If not for you.

If not for you,
Babe, I'd lay awake all night,
Wait for the mornin' light
To shine in through,
But it would not be new,
If not for you.

If not for you
My sky would fall,
Rain would gather too.
Without your love I'd be nowhere at all,
I'd be lost if not for you,
And you know it's true.

If not for you
My sky would fall,
Rain would gather too.
Without your love I'd be nowhere at all,
Oh! What would I do
If not for you.

If not for you,
Winter would have no spring,
Couldn't hear the robin sing,
I just wouldn't have a clue,
Anyway it wouldn't ring true,
If not for you.

22 setembro, 2002

Não tem jeito
Hoje é dia de viola no saco. Mengão encara o Atlético Mineiro no Mineirão, e para mim se perder só de 2 a 0 tá muito bom. O Galo tem sido um dos quatro melhores o tempo todo e tem um técnico, Geninho, que tem plena convicção do que está fazendo. Acho que essa não deu para o Mengo. Já era. Goleada certa. Mas pelo menos continuaremos na frente do Vasco.

A próxima Mate-me por favor
Deve ser legal. Será aniversário da prima de um amigo e também do Marlos; você quer ir? Será na SPIN (Rua Teixeira de Melo, 21, no quarteirão da praia de Ipanema, altura da praça General Osório). Sexta-feira, dia 27 de setembro, às 22h30, mais ou menos. Ingresso a R$ 5, consumação a R$ 7, e bastante gente boa, pelo que já vi das listas de convidados. Como não pedirei divulgação em jornal, dá para ser uma festa aberta e ao mesmo tempo fechada, só vai quem sabe dela...

Conversa ao pé do blog
Dos dez últimos posts deste blog, oito foram mal-humorados. Vou dar uma melhorada no clima publicando mais uma entrevista da série "Conversa ao pé do Blog".
Onze perguntas para um weblogger - André Machado
1- Por que a idéia de ter um blog?
Para tirar de minhas gavetas, de uma vez por todas, minha produção literária, que estava dormindo desde os anos 70. Foi uma libertação pessoal e me estimula a escrever mais, até hoje.
2- Para quem você contou primeiro que ele existia, e por quê?A Elis Monteiro, minha companheira de reportagem no jornal, me flagrou montando o blog. Não foi preciso contar. Mas ela seria a primeira, porque foi quem mais me incentivou a criar um blog.
3- Esse é seu nome verdadeiro? (se sim: Por que você acha melhor não revelá-lo? A internet ainda te assusta nesse ponto?)
Faço questão de usar meu nome verdadeiro em todos os meus blogs. Se você reparar, ele vem sempre junto com o título. A web não me assusta, faz parte de meu trabalho e de minha vida. O que preciso esconder ou revelar está em meus textos.
4- Qual é a audiência média de seu blog?
Juntando os dois Cadafalsos, já tenho umas 6 mil visitas desde o começo, em novembro/2001.
5- Há um tema central? Que tipo de post atrai mais comentários dos leitores?
Ficção (poesia e contos. Também já postei uma blognovela com trinta capítulos). Os minicontos têm chamado a atenção e alguns poemas me surpreendem com o feedback. Nem sempre são os que eu achava que teriam mais sucesso.
6- Há como comparar os blogs com alguma outra coisa do passado (do mesmo jeito que comparamos o email às cartas)?
Para mim, quando estou falando de alguma coisa do meu dia ou noite, é como se escrevesse uma carta pública para mim mesmo. É curioso. Isso tem bastante a ver com os meus dias de correspondência "analógica" com meus amigos mais antigos.
7- O que você mais descobre com os blogs? Pessoas que vc gostaria de conhecer ou pessoas que você não gostaria de conhecer? Por quê?
Tenho tido sorte, só conheci pessoas interessantes através do blog. Também descobri que não perdi minha capacidade criativa, como cheguei a desconfiar nos anos 90.
8- O que lhe desagrada nos blogs? Comentários anônimos? Posts diários superficiais?
Não gosto de diários íntimos cotidianos e superficiais. Também abomino comments anônimos. Nem de blogs com elementos gráficos demais e idéias de menos.
9- Hoje você JÁ COMEÇA a navegar primeiro por algum blog? Se não, qual sua página inicial?
Vou direto para meus Cadafalsos toda vez que abro o browser. Todo dia.
10 - Além do seu, cite seus blogs favoritos
Leio sempre o Blogus, a Blogueira dos Enta, o InternETC, a Tina Andrade, o Maggi, a Turista Acidental, o Chamego da Vania, Montanha-Russa, O Anjo, Sub-Rosa e SexoPuro. Tem também o Pulso Único e o Cocadaboa.
11 - Está com alguém? Se não, pensa em conhecer alguém primeiramente por seu blog?
Wal é a mulher da minha vida há 16 anos e meio, e me deu Jessica e Rebeca, minhas filhas. Como Gilda, jamais houve mulher como ela. Mas o bloguniverse me deu algumas amigas por quem me permito me apaixonar, ainda que virtualmente. Isso é a minha cara, não tem jeito. Provavelmente sou o Guardião do Cadafalso mais coração-mole da História ;-))

Gentilezas...
Vamos dizer que você seja um colunista de um grande jornal, e que sua coluna seja especializada em Gastronomia. Você indica pratos legais. Aí, um belo dia você está de folga, sem pensar em trabalho, e vai a uma casa de shows, e sem entender porquê, descobre que seu nome está na porta. Você diz "tudo bem", entra de graça - eu entraria - e relaxa. Daí a pouco descobre o motivo: um dos cozinheiros da casa colocou seu nome para, EM TROCA, pedir que você divulgue na coluna um prato feito à base de cocô de esturjão (bom, neguinho come as ovas, que é o caviar, né?). Detalhe: você freqüenta o local há meses sem que o tal cozinheiro sequer lhe pagasse um fricassé.
Eu talvez divulgasse o tal prato, sei lá. Mas não ia deixar de me espantar com a falta de senso do cozinheiro...

O mundo, um passinho à frente por favor
Olha, na boa, tá lotado. O mundo, isso mesmo, tá lotado. Pelo menos a vida em uma metrópole já não tem o mesmo prazer de uns 20 anos atrás. Ou mesmo 15 anos. Lotou um absurdo. E a gente percebe isso a cada vez que vai em qualquer lugar. Acho que o único lugar nos últimos cinco anos ao qual eu fui e não estava lotado foi a última Mate-me por favor, um fiasco total. Mentira, Flamengo x Goiás também estava vazio. Bom, fui a outros lugares vazios, mas em nenhuma vez era fim de semana.
Aí você pára e pensa, em um sábado à noite: "A Lapa está lotada, a Loud - local ao qual eu não vou - está lotada, a Casa da Matriz - idem - está lotada, o, vá lá, Hard Rock deve estar lotado, o Leblon e Ipanema devem estar lotados". Você já começa a antever os locais explodindo de gente. E pensa, "bom, como está chovendo pra cacete, e como as pessoas no sábado procuram mais as diversões mais agitadas, uma sessão à meia-noite de cinema pode estar civilizada, desde que a gente chegue uma hora e meia antes para comprar o ingresso antecipado". Na hora em que eu e Marcele saímos da escada rolante no oitavo andar do Botafogo Praia Shopping, vimos uma fila para o Cinemark que fazia círculos concêntricos na enorme praça de alimentação. E não era fila de pessoas, e sim de grupos de pessoas. Em cada pedaço, umas seis pessoas em média.
Bom, chegamos a entrar na fila, em um lugar do qual ainda não dava para ver onde era o cinema. Havia ingressos para o filme que queríamos, "Sinais", mas eu cantei a pedra pessimista antes: "Depois que a gente ficar meia hora nessa merda, vai aparecer a palavra Esgotado". Tiro e queda.
Foi mais de meia hora, e metade da qual ouvindo uma menina de seus 23 anos atrás de nós dizendo qual era sua visão de mundo. Frases como "Ah, Cidade de Deus é realidade", "A rixa que tem lá é antiga, parece que é (sic) os judeus contra um não sei quê Palestina. Hã? Autoridade Palestina, né?", "O crítico do Globo diz que a classe média vai lá chorar e depois vai tomar um chopinho, mas e daí? Sou obrigada a ficar chorando o tempo todo?"
Deixamos uma fila de umas 400 pessoas esperando para comprar o único filme ainda disponível: "Retratos de uma obsessão", com Robin Willians. Acho que nem na festa de aniversário do Robin Willians deve haver 400 pessoas esperando para ver esse filme.
Abrimos mão de ir ao cinema, já que umas 10 mil pessoas pareciam ter a mesma idéia, e fomos jantar ali perto no ótimo Zio Peperone, onde a pizza é de forno a lenha. Arrematamos com um sorvete de licor e viemos ver "Chinatown". Dormi antes que Jack Nicholson aparecesse.

21 setembro, 2002

Alcatraz não é o bar perfeito
Todo mundo já deve ter lido uma crônica do Paulo Mendes Campos na qual ele descreve o bar ideal. Entre vários detalhes que à primeira vista parecem insignificantes, o genial cronista praticamente define o bar ideal como se fosse uma espécie de prolongamento de sua própria casa. O relacionamento com os garçons e com o dono é parte fundamental da avaliação. Mas isso era em um tempo em que as pessoas bebiam profissionalmente. E em um tempo em que todos nós éramos números, sim, mas números vivos. Hoje somos apenas estatística - a parte mais fria dos números.
A música está tendo seu movimento de desumanização, que é o bate-estaca, o tecno - "Depois da música eletrônica, a voz humana não faz mais sentido para mim", é a frase-símbolo dessa ideologia. O cinema já tem, com filmes em que o uso de atores não se faz necessário - tudo na base da computação gráfica. Na literatura, escritores já escrevem livros on-line com possibilidade de pitaco dos leitores. E até no futebol o tecno-brucutu-superatleta Emerson é mais cotado para a Seleção do que o craque imperfeito-humano-problemático Romário. Enfim, vivemos em um mundinho da assepsia, pois todos nós somos imortais. Sim, ninguém morre mais. Somos estatística, ou seja, sendo estatística, somos imortais, né? Para que termos a arte que cuide de evitar que a Verdade nos destrua?
Sim, esse desabafo pseudo-intelectual todo é para expressar o meu horror em relação à vertente Bar do movimento de anti-humanização. E o maior representante desse movimento entre os bares se chama FAR UP, na Cobal do Humaitá, em Botafogo. O bar-Alcatraz, por definição.
Por que Alcatraz? Porque a única característica que é exclusiva do Far Up é: não há como escapar. Você já começa sendo registrado de uma forma constrangedora: pedem sua carteira de identidade. Maior invasão de privacidade, atentado aos direitos individuais, difícil imaginar. Registram seu nome em um computador e colocam você dentro de um cartão magnético, o qual você usará para pedir as coisas que você quer consumir. Ah, a consumação é de R$ 26 para homens e R$ 16 para mulher.
Lá dentro, o público é realmente eclético: tudo o que não presta. E a pior coisa para mim é a presença exacerbada de amadores. Não vi um profissional sequer, um sujeito que bebesse como alguém tarimbado para a coisa - a não ser na minha mesa, onde estava Luis Edmundo e João Marcello Erthal (todos nós com nossas senhoras), dois bebedores decentes.
Atrás de nós, moleques bêbados de tequila falavam gírias insuportáveis e esbarravam em mim toda hora. Um deles me pediu desculpas umas cinco vezes. Menos mal. O esquema de garçons era feito para ser impessoal: havia um garçom para anotar o pedido e o número do seu cartão magnético, e outro garçom só para trazer comida. Este NUNCA sabia qual era a mesa ao certo. Um terceiro garçom anotava mais pedidos, geralmente confundindo com o anterior. Dois chopes foram para no meu cartão - eu e Marcele não bebemos chope.
Seguranças por toda parte - como convém a um lugar onde só tem amadores bebendo. Na hora de pagar, um gorila fica ao lado, fazendo não sei o quê - provavelmente clonando meu cartão. Ao invés do cara do caixa me dar a conta e eu passar o cartão pro cara do caixa, o orangotango de gravata fica fazendo o papel de intermediário (a 30 centímetros de distância). Constrangimento igual, difícil imaginar.
Claro que eu fiz questão de reclamar dos dois chopes errados. Note bem, DOIS chopes errados. O cara do caixa, NA MINHA FRENTE, chama alguém pelo rádio (?), um garçom vem, porque é aberta uma sindicância, perguntam ao garçom, PORQUE ELES NÃO ACREDITAM NA SUA PALAVRA.
Os dois chopes - vejam bem de novo, dois chopes - foram tirados e a conta baixou de 56 reais para 48. Ou seja, menos dois chopes, menos oito reais. PQP.
Na saída, mais alguns Australopitecus e Neandertais na porta, você entrega os cartões, eles passam na maquininha, e aí dizem "obrigado". Ha. Obrigado por nada. Fico pensando: e se, por algum problema tecnológico, o cartão acusar que não está pago? Mais constrangimento? Um daqueles pitecantropus me segura? Ou vem um cro-magnon?
Não há escapada do Far-Up. É o anti-bar - para mim, nada mais humano do que o bar onde você conhece os garçons e de repente pendura sua conta, sei lá, paga com pré-datado. No Far-Up ninguém é humano, todo mundo é estatística. A síntese do Pague para entrar, reze (para não ter problema na maquinha dos cartões) para sair. O anti-lugar do caralho, da música do Wander Wildner. Se eu não estivesse muito bem acompanhado na mesa, teria ficado de péssimo humor. É um lugar onde ninguém é ninguém.
Pelo menos o garçom que atendeu a gente chorou direitinho no whisky.

Mudança na premiação
O troféu Óleo de Peroba da Semana não vai mais para Marcos, goleiro-depressivo do Palmeiras. Mudei para Marcelo Penha, vice de futebol do tricolor das Laranjeiras. Basta ler a nota abaixo, do portal Terra, onde o cara diz que "foi só um empurrão". Bom cara-de-pau....
São Paulo ? O Fluminense está com uma estratégia pronta para que Romário pegue apenas a pena mínima (multa) por agressão ao companheiro Andrei, no último domingo, na derrota para o São Paulo, no Morumbi. O Baixinho deu um tapa no zagueiro, como as imagens de televisão mostraram, mas o clube tentará provar que foi um empurrão. A idéia é fazer com que fique descaracterizado o artigo 310 (agressão a companheiros de equipe ou a adversários), que pode dar quatro jogos de gancho. Assim, Romário seria julgado apenas por atitude contrária à prática do jogo, artigo 314. Além disso, Andrei vai ao julgamento, testemunhar que não foi agredido pelo atacante. ?Vamos tentar mostrar que não houve tapa, e sim um empurrão. Romário é réu primário e tem atenuantes como brilhante atleta que é. Minha esperança é que os auditores também não queiram aparecer em cima do Romário porque ele é famoso", disse o vice-presidente de futebol, Marcelo Penha, em entrevista ao jornal O Dia.

20 setembro, 2002

O cara-de-pau da semana
O troféu Óleo de Peroba da Semana continua no futebol: vai para o goleiro Marcos, do Palmeiras, que tirou uma onda de bom moço dizendo que "o Sérgio (goleiro reserva) está em melhor fase do que eu" e pedindo para sair do time titular. Todo mundo viu que o goleiro pentacampeão está com uma defesa de merda e na verdade queria tirar logo da reta. Incrível, essa.

18 setembro, 2002

Dez cenas do Cinema Brasileiro que valem a locação do filme
Aceito mais sugestões para essa modesta lista.
1- Lima Duarte, close olhando para a câmera em "Os sete gatinhos" (o filme aparece mais vezes nesta lista...): "Eu quero saber....quem foi que andou desenhando...CARALHINHOS VOADORES na parede do banheiro!"
2- Norma Bengell e Sérgio Mamberti puxam um trenzinho de magnatas no qual aparece Jardel Filho de cuecas samba-canção. Todos, misturados a umas putas, cantam "Empurra/Empurra/Empurra a carrocinha/Empurra minha gente/Que a pipoca tá quentinha"
3- Wilson Grey (creio que é ele, não lembro direito) em "O Segredo da Múmia", está em um motel com uma mulher. De repente, a parede do quarto desaba, e surge a aterrorizante múmia. Reação do Wilson Grey: "Uma múmia? Mas que porra de motel é esse??!?!"
4- Antônio Fagundes explica para um amigo, em "Besame Mucho": "Pois é meu caro. Você tem que entender só uma coisa: coração é coração, buceta é buceta"
5- Roberto Bomfim dá um ataque de nervos em "Fulaninha". Primeiro, fica olhando fixo para a mulher dele, que frita um bife numa cozinha tosca para um amigo que passou mal de porre. Quando a mulher pergunta "que que é, heim?", Roberto responde:"Que que é é o CARALHO" e senta a mão na cara dela. Diante do aparte dos amigos, ele se vira para um e chama de "Intelectual de merda", reclamando "Eu é que sou o escroto aqui, é? Eu que faço filme de sacanagem! E você que gosta de menininha que não tem nem pentelho ainda?". E conclui para cima de outro, "vai fazer tua mulher gozar, ô gigolô de merda!"
6- Regina Casé, em "Os sete gatinhos", chega à piscina de um rico deputado representado por Maurício do Valle. O pai dela a mandou lá para se prostituir. O deputado começa a tirar a roupa dela, só que ela se irrita e sai correndo, enquanto o Mauricio do Valle mastiga a calcinha dela na boca. E ela aos berros: "ESTOU CAGANDO PARA AS TUAS IMUNIDADES! NÃO VAI ME COMEEEER! NÃO VAI ME COMEEER"
7- Em "Quem matou Lúcio Flávio?", Jece Valadão faz papel de Mariel Mariscott. Lúcio Flávio eu não lembro quem é. Mas Lúcio começa a encher o saco dentro da cadeia: "Maarieeeeeeeellll! Marieeeeeellll" um tempão. Aí Mariel levanta, berrando, "LÚCIO! VAI PRA PUTA QUE PARIU, LÚCIO".
8- A clássica: diálogo entre José Wilker e Carlos Kroeber, ambos falando sobre prevaricar, Wilker tem pruridos éticos. O filme, "Bonitinha mas ordinária". Zé Wilker se defende dizendo, "eu não vou me corromper, não sou que nem o Peixoto (personagem vivido por Milton Moraes)". A resposta de Kroeber é uma aula de sociologia: "No Brasil todo mundo é Peixoto". A cena se encerra com Wilker proferindo o clássico: "Eu sou contínuo, mas você é um filho da puta!".
9- Em "O Caso Cláudia", o repórter Carlos Eduardo Dolabela está tranqüilamente em uma cena de crime, quando entra o policial representado por Roberto Bomfim de repente. Resposta do Dolabela: "Vai dar susto na puta que o pariu!"
10- Em "Urubus e papagaios", Cláudio Corrêa e Castro é um padre que quer baixar logo o caixão de um defunto que morreu de pau duro. A cena é hilária: Cláudio Corrêa e Castro de padre, batendo forte com uma bengala enquanto grita "DESCE, CACETA DOS INFERNOS!"

Sobre um rapaz de Notting Hill
Escrevi certo o nome do local do filme? Não sei. Sei que vi, talvez no gestual dramático, semelhanças entre os personagens de Hugh Grant em "Um lugar chamado Notting Hill" e "Um grande garoto". Na verdade, parece que os dois se completam. Ambos se chamam William. E me parece que os dois se completam: onde há excesso de romantismo (o de Notting Hill), o cinismo entra como uma espécie de tábua da salvação, uma saída, uma válvula de escape. Nos comportamos de maneira cínica muitas vezes quando vemos que não há salvação para nossos fracassos amorosos. E é melhor que sejamos cínicos do que violentos, descompensados, grosseiros, intratáveis. Eu mesmo, antes de conhecer Marcele, tinha a mania de dizer que "estar sem namorada tem suas vantagens, a maior delas é que você vê o campeonato italiano na manhã de domingo". Dizia isso, mas um dia conheci Marcele e no outro reparei que eles dão preferência excessiva aos times de Milão e à Vecchia Segnora.
No William com excesso de cinismo, que é o de "About a boy", o romantismo surge de vez em quando como uma forma de humanizar um sujeito que começa o filme com orgulho das habilidades de sua cafeteira elétrica. O William de "About a boy" é um resultado de muito que aprendemos - principalmente nós, homens - entre os 14 e os 21 anos. Aliás, ontem mesmo, no trabalho, eu cheguei ao ponto de ouvir alguém falar o clássico "Para mulher você não pode ligar muito não, tem que dar uma ignorada". Bom, talvez para mim seja mais difícil por eu gostar de mulher, sei lá. Não me imagino "dando uma ignorada" em Marcele para "melhorar o relacionamento". Não me imagino fazendo algo tão idiota. Claro, campeonatos de FIFA 2000 são avisados previamente e não podem ser considerados como "ignorar".
Só que em "About a boy" o William do individualismo cai por terra ao longo do filme, e ele exibe uma preocupação com o próximo que até soa artificial - mas tudo bem, vale a intenção. Em "Notting Hill", esse William do individualismo "dispensa" a atriz Anna Scott (Julia Roberts) em um gesto extremamente infantil - tão infantil quanto às vezes o é Willian de "About a boy".
Os dois se encontram em finais semelhantes: tanto em "About a boy" quanto em "Notting Hill", William (Hugh Grant) não só não termina sozinho como ainda aparece mais gente que o programado. Os dois filmes são bacanas. Vale a pena dar uma olhada. Agora, sem dúvida, descobri algo mais britânico que o Big Ben ou o chá das cinco: o sotaque de Grant. Ininteligível.

Eventos de fotógrafos
Eu sempre procuro me manter a mesma pessoa quando estou namorando. Com Marcele, não poderia ser diferente. Afinal, seja lá o que ela tenha gostado em mim (...), é bom que eu não mexa muito, senão pode cair alguma peça fundamental da estrutura. Faço apenas as mudanças básicas, do tipo comer menos, manguaçar um pouco menos, passar a pedir carona para dois em dia de Maracanã e ler menos livros de Charles Bukowski (Bukowski é o melhor escritor para fossa de todos os tempos).
E tem um outro tipo de evento que muda o enfoque quando a gente está namorando: a projeção de fotógrafo. Meu amigo Antônio Lacerda, fotógrafo do Jornal do Brasil, me chama para projeção nesta terça. É o tipo de evento que, sinceramente, não conheço homem que não vá com o mesmo objetivo: arrumar mulézinha. Sendo assim, eu, que já tenho a minha, teria que ir com o mais funesto dos objetivos: ver as fotos do Lacerda.
Bom, mas como o cara além de tudo é dos mais maneiros que eu conheço, devo ir nessa. Acho que Marcele vai gostar, ela anda investindo nesses lances de fotografia. Abaixo, o serviço da parada, para quem interessar (reparem na capacidade de auto-análise do Lacerda):
Irei projetar na próxima terça-feira em Santa Tereza, junto com a Márcia Foletto e o David Santos Junior. Convido a todos para aparecerem lá e aplaudirem de pé a excelente qualidade de luz, foco, enquadramento e flagrantes que esse modesto fotógrafo vos escreve.
Local: Centro cultural Laurina Santos Lobo - Sta. tereza - Rua Monte Alegre, 306.
Data: 24/09/2002
Horário: 20h00 às 22h00
Preço: Grátis.
Depois da projeção: Cervejada.

17 setembro, 2002

I´ll be back
Tenho sido vítima de achaques e gozações no que tange à sinuca, esporte que eu domino com maestria e no qual tenho fama de triturar os adversários. Dois acidentes de percurso na semana passada, o primeiro no qual sofri uma derrota inesperada por um placar maior para o sr. Rodrigo, o segundo no qual Sérgio Maggi venceu a terceira melhor de cinco da tarde (cada um tinha vencido uma) por 3 a 0, isso devido a um pequeno descontrole emocional que tive após suicidar a bola branca umas três vezes.
Mas aviso a eles: isso é coisa de momento. Noites mal dormidas, preocupações financeiras (como sabem, a última Mate-me por favor foi um fracasso, um fiasco), saúde ligeiramente instável com rinites alérgicas, excesso de trabalho, necessidade de férias, tudo isso abalou meu condicionamento físico, necessário para dar voltas e mais voltas em torno da mesa enquanto esmigalho meus adversários.
Mas aviso: alegria de pobre dura pouco. Com toda arrogância, prometo em breve voltar à velha forma e novamente vencer sem dar chances. Me aguardem.

Mais uma de SP
Meu excesso de amigos paulistas volta e meia é alvo de críticas de amigos cariocas xiitas. E muitas vezes eu sou injustamente acusado de ter sotaque paulista (meus amigos de SP gargalham quando ouvem isso). Mas a verdade é que eles estão sempre aprontanto coisa boa. Depois do blog excelente do Inagaki, é a vez da amiga Michele Chaluppe inaugurar um web log com seu amigo André Amaral (inspirados na antiga parceria Gustavo & Alessandra). Já faz parte da minha ronda diária. Excelentes comentários e muito boa entrevista com ninguém menos que o cartunista Laerte, amigo de Michele. Garantia: textos bem cuidados, bem ao estilo de Miss Chaluppe, que tem um interesse gigantesco por leitura. Vale a olhada no http://www.notastoscas.blogspot.com/.

16 setembro, 2002

Perguntinha
Depois dessas porradas todas, será que Romário continua indo a uma certa festa às sextas em uma certa casa em Botafogo (como chegou a ser divulgado)....? Sei não, acho que ele anda preferindo a filial....

Mau humor
Romário deve andar sem receber há muitos anos, mas muitos anos mesmo...Ontem, o programa Terceiro Tempo, apresentado por Milton Neves, mostrou mais dois momentos do excepcional atacante. Não, nenhum deles era a agressão em Andrei - que alguém do Globo insiste em chamar de tapa, apesar de eu não entender tapa com as duas mãos, no rosto e que joga o cara para trás. Aliás, o jornal dá nota 1 para o Romário, que perdeu três chances e agrediu um companheiro e nota 0 para o César, que foi expulso. Pô, o que César fez de tão pior que Romário?
Um dos momentos mostrados pelo programa é nas Laranjeiras. O Baixinho treinando, gritando tantos palavrões para a arquibancada que só rola "piiiiiiii" o tempo todo. Até que o torcedor desce, chama para a porrada, vem a turma do deixa-disso, inclusive o Renato Gaúcho gritando ainda mais palavrões. Cessa o tumulto. Tensão nas Laranjeiras.
O outro momento: entrevista após a chinelada que o Flu levou do São Paulo (6 a 0), ele, sem nenhuma razão, perdendo a compostura com um repórter. "Eu estou falando claramente, amigo, você é surdo? Não viu nada? É cego?".
Bom, para mim que não torço pela camisa laranja e já tendo assistido meu time golear esses pernas-de-pau por 5 a 2, está tudo muito bem. Queria entender mesmo é o prazer que sente o tricolor ao ver Romário fazer o que quiser dentro do clube, dentro do campo, agredir companheiro de clube, xingar e chamar torcedor pra porrada, agredir verbalmente jornalista, cagar e andar pro mundo. Ah, e ia me esquecendo: participar de duas chineladas, uma de 5 a 2 e outra de 6 a 0.
Acho que os tricolores devem estar mais mal-humorados que Romário...

Mais um blog rubro-negro
O advogado Maurício Neves, de Santa Catarina, também colunista de esportes, criou mais um web log que honra as cores rubro-negras. O endereço é http://mau.malukices.com.

15 setembro, 2002

Porque me ufano de meu país
Eu não me ufano no momento, mas alguém deve estar colocando a bandeira brasileira na janela. Afinal, Barrichello ganhou o GP de Monza e Galvão se comporta como se ele tivesse ganho de verdade, valendo o campeonato, e não como "café com leite" (nítido que a Ferrari armou para ele ganhar e disputar o vice). O que uma TV não faz para salvar a audiência de uma modalidade esportiva que perdeu completamente o atrativo...
P.S. - E acrescenta, na hora do pódio: "as manhãs de domingo voltam a ser felizes"....Tudo isso com o placar geral do campeonato na parte inferior da tela: Schumacher, 128 pontos, Barrichello, 61. Dããã. Eu que-ro co-mê me-lão!

14 setembro, 2002

Só para acrescentar
Em acréscimo ao raciocínio (?) desenvolvido no post "Quem vai botar o guizo no pescoço do gato?" (logo abaixo), transcrevo aqui post do camarada Rafael Rosenhayme. Prestem bem atenção na localização da polícia no relato:
Setembro 4, 2002
00:11 .. Depois do ICQ, grana e celular
Falando em violência, depois de ter sido usurpado virtualmente, na última semana tive o desprazer de se assaltado em um sinal fechado do Rio de Janeiro. Era pouco mais 20:30h quando estava voltando para casa. Como tinha um trabalho em grupo para fazer, saí cheio de livros de casa e resolvi usar o carro ao invés do ônibus de todo dia. Estava no Largo do Machado, no bairro das Laranjeiras, quando um moleque de seus 17 anos bateu em meu vidro pedindo para eu abaixar. Como não me deixo vencer pela paranóia, achei que fosse apenas mais um pedinte e disse que estava duro, que não tinha nada. Nisso o meliante mudou o tom de voz e disse "abixa logo esta merda antes que meu amigo comece a te pipocar". Olhei para o lado do carona e lá estava um pirralho de uns 13 anos no máximo, que levantou a camisa me mostrou um revólver que trazia na cintura. Aí tudo mudou de figura. Acabei entregando as quase 40 pratas que tinha na carteira. Não contente, o safado ainda me pediu o celular. Fingi que não encontrava o aparelho na esperança de que o sinal abrisse, mas foi em vão. Tive que entregar o malidto celular também. O pior de tudo é que, pelo retrovisor do carro, podia avistar as luzes de um carro da polícia que estava estacionado a não mias de 50m do local. Quando você está falando ao telefone enquanto dirige aparecem vários destes malandros querendo levar algum. Proteger os cidadãos de assaltos, nem pensar.

Boa da noite
Vou ficar em casa, sem gastar dinheiro, e assistindo a Entrando numa fria, no Telecine 1, 21h30. Sempre bom rever essa comédia espetacular. Vou até gravar, pois de repente Marcele não viu. Para quem viu: classifico a cena da urna funerária quebrando como uma das dez cenas em que eu mais ri em toda a minha vida.
As dez mais
1- Cena do banheiro em "Um convidado bem trapalhão", de Peter Sellers
2- Cena da urna funerária quebrando em "Entrando numa fria"
3- Cena do carro caindo em "Curtindo a vida adoidado"
4- Cena do diálogo entre Matt Dillon e Cameron Diaz em "Quem vai ficar com Mary" (conversam sobre excepcionais)
5- Cena do Inspetor Closeau (Peter Sellers) tocando fogo sem querer em uma lata de lixo em "A Pantera cor-de-rosa"
6- Cena da Regina Casé e do Maurício do Valle em "Os Sete Gatinhos", ela gritando "Estou cagando para as suas imunidades, não vai me comeeerr"
7- Cena dos dois exames diferentes para motorista em "Sem licença para dirigir". A garota faz um teste moleza e o moleque encara um negão com um copo de café pelando. Contando não vale.
8- Cena de um dos "Corra que a polícia vem aí", inspetor Frank Drebin vai ao banheiro com microfone na lapela ligado. No cinema, é irresistível.
9- Cena do trem passando na maquete em "Top Secret"
10- Toda e qualquer cena do cinema brasileiro em que o palavrão é usado de forma absolutamente gratuita. Aliás, em breve vamos agitar uma lista das melhores cenas do cinema brasileiro para fins de publicação on-line.
Bom, essas 10 foram as que eu lembrei. Mais tarde, vendo o filme, lembro outras.

Preconceitos que ajudam
Preconceitos de cor, nível social ou religião são idiotas. Não ajudam em nada, na minha opinião. O cara que tem preconceito contra negros não só não está a salvo de um branco psicopata (existem milhares deles por aí) como também pode perder grandes amizades entre os negros; preconceitos contra pessoas com menor poder aquisitivo não livram o usuário de posar ao lado de algum ladrão de colarinho branco. E religiosos então, mais imbecis ainda. Eu tenho preconceito contra qualquer candidato pentecostal ou evangélico, não voto em nenhum, mas não acho isso um preconceito religioso porque não considero religião aquela enorme terapia de grupo - e sim um grande "rachucha" contra Satanás. Preconceitos religiosos de verdade podem no máximo impedir que você tenha grandes amigos judeus ou mesmo deixe de ganhar hospedagem em comunidades amish caso você esteja fugindo de assassinos profissionais.
Fica assim então: vamos estabelecer os preconceitos que realmente importam, os preconceitos comportamentais. Não, nada de ter preconceito contra orientação sexual do cidadão. Nada disso. Ouvindo hoje o excelente CD "Ray Charles Live", pensei: "Alguém que não gosta de Ray Charles não pode ser uma boa pessoa". Claro, nem todo mundo que gosta do Ray é gente boa, mas se o cidadão não gosta, o que esperar dele? O que esperar de alguém que não gosta de Ray cantando "Yes indeed"?
Outro bom preconceito: evitar pessoas que não gostam de Neil Young. Não faz sentido andar com alguém assim. Aliás, cunhei o preconceito outro dia contra um só cara, que soltou a frase "Depois da música eletrônica, a voz humana para mim não tem mais nenhum sentido". O cara é jornalista. Bom, se o cara diz uma coisa dessas, ele provavelmente não gosta de Marvin Gaye, Otis Redding, Sam Cooke e Ray Charles. Logo, a presença dele ao meu lado é nociva.
Eu sempre achei que quem não gosta de Beatles tem menos chances de ser uma pessoa confiável. Bom, conheci algumas exceções, uns três ou quatro amigos, que são gente boa e não gostam de Beatles. Mas são 10% aproveitáveis de um contingente. A regra está valendo.
Filtrar as amizades com base nessas prerrogativas pode ir se tornando restritivo. Claro, não vou separar entre meus amigos apenas aqueles que têm o First Set dos Allman Brothers, mas há pré-requisitos que podem ser utilizados sem susto. Assim como achamos comum que evitemos sujeitos vestidos de árabe com uma cimitarra na mão fora da época de Carnaval. Sacaram? É uma forma de usar pré-conceitos que garantem bem estar e sobrevivência. E isso pode ser usado silenciosamente, sem patrulha ideológica, sem encher o saco de ninguém. Live and let die.
Bom, pensando bem, os caras podem até não gostar de Beatles, mas se disserem que não gostam do Abbey Road, vou começar a rever meus conceitos de amizade.

Quem vai botar o guizo no pescoço do gato?
A piada é clássica: o gato começa a vencer a batalha contra os ratos, até que estes se reúnem e decidem que a solução é alguma forma do gato fazer barulho ao se aproximar, e assim dar tempo dos ratinhos darem no pé. A proposta é aprovada por unanimidade, e pela mesma unanimidade os ratos concordam que o melhor é colocar um guizo no pescoço do bichano. O plano emperra, porém, na hora em que um pergunta quem iria cumprir a perigosíssima tarefa.
Estas coisas me vêm à cabeça agora, quando termina um semana em que ficou totalmente provado que a bandidagem faz absolutamente qualquer coisa no Rio de Janeiro. Há pelo menos dez anos ouço falar em Viva Rio, em Rio Contra o Crime, em ONGs pela paz, em passeata, em desfile. Há pelo menos 20 anos ouço alertas sobre a criminalidade crescente.
Algo melhorou? Nada. Os bandidos estão cada vez mais ousados (este ano, quatro unidades militares já foram invadidas por eles), as armas cada vez mais pesadas, a fragilidade das instituições cada vez maior. Afinal, na guerra entre o secretário de Segurança meio gago e o sorridente e confiante Beira-Mar, quem vocês acham que ganha?
O problema desta guerra mesmo é o seguinte: quem vai colocar o guizo no gato, ou seja, pegar nas armas para dar um jeito? Bom, aviso logo, eu não vou. E quem quiser pegar um fuzil ou rifle e ir de madrugada lá pro Complexo do Alemão, levanta a mão. Ninguém? Pois é: estamos pagando mal uma polícia que quer ir cada vez menos. A sociedade se une para cobrar providências e criticar o estado de abandono. Mas ninguém se une para evitar as causas: de um lado, distribuição de renda absurda, de outro, aparelho policial completamente despreparado. Ninguém em condições de colocar o guizo sequer em um hamster.
A verdade é que o lado de lá não tem organização ou apoio judicial, mas tem melhores salários e melhores equipamentos. O lado de cá segue mal pago, com riscos diários de vida, e levando lenha da sociedade (na maior parte das vezes, justa lenha) de todos os lados.
E o lado de lá está ganhando cada vez mais uma outra coisa: motivação. A falta de dinheiro, a distribuição injusta da renda, a falta total de perspectivas, tudo isso vai compelindo o cara ao aqui e agora - ele sabe que a vida dele é ali, e naquele lugar, e ele sabe, pelo exemplo dos pais, que se ele não se mexer, vai chegar ao fim da vida na fila do INSS. O que será que vale mais na cabeça desses garotos que cresceram vendo o morro ter um herói: trabalhar por 151 reais ao mês levando esporro de patrões escrotos e clientes babacas ou ficar no tráfico com 300 por semana e o prestígio junto às menininhas do morro?
Ah, mas e a cadeia?, dirão alguns. Esses moleques não contam com essa possibilidade. Para eles é matar ou morrer.
Agora, pegue-se tudo isso e imagine o que o sorriso do Beira-Mar vitorioso pode fazer na cabeça desses moleques. Se alguém acreditava na múmia de Lênin e no efeito das execuções públicas francesas - como forma de propaganda política - o que não fará esse sorriso do Beira-Mar? É quase como um sorriso de vingança: "Ei, seus fihas das putas, vocês exploraram meus pais, fuderam o país, concentraram a renda, entregaram tudo, aumentaram o desemprego, só que agora vocês vão ficar com o rabo na mão, porque o bicho vai pegar em toda a cidade". Sim, parece ser isso o que diz o sorriso do Beira-Mar.
Ah, mas estamos todos tranqüilos: a PM, que é muito bem paga, muito bem preparada e equipada, vai cuidar deles para a gente. Não é mesmo? Sim, é obrigação deles, eles são pagos para serem PMs, se sujeitaram a isso. Não é mesmo?
Bom, se todos nós já chutamos o balde uma vez na vida, já fomos para casa mais cedo sem autorização, se já demos as costas pro chefe, se já adiamos um prazo de entrega, imagine o que não pode fazer um PM. Imaginou?
Não, eu não vou lá botar o guizo no pescoço do gato. Afinal, ele está sorrindo. E parece com fome.

Tarde de sábado
É sempre um período de tempo especial. Mesmo para alguém na minha situação: sem dinheiro (setembro está longo demais), sem namorada (ela vai a compromissos familiares), sem saúde momentaneamente (a rinite voltou e meu nariz parece um gêiser).
A alternativa: uma tarde com os CDs "The rise and fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars" (David Bowie), "Zuma" e "Everybody knows this is nowhere" (excelentes, do Neil Young) e "Calling card", (do meu ídolo, o falecido guitarrista irlandês Rory Gallagher).
Não está tão mal assim, essa minha tarde de sábado.

There´s a starman, waiting in the sky
Recebi este link aqui, ó (pode clicar, que nova janela se abrirá):http://www.fourmilab.ch/cgi-bin/uncgi/Earth?imgsize=1024&opt=-l&lat=350.45. A proposta é ver a Terra de um satélite. Alucinante. Junto com o link, veio o texto abaixo:
Quer ver a Terra? Clique no link acima e vc poderá ver a terra a partir de um satélite. No caso, temos uma visão em tempo real. De noite pode-se ver as luzes, o sol nascendo, etc. Sugiro deixar o navegador aberto na imagem e de tempos em tempos clicar em "Atualizar". Obs: Você pode clicar em qualquer lugar do globo que ele coloca este ponto como centro do ponto de vista.

13 setembro, 2002

O cara de pau da semana
O troféu Óleo de Peroba vai para Hector Cúper, treinador da Internazionale de Milão, pelo que declarou na nota abaixo:
São Paulo ? O técnico da Inter de Milão, Hector Cúper, afirmou que ajudou o atacante Ronaldo na conquista do pentacampeonato mundial. ?Ele venceu graças a mim. Fui eu quem o convenceu a jogar a Copa e ganhar o título. Uma pequena ajuda, mas foi dada?, disse o argentino ao jornal La Gazzeta dello Sport.
Cúper voltou a afirmar que foi usado na transferência do brasileiro para o Real Madrid. ?Os representantes do Ronaldo me utilizaram para justificar a saída dele do clube. Eles inventaram a história de mau relacionamento."

É de lascar. O que todo mundo sabe é que a gang da Inter insistia em adiar a volta do Fenômeno e que Cúper o colocou em campo na derrota para o Lazio por 4 a 2 (último e decisivo jogo do campeonato italiano) e escrotamente o tirou de campo aos 36 minutos do segundo tempo. Nessa hora, nem Cristo, se entrasse, iria salvar a Inter, mas Cuper, ao fazer isso, jogou a torcida contra Ronaldo. Vai para ele o troféu Óleo de Peroba da semana. Semana que vem tem mais.

12 setembro, 2002

Utilidade pública
A gente nunca sabe quando vai precisar. Meu amigo Maloca precisou recentemente. Eu precisei em 1999. E pelo menos uma vez por ano, quase todo jornalista precisa. Estou me referindo a esse link aqui ó: http://www.infomoney.com.br/SuasFinancas/Calculadoras/viewcalc.asp?op=27. Qual a informação? Calcular quanto você vai receber se for demitido. É muito boa a tabelinha, vale a pena dar uma olhada - e lutar pelos seus direitos!
Aliás, vou pedir a Marcele que coloque esse link fixo na tabela lateral, embaixo dos links musicais. Como eu já disse, nunca se sabe quando a gente vai precisar.

De repente, não mais que de repente...
Sim, temos uma nova template, assim de repente, sem o nome da Alessandra no título, sem o nome dela nos contatos. Quem entendeu, entendeu certo: Alessandra Archer está começando sua carreira solo, no blog The Archer, que passa a fazer parte da minha ronda diária e conta com um banner especial, preparado por Marcele. Por que? Ah, porque ela merece ter o seu próprio espaço sem que fiquem atacando o time dela, porque Alessandra vai render muito mais assim, porque apesar de ela ter gostado muito das mudanças neste web log aqui, ela tem direito a querer uma template só dela. Mas já adianto que fiz o papel de intermediário e a mesma "webmaster" responsável pelas mudanças daqui deve dar uma assessoria - se Alessandra concordar, claro - no The Archer. O banner já está aqui na tabela lateral. Boa sorte à Arqueira...

11 setembro, 2002

Ciro, mais grosso impossível
Ciro Gomes, deu para perceber, é um bobão. Sim, tenho que usar esse adjetivo, para não usar simplesmente "babaca". Todos sabemos que o bom babaca é aquele que nunca deixa passar um número 24 (sacaneia até aniversariante com essa idade), é o que sempre vira pro cara da cabeceira da mesa e fala "quem senta na cabeceira é quem paga ehhhehehe" e certamente usa até hoje a brincadeira de colocar o dedo abaixo do rosto da pessoa perguntando "o que é isso?" subindo repentinamente o mesmo quando ela vai olhar.
Mas essa do Ciro para exemplificar a contextualização de suas próprias frases infelizes é demais. Li no Globo desta quarta-feira. A colunista Tereza Cruvinel, ao querer anunciar outro entrevistador, começa a dizer, "bom, agora, permita-me introduzir..."
Ciro, "esperto" como ele só, interrompe: "Tá vendo? Imagine só isso fora do contexto... "permita-me introduzir"....
Só faltou o hehehe. Mas aí a jornalista fica meio puta da vida - e com razão - e resolve abrir ainda mais a guarda (ela certamente não tem experiência no trato com babacas):
- Eu lido muito bem com a língua, candidato...
Para quê...Ciro quase ejaculou. "Eu lido muito bem com a língua...corta e põe isso na televisão!".
Bom, se Ciro for eleito, espero que ele só apareça na TV depois das dez da noite, que é hora das crianças dormirem...

O mundo do blues
As negociações já começaram, e os preços parece que variam de R$ 40 a R$ 120. Me refiro ao show do Buddy Guy, excelente guitarrista que veio ano passado (ou retrasado? não lembro) ao Brasil e volta ao palco do ATL. O show é dia 20, cai na sexta-feira, merece ser visto. Apesar do cara dar um show meio "pop" - melhor dizendo: "farofa" - vale a pena ver um guitarrista de primeira linha. E um dia estarei lá em Chicago, para ver o homem tocar em seu próprio bar. Aí deve ser sensacional.

Gosto duvidoso
O pessoal parece esquecer que no dia 11 de setembro de 2001 aconteceu uma tragédia, com milhares de mortos, perdas, sofrimento, etc. Um ano depois, e rola um clima de comemoração - ou de declarações ainda mais estapafúrdias, como a do auxiliar-técnico do Fluminense, Ricardo Rocha (por sinal um cara gente boa, bom entrevistado), que faz aniversário no mesmo dia que o do atentado:
"Os caras podiam ter derrubado os aviões um dia depois, né?" - lamentou. Bom, de repente o mais certo era o cara dizer que era melhor não ter acontecido...Mas tá valendo.

10 setembro, 2002

Notas de terça-feira
É sem dúvida o pior dia da semana. Nada se define em uma terça-feira. Sempre se faz planos na quarta que se confirmam na quinta e às vezes se faz na sexta. A segunda pelo menos é depressão, mas a terça vem a ser somente o "day after" da segunda-feira. É um dia perdido. Sequer tem rodada do Brasileiro no meio de semana - isso dispensa qualquer explicação a mais.
***
Não fui no aniversário do grande Bernardo Pires porque tive que tomar um porre para "comemorar" a demissão do Marlos. É questão de marcar posição. Afinal, o cara foi cortado em mais um dos seiscentos passaralhos que assolam o tal portal de internet que parece ser administrado por loucos. Bom, se alguém souber de uma vaga por aí para jornalista que faz de tudo, podem chamar o cara - sabe economia, cidade, cultura, etc
***
O site Sportal.it traz uma área especial que é capaz de melhorar qualquer terça-feira magra. Trata-se de uma coletânea de fotos picantes de tenistas como Kournikova, Hingis e Schett. Vale a pena clicar no link aí ó: >http://www1.sportal.it/pagine/pag912542.html. E navegar à vontade.



09 setembro, 2002

Fama
Eu ia falar sobre o Fluminense, mas achei melhor ficar quieta, como tenho feito ultimamente, para não ter que usar palavras de baixo nível para qualificar o time, tais como "merda", "filhos da puta" e similares, até porque eu prefiro usá-las para falar de um outro time pelo qual sinto uma certa implicância. Vou falar mesmo sobre as coisas que acontecem com a minha irmã, Adriana. Ela é dessas pessoas que sempre estão nos lugares certos nas horas certas ou o contrário, o fato é que ela sempre tem uma história pra contar. A última foi que virou uma espécie de personagem de Big Brother de condomínio.
Como todo mundo sabe, virou mania nos condomínios desta cidade instalarem câmeras nas portarias e em outros lugares do prédio, mas, principalmente, nos elevadores. Pois Adriana ficou presa com o marido durante meia hora dentro do elevador do prédio onde mora minha mãe. Até aí, normal. Quer dizer, "essas coisas acontecem" (parênteses: essa frase me lembra minha mãe, uma vez tentando consolar uma senhora conhecida que ficara viúva, soltou esta pérola no enterro "é, essas coisas acontecem..."). No dia seguinte, um ti-ti-ti sobre elevador na portaria, "ih, olha a moça que ficou presa". Sim, estavam falando dela. Os desocupados de plantão, com tantos canais na Net, na Direct TV, às 14h30 da tarde, para ficar só com as opções televisivas de coisas a ver, ficaram assistindo o canal interno do edifício que mostrava ininterruptamente minha irmã e meu cunhado conversando, tirando melecas, sentando no chão, tentando usar o celular, olhando-se no espelho, xingando ou sei lá fazendo o quê. Nem minha mãe, muito menos minha sobrinha, lembraram-se de assistir a este "programa" tão instrutivo com personagens tão importantes pra elas, por isso foi uma grande surpresa para Adriana descobrir que era assunto dos fofoqueiros de plantão na portaria do prédio, logo no dia seguinte. Por essas e por outras é que eu moro num prédio sem elevador e sem porteiro. Eu hein. E viva o tricolor.


08 setembro, 2002

Mate-me por favor: um doce e retumbante fracasso
Me senti como diretor desconhecido estreando remontagem de peça famosa. Os atores acabam olhando para um ponto só da platéia, pois é onde estão sentadas duas velhinhas - que sequer vierem da van - que não estão entendendo absolutamente porra nenhuma. Assim foi a Mate-me por favor, um fracasso maior do que jogo entre times já desclassificados da fase final. O pior de tudo: eu achei engraçado...
Dizer que não foi ninguém seria sacanagem com algumas pessoas: minhas amigas Carolina Benevides, Ana Luisa Nascimento Silva, Eleonora Alves e Marina Boechat (as duas primeiras solteiras, as duas segundas "a cotê un valet"). Puxa, que sobrenomes mais "coluna social". Outra presença com a qual eu não contava e me surpreendeu agradavelmente foi do amigo Kurt Antunes Coimbra, também devidamente acompanhado. Do jornal, ainda foram Silvia e Marcão, que não são casal mas dançavam como um. Calma, eu não toquei música lenta, só quis dizer que ambos estavam bem entrosados na dança.
Enfim, ao todo foram umas 35 pessoas (40, se incluir uns cinco desconhecidos) - em diferentes horários - incluindo as que eu já esperava e contava: Sérgio Maggi, Maloca, o casal Vi-Zi, a minha namorada e a irmã, esta acompanhada. Frase engraçadíssima de Edmundo: "Tava uma merda? Ué, eu achei a melhor festa da minha vida: estava com minha mulher, meus amigos, bebendo, colocando as músicas que eu queria...". Maloca talvez não lembre, mas disse: "Isso aqui é minha casa, é a gente ouvindo música mas sem o filha da puta do síndico para descer reclamando e torrando meu saco".
Fechamos a noite com uma seqüencia de músicas do Sidney Magal, depois ouvimos os hinos, pasmem, de Vasco e Flamengo. Com Edmundo se divertindo tanto, fiz questão de homenageá-lo, a ele e a minha cunhada, que foi para lá e acabou dividindo a função de "door" com Marcele. Sim, isso mesmo, nem o porteiro que eu contratei foi na Mate-me por favor da sexta passada...
No final, a conta pareceu coisa do filme Blues Brothers, quando os caras vão tocar em um lugar mas acabam bebendo mais do que o cachê: seis meninas (não sei quem foi) saíram sem pagar, oito pessoas entraram e saíram rapidinho sem consumir nada (portanto sem entrada), um total de 14 pessoas pagaram entrada: ou seja, 70 reais. Aí, mandei somar o meu consumo de birita com as cartelas de Marcele, Gabriele (minha cunhada) e Victor. Deu 40 reais. "Então me dá trinta aí e tá tudo certo", eu disse para a caixa da Spin. Recebi os trinta. Eu e Marcele fomos ao Cervantes, comemos um sanduíche cada um, eu tomei um chope. Arredondando, com dez por cento, nossa parte deu 20 reais. Paguei. E saí, feliz, da noite, com a módica quantia de dez reais no bolso, procurando não lembrar que eu tinha gasto 12 de táxi até a Spin....
O mais engraçado é poder notar, sem demagogia barata, que no fundo é verdade quando os filmes de Frank Capra dizem que amigos valem mais do que dinheiro: eu ali, final de noite, sabendo que estarei falido durante o mês, mas de uma hora para outra eu me peguei feliz como pinto no lixo (royalties para Jorge Perlingeiro): estava ali, eu, minha mulher, meus amigos, colocando a música que eu queria...
Bom, dia 27 de setembro tem mais - espero, com dois aniversários (um já está fechado). Obrigado a quem foi e a quem divulgou no jornal "O Dia"...

06 setembro, 2002

Cultura inútil
Mais um email recebido nesta tarde de sexta-feira...
Leis estranhas
*No Líbano, os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, mas tem que ser fêmeas. Relações sexuais com machos são punidas com a morte.
*No Bahrain, um médico pode legalmente examinar a genitália feminina, mas ele é proibido de olhar diretamente para ela durante o exame. Ele pode apenas olhar através de um espelho.
*Os muçulmanos não podem olhar os genitais de um cadáver. Isto também se aplica aos funcionários da funerária.Os órgãos sexuais do  defunto  devem  estar sempre cobertos por um tijolo ou por um pedaço de madeira.(um tijolo?) 
*A penalidade para a masturbação na Indonésia é a decapitação...  (qual das cabeças?) 
*Há homens em Guam cujo emprego em tempo integral é viajar pelo país  e deflorar virgens, que os pagam pelo privilégio de ter sexo pela primeira  vez. Razão: pelas leis de Guam, é proibido virgens se casarem. (pense um pouco:  há algum trabalho no mundo que se aproxime disso?)
*Em Hong Kong, uma mulher traída pode legalmente matar seu marido adúltero, mas deve fazê-lo apenas com suas mãos. Em contrapartida, a amante do marido pode ser morta de qualquer outra maneira.
*Em Cali, na Colômbia, uma mulher só pode ter relações com seu marido, e a  primeira vez que isso ocorre, sua mãe deve estar no quarto para testemunhar o ato. (faz qualquer um tremer só de pensar)
*Em Santa Cruz, na Bolívia, é ilegal um homem ter relações com uma  mulher e a filha dela ao mesmo tempo. (suponho que devam ter tido um caso e tanto para justificar ter uma lei específica) 
*Em Maryland preservativos podem ser vendidos em maquinas somente "em lugares onde são vendidas bebidas alcoólicas para consumo no local".(este não é um ótimo país? Não tanto quanto Guam, é claro!!)

*Aliás, por falar nisso, alguém aí sabe onde fica Guam???

Programa de segunda-feira
Eu e Marcele iremos lá (ainda que eu não tenha consultado ela ainda) com certeza:
LST Selectors em ação
Segunda, na Maldita (Casa da Matriz), é dia de mais uma das raras aparições do LST Selectors, renomado time de DJs que tem o singelo lema de "só músicas batidas", e a filosofia de pôr as tchutchucas pra dançar. Vejo vocês lá.
Renato de Alexandrino escreveu lah pelas 11:15 AM

Bom, estarei lá porque sou fanático por músicas batidas. Nada como "Back on the chain gang", dos Pretenders! E além de tudo é aniversário desse que é um dos caras mais nota 10 que têm por aí: Bernardo Pires Domingues, o Berna Black.

Normalidade
Recebi esse email e não faço a menor idéia de quem escreveu. No início achei que deveria ter vindo anexado com imagens de flores e dizeres de amizade e coisa e tal, mas veio em letras pretas e simples dizendo "meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louca e santa. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Louco que senta e espera a chegada da lua cheia. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Pena não tenho nem de mim mesma, e risada só ofereço ao acaso. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril".

Frio
Nada no mundo a faria gostar de frio.
Havia apenas uma situação em que sentia-se bem no inverno: quando estava debaixo do cobertor. Então gostava de ficar quieta, dormindo, lendo ou assistindo televisão. “Namorando, talvez”, ela dizia. Os amigos perguntavam, intrigados, “mas será que nem o romantismo da estação te agrada? Uma taça de vinho, uma lareira, isso não te excita?”. Ela respondia, seca, “não”.
Um dia, a vida levou-a para um outro país. Bela e faceira, andava deslumbrada pelas ruas de sua nova cidade, cachecol enrolado ao pescoço, vestindo casaco e luva. Como se fosse a pessoa mais feliz do mundo e como se o sol nunca tivesse feito parte de seu cotidiano, morreu por lá, à 15º C negativos.

Não, não, antisemitismo não
Tenho vários amigos da religião que no momento comemora seu Ano Novo (acho que o ano 5.475, não sei, estou chutando). Sou totalmente contra o anti-semitismo, assim como sou contra o anti-umbandismo, o anticristianismo e o anti-flamenguismo. Mas certas piadas, como a abaixo, são irresistíveis.
O filho de Jacob, Samir, chega em casa nervoso e dispara:
- Papai, engravidei a filha do porteiro.
- O quê? Samir está louco? Nem judia ela é, e ainda é bobre.
- Mas ela disse que tira o filho, papai. Preciso de US$ 1.000,00.
- O quê? Ta bensando que babai Jacob tá dando o bunda? Nem pensar.
- Então, o senhor será avô de uma não judia.
- Bensando bem, isso seria bior. Toma dinheiro, seu irresbonsável!
Na semana seguinte, Ibrahim, o outro filho de Jacob fala para o pai:
- Papai, aconteceu uma desgraça: engravidei a filha do rabino Stein.
- O quê? Ibrahim é louco? Justamente com filha de rabino?
- Mas ela disse que tira o filho, papai. Preciso de US$ 5.000,00.
- O quê? Ta bensando que babai Jacob ta dando o bunda? Ficou maluco do
cabeça?
- Então, o senhor terá um neto da filha do rabino. Jacob pensa nas
conseqüências e no escândalo que teria que passar e dá o dinheiro para
Ibrahim, puto da vida.
Na semana seguinte, Sarah chega para Jacob e diz:
- Papai, não sei como lhe falar, mas estou grávida... E Jacob responde
prontamente:
- BUTA QUE BARIU! ATÉ QUE ENFIM VAI ENTRAR DINHEIRO NESSA CASA!!

Conversa ao pé do blog - Alessandra Archer
ONZE PERGUNTAS PARA UM WEB LOGGER
1- Por que a idéia de ter um blog?
Para expor meus textos e conhecer pessoas.
2- Para quem você contou primeiro que ele existia, e por quê?
Pros amigos e parentes. Porque achei que eles seriam nossos leitores, mas me enganei.
3- Esse é seu nome verdadeiro? (se sim: Por que você acha melhor não revelá-lo? A internet ainda te assusta nesse ponto?)
Meu nome, na verdade é Luis Fernando Azevedo, mais conhecido como Dodô (hehehehe).
(Nota de Gustavo: esta é uma private joke. Quem me apresentou, por email, a Alessandra, foi o Dodô, quando eu o pedi para escrever no Falaê. Dodô recusou (hoje ele escreve) e disse, sugiro uma colunista feminina, Alessandra Archer, jornalista, etc. Aí eu pensei que na verdade ele estava querendo escrever usando um pseudônimo feminino)
4- Qual é a audiência média de seu blog?
Não faço a menor idéia, assuntos administrativos e de template são tratados com o sócio Gustones.
5- Há um tema central? Que tipo de post atrai mais comentários dos leitores?
Não acho que tenha algum tema especial para atrair comentários. Normalmente os que já possuem comentários atraem, pois todo mundo acaba querendo participar, dar sua opinião.
6- Há como comparar os blogs com alguma outra coisa do passado (do mesmo jeito que comparamos o email às cartas)?
Não, nada comparável.
7- O que você mais descobre com os blogs? Pessoas que vc gostaria de conhecer ou pessoas que você não gostaria de conhecer?
Os dois.
8- O que lhe desagrada nos blogs? Comentários anônimos? Posts diários superficiais?
A falta de idéias é assunto que às vezes parece dominar, para atualizar, inclusive a minha.
9- Hoje você JÁ COMEÇA a navegar primeiro por algum blog? Se não, qual sua página inicial?
Não, minha página inical é O Globo e normalmente dou uma olhada nos outros blogs uma ou duas vezes por semana. O nosso eu olho todo dia, é claro.
10 - Além do seu, cite seus blogs favoritos.
Cadafalso 1 e II, Não é Caldo,Botequiim, Mundo estranho, Pour Elis, e tem outros que não lembro agora, mas normalmente esses são os habituais.
11 - Está com alguém? Se não, pensa em conhecer alguém primeiramente por seu blog?
Sim, mas caso contrário a resposta seria não, primeiramente não, "segundamente", "terceiramente", quem sabe?

Este é de primeira
Até que enfim mais um blog para a minha ronda diária. E não poderia ser outro que não o do mestre Alexandre Inagaki, torcedor ferrenho do Guarani campeão brasileiro de 1978. Vale a olhada: http://www.inagaki.blogger.com.br/. O nome do blog é PENSAR ENLOUQUECE. PENSE NISTO. Garanto que todos vão achar seu post ideal.

Segregados pela mídia
Uma coisa a "Mate-me por favor" de hoje à noite terá de vascaína: a mania de perseguição. Fomos segregados pela mídia! A máfia dos segundos cadernos se recusou a nos mencionar! Prova disso é que a Veja-Rio, por exemplo, não citou a festa domingo passado mas publicou uma festa no mesmo local, só que no dia seguinte, lançamento de um CD de fados eletrônicos!
No JB, ainda tenho esperanças. No Globo, talvez....Mas se não divulgarem a próxima festa, vou decorar a Spin com a logomarca do SBT, como o Eurico fez em janeiro de 2001 contra o São Caetano.
A sorte é que já ouvi confirmações de uma boa quantidade de pessoas. E em proporções equilibradas de homens/mulheres.

05 setembro, 2002

Está chegando a hora
Eu sei que sou chato e insisto, mas é que se trata de um sonho: um lugar legal para manter viva a chama do velho e bom rock and roll. E este sonho depende do sucesso dessas duas festas. E a primeira é nesta sexta, hoje!:
MATE-ME POR FAVOR, PARA QUEM AINDA ACHA QUE ROCK AND ROLL FAZ BEM À ALMA
É sempre assim: uns caras pegam um som, combinam com outros que vão vender cerveja, chama as pessoas e resolvem dar nome a esse evento. Eu e o Zé Otávio demos o nome de “Mate-me por favor”, em homenagem ao livro que tem a história do protopunk. Mas podia ter qualquer nome. O que importa é o repertório: Iggy Pop, Bowie, Beatles, Beach Boys, B-52´s, Cake, Counting Crows, Raul Seixas, Stones, The Who, Neil Young, REM, Pretenders, Pixies, Júpiter Maçã, Roberto Carlos, Marvin Gaye, Aretha Franklin, etc, etc, etc e talvez Blues e Etc.
O local: SPIN, a boate (Rua Teixeira de Melo, 21, na quadra da praia, em Ipanema – altura da Praça General Osório)
O preço: R$ 7, a consumação, R$ 5, a entrada.
Os selecionadores de música: Eu (quem fala na terceira pessoa é o Pelé) e o Zé Otávio.
A promoção: Quem levar o jornal de sábado, dia seguinte (essa é para quem estiver no pescoção antes), ganha uma caipirinha por conta da casa. Geralmente, o único que sai do pescoção direto é o João Marcello Erthal, do JB.
A data: 6 de setembro, a sexta-feira. A partir das 22h30. Ou 22h35.

Tristes coisas de início de século
Neste blog aqui, http://www.bolete.blogspot.com/, vocês podem acompanhar a angústia, a ansiedade, o medo e até mesmo o bom humor de pessoas que vivem a torturante espera do terrível pássaro negro. Isso mesmo, é um blog sobre o aguardado passaralho de uma empresa de internet. Para os não-jornalistas: passaralho = cortes, demissões.
Qual é a empresa? Ah, não conto nem me pagando...

Soube por aí
Pois é, Romário. É uma pena...Eu soube por aí que Romário andou dizendo, às vésperas de um jogo sempre importante e equilibrado como o Fla-Flu, que iria fazer o gol da vitória de barriga. Puxa...ele mesmo, que já mandou 5 a 1 para cima do Flamengo ao ser provocado, não aprendeu que não se debocha de adversário assim? Ainda mais porque quando Renato fez o gol de barriga em 1995, Romário vestia a camisa do Flamengo, não devia então achar tão bonito esse gol...
Mas eu soube por aí que milhares de pessoas cantaram o hino do Flamengo ontem, depois que a torcida adversária ficou lembrando o tal gol. Soube por aí também que o Fluminense abriu o marcador com um gol em impedimento. Tudo bem. Eu também soube por aí que o Flamengo triturou, massacrou, seviciou, estrangulou o Fluminense no clássico do Maracanã. Mais uma vez Romário não fez porra nenhuma em campo. E não usou a barriga para nada.
É, eu soube por aí que em clássico é melhor sempre manter o respeito...Mas é bom que Romário ainda aprenda coisas aos 36 anos. Quanto aos tricolores, sinto que a festa pela chegada do Baixinho diminuiu um pouco, principalmente depois do pênalti que ele chutou no travessão. Pois é. Apenas soube por aí...

04 setembro, 2002

Coisas engraçadas da vida
Recebi um spam com um site, o Prazer, que me parece especializado em sacanagem. Isso mesmo: mulheres peladas (que novidade!), artigos, matérias, dicas (imaginem de quê) e até promoções (imagino qual o prêmio).
O melhor do site, porém, é um banner para o link http://www.feromonio.com.br. Até agora estou achando que é site de zoação. Só para começar, há um local onde você cadastra seu email para receber "gratuitamente" dicas de como conquistar mulheres. Obviamente que eu cadastrei o meu, pois me imagino rachando o bico de rir com essas dicas.
Depois, descobre-se que o feromônio está à venda, e é um poderoso aliado na conquista das mulheres mais fantásticas. Já se viu pelo banner, em que aparece um cara parecido com o pai da família do Alfie, o E.Teimoso, alternando com a imagem de uma mulher linda. E a pergunta: "como caras como esse conseguem mulheres como essa?".
O texto de apresentação do remédio é simplesmente espetacular. Coisa digna de um "Cena do dia do canal 80". Vou destacar somente um trecho, que é realmente demais:
Como o dolar é muito mais valorizado que o real e a nossa intenção é fazer com que as pessoas tenham realmente a possibilidade de desfrutar dos impressionantes efeitos do feromônio concentrado APC, entramos em contato direto com o laboratório nos EUA e suplicamos por um acordo especial para o Brasil. Conseguimos fechar um acordo inédito e exclusivo que abaixa o preço de R$ 125 (reais) para apenas 2 parcelas de R$ 43,50 (reais). Mas como esse preço está muito abaixo do mercado e é fruto de um acordo super especial de lançamento, podemos segurar esse preço apenas até dia 5/9/2002
Caramba! Que caras legais, heim? "Suplicamos" por um acordo especial para o Brasil....Por que esses caras não são embaixadores? E os caras ainda avisam, "ó, vamos segurar esse preço"....Às vezes fico pensando se não era possível alguém segurar o preço da luz, da água, do gás, do arroz, do feijão, da carne, da gasolina...
Mas eu não resisto e destaco outros dois trechos, depoimentos "reais" de duas "feras" que usaram o feromônio:
?Eu usei o feromonio noite passada na boate, eu não pude acreditar na reação. Eu não sou nenhum cara super boa pinta e a reação foi inacreditável! Algumas garotas dançando comigo e rindo. Consegui conversar na boa com várias durante a noite e acabei pegando uma garota muito bonitinha que eu tava afim. Muito obrigado e tenha um bom dia.? Carlos Alberto, Rio de Janeiro
?Antes de comprar o feromônio eu pensava que isso era sacanagem. Mas depois de ler muito o site e pesquisar muito sobre todos os artigos relacionados e ainda estudos científicos eu resolvi experimentar. Para o meu espanto eu realmente notei diferença. Após apenas uma semana de uso não vou falar que sou o maior Don Juan mas posso afirmar com segurança que meu relacionamento com as mulheres mudou em todos os lugares que frequento. Seja em boites, no cursinho, no clube,... eu to sentido mais simpatia das mullheres. É incrivel mais elas tão me dando mole mesmo.? Patrick, Niteroi

Tinha que ter alguém de Niterói...depois dizem que é perseguição!

03 setembro, 2002

Chaim e Abel: ambos de volta
Abel voltou ao Botafogo há duas semanas, e hoje o personagem Chahim volta a este blog. Desta vez com uma história e com o texto de um email enviado por ele com o subject "O passatempo da sua viagem" (coisas que só quem anda de ônibus pode entender. Mas, primeiro, a história:
Eu saindo de bronquite, com uma tosse que faria um cachorro pedir extrema-unção, de repente dou uma tossida mais forte e só ouço ao fundo a voz do tranqüilíssimo webdesigner que vive uma vida de ócio e felicidade:
- Eita! Como é que o cara ainda engole, heim?
Depois de diversas manifestações em volta (os homens riam e as mulheres faziam "eca"), veio o golpe de misericórdia:
- Fala, garçom da Skol!
Bom, pano rápido, por favor. Agora, o email (sensacional):
Fui Cleópatra numa vida passada
por Tom Taborda
Preocupado com o altíssimo número de pessoas que insistem terem sido Cleópatra (ou demais personalidades) em vidas passadas, o Instituto Polymathé Ideas de Pesquisas Improváveis descobriu uma explicação. Segundo diversos estudos demográficos, a população do planeta era de aproximadamente 20 milhões de habitantes entre os anos 10.000 a 4.000 aC, subindo nos quatro mil anos seguintes e mantendo-se estável, em torno dos 200 milhões de habitantes, por quase todo o primeiro milênio. Doenças, fome, guerras, epidemias, genocídios e demais mecanismos malthusianos contribuíam para manter o número de habitantes dentro deste misterioso limite.
Nossos estudos esotéricos indicam que nada ocorre por acaso, que existe uma explicação e um motivo subjacente a tudo. Deduzimos, portanto, que existe um 'Banco de Almas', um estoque de almas disponíveis – ontologicamente –, de 200 milhões de unidades. São apenas duzentos milhões de almas recicladas entre as pessoas vivas.
Em alguns períodos da História, o estoque de almas excedia à população. Assim, logo após a Peste Negra, podemos notar que houve uma 'liquidação' de almas blue-chip, de primeira linha. Quase uma promoção do tipo "pague um e leve dois (ou mais)". De que outra maneira explicar como os gênios renascentistas podiam ser magistrais na pintura, escultura, poesia, arquitetura, mecânica, química, engenharia, anatomia, astronomia e tudo mais o que houvesse pela frente? Eram diversas almas, ocupando um único corpo, manifestando seus interesses e habilidades.
Depois da Renascença, aos poucos, o número de habitantes começa a ultrapassar este limite ontológico. Nascem mais pessoas que as almas disponíveis. Começando assim o racionamento de almas, ou mesmo sua distribuição compartilhada: uma alma, para duas crianças, uma alma para quatro crianças, uma alma para oito crianças e assim por diante.
A população atual do planeta é de 6 bilhões de habitantes. Isso significa que uma única alma da antigüidade ocupa o corpo de 30 indivíduos atuais. O que explica não apenas a mediocrização dos dias de hoje – imagine os parcos recursos da alma de um Kleber Bam-bam do século IV, distribuídos por trinta indivíduos, quase todos telespectadores... --, como também o fato que muitas pessoas podem afirmar, e estarão cobertos de razão, terem sido Cleópatra em vida passada. O engraçado é como topamos regularmente com essas trinta pessoas...

A campanha, mais forte ainda
Desobedeci ao meu próprio bordão e entrei numa de ir ao Shenaningan´s na noite de segunda-feira passada. Peguei Marcele em casa e fomos. Simplesmente às nove da noite de uma segunda-feira não havia mais lugar para sentar e as primeiras pessoas em pé já começavam a circular pelo recinto. Vaga na sinuca? Só uma da madrugada. Tão de sacanagem, né? Isso em uma segunda-feira com 16 graus de temperatura. Ficamos cerca de uma hora na varanda, num frio dos infernos, por falta absoluta de outro lugar para sentar. Enchemos o saco e fomos embora por volta de 10h15, tendo que passar por CENTENAS de pessoas em pé, se acotovelando, buscando espaço.
Paguei 18 reais por duas taças de vinho e fomos jantar em outro lugar, já que dificilmente acharíamos alguma garçonete para nos atender. Aliás, as garçonetes que faziam o pub ser conhecido como "o pub das ninfetas" estão até envelhecendo. A que atendeu a gente parecia ter uns 50 anos.
Volta então a campanha, e volta para ficar: VÁ AO SHENANINGAN´S MAS NÃO ME CHAME!
Me deu vontade de fazer uma camisa, a mesma que um amigo meu já fez, de verdade, para um barzinho de Petrópolis, a mesma camisa que já pensei em fazer para a Casa da Matriz. Seria assim: na frente, "Eu freqüento o Shenaningan´s". E atrás, "Mas eu acho uma merda".

O óbvio
É claro, todo mundo já sabe antes mesmo de eu dizer: quem foi que criou o site especial com as séries que eu e Alessandra já publicamos no blog? Quem foi que ilustrou com fotos, selecionou as fontes dos títulos, legendou tudo, colocou links, mouse-overs, e ajustou o link principal aí na tabela lateral? Quem foi que revirou os arquivos atrás de cada texto? Quem procurou as capas de todos os "LPs da minha juventude"?
A resposta para todas as perguntas, todo mundo já sabe: Marcele.

Uma vergonha!
Assisti metade do debate de ontem. Devo confessar, mesmo sob pena de ser taxada de alienada, desinformada, etc, que eu não estava antenada - para usar palavra da moda - sobre o debate. Tinha lido em algum lugar mas não dei importância à data, emissora e horário. Pois foi sem querer mesmo que eu acabei assistindo.
Não vou comentar sobre os candidatos. Meu assunto é Boris Casoy. Isso é que dá não ver mais televisão. Para se ter uma idéia, eu nem sabia que o jornalista mais boca mole da televisão brasileira estava na Record (já disse que estou alienada, então nada de espanto). Eu que não agüentava ver o Jornal do SBT por causa dele, fiquei uma hora e pouco examinando suas caretas e até consegui ignorá-las a ponto de achar muito fraca a sua atuação como moderador. Quando o debate terminou e entrou no ar o Jornal da Record, apresentado pela ex-global, Cláudia Cruz, (aliás, ela também chegada numas caras e bocas), com as entrevistas de praxe com os candidatos, apenas o Lula não foi entrevistado, uma falha grave para uma emissora que demonstrava orgulho por estar colaborando com a democracia. Enquanto isso o Casoy gastou um tempo enorme para convencer o público de sua "maravilhosa" atuação.
De volta à alienação: mas o dia está bonito e falta pouco para isso terminar, sumirem os galhardetes e os horrosos outdoors com Euricos Mirandas, Julios Lopes, Verônica Costa e cia. ltda.