09 setembro, 2002

Fama
Eu ia falar sobre o Fluminense, mas achei melhor ficar quieta, como tenho feito ultimamente, para não ter que usar palavras de baixo nível para qualificar o time, tais como "merda", "filhos da puta" e similares, até porque eu prefiro usá-las para falar de um outro time pelo qual sinto uma certa implicância. Vou falar mesmo sobre as coisas que acontecem com a minha irmã, Adriana. Ela é dessas pessoas que sempre estão nos lugares certos nas horas certas ou o contrário, o fato é que ela sempre tem uma história pra contar. A última foi que virou uma espécie de personagem de Big Brother de condomínio.
Como todo mundo sabe, virou mania nos condomínios desta cidade instalarem câmeras nas portarias e em outros lugares do prédio, mas, principalmente, nos elevadores. Pois Adriana ficou presa com o marido durante meia hora dentro do elevador do prédio onde mora minha mãe. Até aí, normal. Quer dizer, "essas coisas acontecem" (parênteses: essa frase me lembra minha mãe, uma vez tentando consolar uma senhora conhecida que ficara viúva, soltou esta pérola no enterro "é, essas coisas acontecem..."). No dia seguinte, um ti-ti-ti sobre elevador na portaria, "ih, olha a moça que ficou presa". Sim, estavam falando dela. Os desocupados de plantão, com tantos canais na Net, na Direct TV, às 14h30 da tarde, para ficar só com as opções televisivas de coisas a ver, ficaram assistindo o canal interno do edifício que mostrava ininterruptamente minha irmã e meu cunhado conversando, tirando melecas, sentando no chão, tentando usar o celular, olhando-se no espelho, xingando ou sei lá fazendo o quê. Nem minha mãe, muito menos minha sobrinha, lembraram-se de assistir a este "programa" tão instrutivo com personagens tão importantes pra elas, por isso foi uma grande surpresa para Adriana descobrir que era assunto dos fofoqueiros de plantão na portaria do prédio, logo no dia seguinte. Por essas e por outras é que eu moro num prédio sem elevador e sem porteiro. Eu hein. E viva o tricolor.