27 janeiro, 2003

Obrigado, Spam Zine
Reproduzo texto que recebi pelo SPAM ZINE. Parafraseando a Sandy, no último comercial sobre camisinha, diria que "eu não acredito que ainda tem gente que não assina o Spam Zine". Espetacular texto sobre...
...Os talibãs da terra média
De Vladimir Cunha
- Moleque, muito firme os peitinhos da filha do Aerosmith.
Olho para trás e vejo dois garotos de cerca de 14 anos babando pela Liv Tyler, maravilhosa em um vestido branco leitoso que revela o que há de melhor em sua anatomia. Os dois parecem não estar nem aí para a história do filme. Ao contrário do resto da moçada, que vibra nas cenas de batalha mas ignora os atributos físicos da "filha do Aerosmith".
É nessas horas que tenho a certeza de que cultura pop demais faz mal à cabeça. Um sujeito que vai vestido de jedi para a estréia de O Ataque dos Clones, por exemplo, jamais deve ter jogado bola na vida. E se jogou, foi no gol. Isso porque a molecada não tinha ninguém melhor para pôr no lugar. E o que dizer daquele seu primo fã de Star Trek que conhece a fundo a mecânica da nave Enterprise e adora se fantasiar de Spock com orelha pontuda e tudo? Bem...é melhor deixar para lá.
O fato é que tem que leve essas coisas a sério. Esse ano, num ato de extrema loucura, resolvi assistir à segunda parte de O Senhor dos Anéis no dia da estréia. Na fila, que dobrava o quarteirão, vi um grupo vestido de cavaleiros medievais; um casal todo orgulhoso porque sabia falar a língua dos elfos e um garoto que chorava copiosamente por causa do Frodo. Tive que aturar ainda alguns jogadores de RPG discutindo o tamanho do cajado de Gandalf e um evangélico que tentava nos convencer de que se somarmos as letras do nome de um dos personagens do filme o resultado será 666, o número da Besta.
Quando o porteiro finalmente liberou a catraca foi aquela coisa. Gente correndo para a sala de projeção como se estivesse em um festival de rock e nerds gritando em êxtase. Um rapaz do meu lado chegou a dar uma cambalhota no saguão do cinema.
O lugar estava lotado. E para o meu azar, o único assento que encontrei foi ao lado de uma senhora acompanhada do filho pequeno, que lia para ele todas as legendas e explicava o que se passava na tela.
- Mãe...
- Que foi?
- Porque o gordinho chamou o hobbit de "meu Frodo"?
- Porque ele se gostam, filho.
- Se gostam como?
- Se gostam...
- Mãe...
- O que foi?
- Perdi minha bolinha. Cadê a minha bolinha?
Saco. Tive que mudar de lugar. Por sorte encontrei uma poltrona vaga, justamente na frente da dupla de Buttheads fanáticos pela Liv Tyler. Esses sim sabem das coisas.
Não que As Duas Torres seja ruim. Mas depois de uma certa idade não dá para engolir algumas coisas. O arianismo misógino do Tolkien é meio incômodo mas não chega a comprometer. No entanto, o que mais me incomodou mesmo foram alguns detalhes que ninguem consegue me explicar direito. Onde Legolas arruma tantas flechas? O cara flecha, flecha e tá sempre de algibeira cheia. De onde elas vêm? Quem as fabrica? E Aragorn? Como ele consegue correr três dias seguidos sem comer e sem dormir? Red Bull? Pó de guaraná? Anfetaminas da Terra Média?
E por mais estranho que isso possa parecer, a princesa ainda fica afim dele, um cara que passa o filme inteiro sem tomar banho e sem escovar os dentes. Parece até aqueles lókis do centro da cidade que vendem artesanato e tatuam a cara da Janis Joplin no braço com agulha de costura. Para mim é um mistério como esse povo é cobiçado por patricinhas hippie-chics e estudantes universitárias. Tu passa pelos caras e eles ficam te chamando de "maluco" e oferecendo cordão de miçanga e tornozeleira de conchinha. Se tiver usando camisa de banda é pior ainda, porque aí não adianta nem dizer que não quer comprar nada porque a imagem que eles tem do roqueiro é a daquele clone do Raul Seixas que toma vinho quente, anda pra cima e pra baixo com um vinil do Deep Purple todo riscado debaixo do braço e adora ouvir "rock pauleira" ("Iron Maiden, só até o Paul D'Iano" é a sua frase preferida). Ou seja: alguém que está a um passo de levar para casa um duende de durepóxi ou uma folha de maconha de arame pendurada num fio preto.
Teve inclusive uma menina do curso de jornalismo da minha faculdade que fugiu com um figura desses. Dos Anjos era bonitinha, tomava banho e se vestia legal. Mas aí arrumou o namorado, ficou toda desgrenhada, mudou o nome para Brisa e foi vender artesanato na Praça da República. No curso ela ganhou o apelido de "Barata Cascuda" e sua falta de higiene era tanta que um dos professores chegou a exigir adicional de insalubridade para continuar a dar aula. Com o Aragorn deve ser mais ou menos assim. Vai ver a princesa, cansada do tédio e das formalidades da nobreza, deve enxergar algum charme debaixo daquela fedentina toda e acha que o cara "é muito louco". Isso até ela virar a maior dondoca medieval depois que ele começar a governar a Terra Média. Imagina os dois casados daqui a uns dez anos.
- Aragorn, vai tomar banho
- Eu já tomei...
- Quando?
- Ontem...de mar
E Gollum? Pelo que entendi a aventura acontece num lugar semelhante à Europa. Então, como Gollum atravessa montanhas geladas, planícies e rios só com aquela tanguinha? Como pode alguém não sentir frio numa situação dessas? Outra coisa que me encucou foi a tal imortalidade dos elfos. Se os caras não morrem nunca, porque existem elfos de meia idade e elfos adolescentes? Por acaso chega uma hora em que eles podem parar de envelhecer e escolher em que idade ficar? E se isso não for possível, o cara está condenado a ser um elfo velho e decrépito para sempre?
Tirando isso, As Duas Torres até que é um filme simpático. Na verdade, ele acaba sendo tudo o que os novos episódios de Star Wars tentaram ser mas não conseguiram. Quem curte esse tipo de coisa tem motivos de sobra para enfrentar filas enormes, cinemas lotados e gente gritando quando as luzes se apagam e os créditos iniciais aparecem na tela. É um videogame em forma de cinema, feito sob medida para uma platéia que sai de casa para se deleitar com uma história cujo enredo ela já conhece previamente de cor e salteado. Sem alarmes e sem surpresas. Depois é só comprar o livro, a camiseta, os bonecos, a revista-pôster e assistir ao DVD, ao DVD de luxo com 15 horas de extras e ao DVD quádruplo importado com 35 horas de extras, holograma, videogame, galeria de fotos, mapa da Terra Média, uma máscara de orc e comentários em áudio do diretor, do produtor, do elenco todo e do cabelereiro do ator que faz o Aragorn. As listas de discussão na internet terão assuntos para vários meses e todos travarão imensos debates sobre se é melhor comprar o DVD, o DVD de luxo ou o DVD quádruplo, o que levará os fãs a assistirem a todos eles mais uma vez antes de darem a sua opinião.
Bem que um amigo meu avisou:
- Vais ver O Senhor dos Anéis no dia da estréia? Tás fodido, o cinema vai estar cheio de talibãs da Terra Média. Aposto que todo mundo vai aplaudir quando a águia voar.
- Que águia, rapaz? Esse filme não tem águia.
- Tem sim, filme de RPG sempre tem uma águia pelo meio.
Águia mesmo não teve. Mas em compensação teve a "filha do Aerosmith". Foi vendo-a ocupar uma tela de cinema inteira com o seu vestido branco quase transparente que eu descobri onde se escondiam as verdadeiras Duas Torres. Aragorn é porco mas não é bobo.

Touch down, down, down
Faltava pouco mais que um minuto para acabar a decisão do Superbowl entre Tampa Bay Buccaneers e Oakland Raiders, o time da Flórida vencia por 34 a 21 - ou seja, se os Raiders conseguissem um milagre, até podiam virar o marcador. Fazendo um touchdown e conseguindo o bloqueio de seu "kick-off" (jogada que inclusive eles fizeram antes e tinha dado certo), feito difícil mas não impossível, os favoritos de Oakland venceriam. Mas nesse momento, o quarter-back do Raiders, Gannon, fez um lançamento errado de umas 30 jardas, interceptado de forma magistral, espetacular, pelo defensor Derrick Brooks, do Bucs, que foi direto com seus 130 quilos para a end zone, decidindo o título, acabando com qualquer chance. Foi um lance que no futebol equivaleria àquele golaço do Santos, o terceiro, de Léo, que definiu o Brasileirão do ano passado.
Narração dos brasileiros da ESPN International: "Olhaí, o passe foi interceptado, heim?", dito em tom de comentário paralelo.
Pois é. O colorado já tinha batido isso, e aí no blog dele tem até um texto citando pérolas de um dos locutores, José Inácio Werneck (não tenho certeza se foi ele quem narrou o Superbowl). Apesar de a maioria dos esportes transmitidos pela ESPN movimentar milhões de dólares por todo o mundo (cada anúncio de 30 segundos no intervalo do Superbowl custa mais de 1 milhão de dólares), a emissora a cabo, por medida de economia, coloca o mesmo cara para narrar golfe, vôlei, esqui, boliche, corrida de cachorro, futebol, basquete e o escambau.
Resultado: o cara passa o jogo inteiro fazendo trocadilhos do tipo "Esse Pittmann não conseguiria nada nem se cantasse junto com a Eliana - Pittmann, eehhh", dando palpites idiotas, comentando que o locutor que está no meio das cheer-leaders está "se dando muito bem", etc, etc, etc.
No lance CAPITAL do jogo, ele estava provavelmente (eu não ouvia mais, estava concentrado no jogo) algo como "ah, Recife, Porto de Galinhas, curto muito, em breve vou lá..." ou coisa parecida, como fez ao longo do jogo.
Agora, é culpa dele? Ou é da empresa muquirana que não quer investir um pouquinho mais, gerando um pouco mais de empregos? Por que temos profissionais que volta e meia escorregam na chapinha? Acho que é porque poucos vão fundo numa especialização, afinal, diante de comportamentos como o da ESPN, quem é que quer estudar pra caramba um esporte ou uma área específica se podem ser facilmente substituídos por um Werneck?

26 janeiro, 2003

RH Negativo
Tem dois novos posts no RH Negativo, cliquem e se divirtam com a burocracia e a ineficiência do serviço público.

Eu sou meio lento, sabe
Sim, cheguei à conclusão de que preciso fazer um curso de Direito para entender como pensam os delegados e magistrados do país. Porque queria entender o que diferencia, em termos penais, esses dois fatos:
Fato 1 - Um sujeito de 1,50m, paraíba, é parado por seguranças truculentos de um megasupermercado (desses que faturam milhões por dia), porque havia dentro de seu carrinho um alicate de unha não pago, no valor de R$ 6. O cara é colocado em cárcere privado, apanha, é levado por PMs, forjam mercadorias no flagrante, o cara vai para a Polinter, lugar perigoso pra cacete, passa quatro dias preso, num calor de 40 graus, com insetos passando em cima dele e outros presos dando porrada.
As provas de seu "crime"? Depoimentos dos SEGURANÇAS DO SUPERMERCADO (pelo vídeo gravado, é nítida a amizade destes com os PMs). Bastou isso para o delegado, um cretino contumaz, condenar o malandro. Vi no programa sensacionalista do Marcelo Rezende todo o absurdo do lance.
Fato 2 - Fiscais do estado são filmados achacando a Light. Um deles pede "R$ 30 mil para as despesas pessoais". A propina ultrapassa a casa dos milhões.
E o Ministério Público do Rio estava com a fita de vídeo, porém, não continuou a investigar por "falta de provas".
A menos que a solução seja colocar os seguranças do supermercado para investigar os fiscais do estado, confesso que sou muito burro e ignorante para entender como funciona a Justiça nesse país.

Obra-prima em dose dupla
Muitas vezes me esqueço de que "Creep", do Radiohead, é das melhores músicas de fossa e solidão de todos os tempos - talvez a felicidade de estar com Marcele, essa felicidade única e que nunca tinha acontecido antes, me leve a esquecer os tempos de música+birita+contemplação. Distração boba da minha parte - se viver melhor os momentos bons quando se lembra dos "chamados" ruins. Sim, porque, por maior que fosse a solidão, a solidão com Radiohead é perigosamente prazeirosa.
Há solidões, como todos nós sabemos, que terminam em brigas em alguma festa na Barra com chope liberado ou mesmo na formação de turminhas para bater em gays na Rua Visconde Silva (hábito que torna quem bate tão homossexual quanto quem apanha). Outras solidões terminam em meditação - o que, como toda ideologia que consiste em respeitar o próximo, é bem mais saudável.
Mas voltando ao assunto: o post que está no blog Clínica Tobias (de Cesar Guerra Chevrand), que mistura a letra de "Creep" com seu próprio texto, é desses momentos de leitura que fazem a gente "navegar na própria intranet" e perceber o quanto a vida é ainda completamente absurda e incompreensível. Em termos mais simples, a ficha parece nunca cair.
Textos como o desse blog ajudam a, pelo menos, balançar a ficha.

24 janeiro, 2003

Breve atualizada
Abaixo, atenção, muita atenção: vocês lerão um memorando interno, de burocracia mesmo, documento oficial, no qual um diretor de unidade da UFF - alguns saberão de primeira quem é - solicita aos órgãos administrativos (PROAC, Prefeitura do Campus, reitoria) a instalação de aparelhos de ar condicionado nos estúdios. Note que tudo poderia ser substituído por "solicitamos a instalação dos aparelhos de ar condicionado". Mas fora a falta de síntese, notem a inovação no estilo. O documento é verdadeiro, repito.
C O M U N I C A Ç Ã O 0 2, em 27/01/2003
Sem ar condicionado, os nossos estúdios facilmente se transformam em sucursais do Inferno. Com uma diferença: os demônios preferem espalhar suas cizânias em ambientes mais insólitos. Afinal, nossos professores, alunos e funcionários sabem enfrentar qualquer Demônio menos qualificado em suas funções diabolizantes. Só não estamos conseguindo enfrentar a burocracia da Universidade e o deserto financeiro do governo anterior. Há muita gente, no (NOME DA UNIDADE), inclusive, que acha, com certa razão, convenhamos, que os caixotes contendo os aparelhos de ar condicionado, aqui depositados desde o distante 1o de março de 2002, não passam de cruel miragem. Já outros acreditam que os tais caixotes contêm apenas quimeras e esperanças. Há ainda aqueles que avaliam que os caixotes foram enviados por engano por algum extra-terrestre embriagado e conteriam, tão-somente, informações sobre o sexo dos anjos e dos marcianos. O fato é que se impõe uma pergunta: deveremos comemorar o primeiro aniversário dos misteriosos caixotes colocados de modo desafiador no pátio do XXXXX Deveremos convidar, para tal evento, personalidades do mundo artístico, político, religioso, militar, jornalístico e acadêmico?
Prof. XXXXXXX
Direção XXXX






23 janeiro, 2003

Sim, isto é uma atualizada
Aconteceu - driblei um pouco a dor (dor esta que está me atrapalhando e impedindo de tocar para a frente um projeto espetacular que elaborei em parceria com o grande Mauricio Neves) e consegui dar esta atualizada, não sem sacrifício. Mas devo passar mais alguns dias na compressa de água quente - e cumprindo extensa agenda social: aniversário de cunhada na sexta, saída com Marcele e a rapaziada no sábado e SUPERBOWL no domingo. Este último compromisso, que será a partida entre Oakland Raiders e Tampa Bay Buccaneers, devo ver lá na casa do dono da birosca. Se ele topar, claro.
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Quatro casamentos e um funeral
Do dia 22 de dezembro de 2002 ao dia 15 de fevereiro de 2003, eu terei ido a quatro casamentos e um funeral. É como se a vida estivesse sinalizando, mostrando que as coisas estão fluindo, se definindo, chegando a um ponto de definição, aquele ponto de definição que a gente espera nunca chegar, quando se é adolescente e os únicos sonhos são tocar numa banda de rock and roll ou fazer um gol no Maracanã.
Quatro casamentos. Um deles, de alguém da família - mas por incrível que pareça, certamente o casamento em que eu conhecia menos gente. Mais dois ainda acontecerão - um no dia 30 de janeiro e outro no dia 15 de fevereiro, por sinal aniversário de uma prima que mora longe mas que sempre foi muito próxima.
Na terça, 21 de janeiro, foi o funeral. Na verdade, eu não ia. O morto era o Oldemário Touguinhó. Um amigo insistiu para eu ir junto - por sinal, o mesmo cara que organizava a Copa que leva o nome do morto. Depois de pensar bem - afinal, eu não era amigo do Oldemário, que sequer me conhecia (apesar de eu gostar do cara e do jeito barulhento com que ele defendia alguma tese futebolística na redação do Jornal do Brasil).
Não me arrependi de ir - no final das contas, acho que não homenageei um jornalista ou um repórter esportivo. Homenageei uma espécie de ser em extinção, desses caras que não passaram pelo tal espremedor de culhões de que nos falava Charles Bukowski. Em um tempo em que as empresas primam pela desumanização, pelo monótono, pelo "funcionário-padrão", Oldemário era uma reserva de sujeito que ainda não tinha entregado a rapadura. Nada de expressões comuns, de chavões de recursos humanos, de comportamento previsível, de reverência a coisas passageiras, opacas, vazias. Tido como maluco por muita gente, Oldemário sabia das coisas - apesar de ser mesmo meio doido: não folgava, não dormia, não escondia absolutamente nenhuma de suas opiniões.
O amigo que me conduziu ao enterro me contou uma das milhares de histórias ótimas de Oldemário. Foi ao JB um jornalista candidato a presidente da ACERJ (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro). Conversou com os principais jornalistas da editoria, ao mesmo tempo, e no meio o Oldemário, escrevendo algo mas prestando ligeira atenção. Ao fim da explanação, um dos ouvintes, diante do candidato, perguntou se o Oldemário daria apoio. Este respondeu, na sua conhecida voz meio fina e inteiramente indignada, como sempre:
- Não. Porque você é canalha e eu não gosto de canalha.
É, eu não me arrependerei de ter ido nesse enterro. Era um dos caras que não se davam por vencido. Hoje, a molecada já nasce pedindo toddynho. Que mundo, esse.
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Parental Control
Férias, sem grana, dedico algumas horas à TV, porque ando meio sem saco para ler. Nessa, fiz alguma merda no controle remoto da Net que deixou o SBT no parental control, necessitando de senha, assim como os meus dois canais pornôs (sim, eu tenho, vejo de vez em quando).
Fiquei procurando o manual de instruções para lembrar como desbloquear. Mas aí pensei no SBT.
Gugu com banheira, programas da Carla Pérez, grupos de pagode, menininhas imitando Carla Pérez com shortinhos curtos e dança da garrafa, Sabadão Sertanejo, Casa dos Artistas, Show do Milhão, e milhares de bundas ao longo da programação.
Pensando bem, vou deixar o Parental Control.
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Produtividade
Nas férias, me inscrevi em dois concursos que pedem jornalistas. Um para a Nuclebrás, cuja prova deverá ser mesmo no dia 2 de fevereiro. Se for depois, que seja duas semanas depois, porque estarei nesse mesmo dia viajando para Penedo, logo após a prova. E o outro, que custou R$ 60, foi o que está abrindo para a assessoria de imprensa da Comlurb - nesse, as inscrições podem ser feitas pela internet, pelo site http://www.rio.rj.gov.br/fjg. Bom, custa apenas R$ 60 fazer, vamos lá, ué. Já que a iniciativa privada nos últimos dois anos vem tratando jornalista como lixo, o jeito é tentar mamar nas tetas da viúva, por mais que isso não me agrade.
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Tendinite
Continua braba, doendo bastante. Passei a intensificar o tratamento com compressas de água quente, e estou obviamente escrevendo menos. A dor me impede de fazer uma das coisas que eu mais queria fazer nessas férias: andar de bicicleta. Afinal, se apoiar no guidão com mãos que doem é barra pesada.
Em função disso, escrevi pouco nessa atualizada, e parceladamente. Mas foi só para não perder leitores, que já são poucos.
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Ah, meu Rio de Janeiro
Nossos turistas devem nos adorar. Sabe quanto é um picolé na lanchonete do Pão de Açúcar (sim, subi o morro com Marcele esses dias e com uma prima dela)? Três reais. Sabe quanto é uma coxinha de galinha? Três reais. Uma coca-cola? Três reais. Uma camisa oficial da Seleção Brasileira, no bazar em frente? 210 REAIS!
Aí o cara desce o bondinho e tem um taxista logo em frente que vai levá-lo a dois quilômetros dali e cobrar 25 reais. Se ele alugar um carro, vai ter que pagar 20 reais prum flanelinha e ainda ser ameaçado - afinal, o flanelinha tem que juntar grana para pagar um policial que deveria estar reprimindo-o.
Mais adiante, o animado turista vai andar por Copacabana e ver que mulheres exploram crianças para pedir grana. Se der sorte, poderá flagrar alguém sendo assaltado - e se der azar, poderá ser ele próprio. Claro, isto tudo depois de ele ter nadado na merda (nas "maravilhosas" praias), encarado engarrafamento na Lagoa para tentar ir nos quiosques e ainda ter encarado a seguinte situação no Cristo Redentor: você sobe de carro, paga um pedágio caro pra cacete, entra em uma área reservada mas ainda tem que dar uma grana para um flanelinha que fica lá dentro.
Ah, meu Rio de Janeiro. Cidade mais linda não há, não tenho dúvida. Mas que isso aqui anda uma merda, ah isso anda.
Um dia, quando houver governo, ou mesmo uma boa anarquia no lugar desse populismo evangélico/napoleônico (governo do estado/prefeitura), pode melhorar.
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Pouco inspirado
A preguiça das férias não ajuda. Eu sei, tá tudo uma merda. Mas quando eu melhorar da tendinite, prometo que saem textos melhores. Ou pelo menos, mais bem humorados. Até lá.

10 janeiro, 2003

Ler
Lesão por esforço repetitivo. Devido a esse problema, e ao diagnóstico de uma tendinite que exige repouso, tratamento com gelo, Reparil e anti-inflamatório, tenho deixado esse blog abandonado. Mas prometo que mais uns dias de descanso e retorno. Mesmo que no fundo ninguém esteja sentindo a menor falta, claro.
Ah, e quanto ao protesto sulista, bom lembrar que a sra. Tavares foi convidada centenas de vezes para a festa e avisou que não iria em represália. Lamentável...

05 janeiro, 2003

O bem Absolut
Não está faltando letra não. Absolut foi a vodca que eu e o Maggi bebemos ontem, na minha festa de aniversário em conjunto com a Elis. Festa boa, com o som pré-gravado pelo Coelho, que por sinal não foi - apesar de ter tido um trabalho do cacete gravando os sete CDs. Se foi presente, devo a ele um agradecimento público. Se não foi presente, devo a ele um aviso público: o de que não rola muita vontade de devolver. Enfim, estava ducacete. Muito bom poder dançar sem me preocupar com o som - e dançar o som que eu gosto.
Foi uma festa feliz, principalmente por estar ao lado dela, que demorou tanto para chegar - ou eu é que estava ansioso mesmo.
Como se fosse símbolo, estavam lá pessoas de todas as fases da minha vida. Representando meus tempos de A Notícia, estavam lá Julio Castañeda e Mônica Marques. Na seqüência, lembrando os tempos de Flu, pintou por lá Simone Porto e seu companheiro, a quem fui apresentado mas já não lembro o nome devido à barulheira que já rolava na Spin. Depois, dos tempos de JB, pintou Arruda, Otávio, Edmundo. Faltou Aluizio, como sempre.
Ninguém estava lá representando o Extra - mas os CDs foram gravados pelo Coelho, com quem cheguei a dividir espaço lá. Mas lembrando os tempos de Globo.com estava lá o motorneiro Rosenhayme. Em seguida, Bernardo, Valença e Marcinha representaram o período do Metro. E do LANCE, atual fase, estava a galera de sempre - Silvia, Marcão, Marcelle Rodrigues, Luiz Hagen (que finalmente não deu festa ao mesmo tempo que eu), Gabi, Paola e os companheiros paulistanos Thiago Rocha, Loffredo, Maristela e Ana Paula. Cheguei a dizer que do LANCE - apesar de eu ter mandado email para todos - vem mais gente de SP do que do Rio, mas ainda bem que conseguimos virar o jogo. E o desempenho em relação à festa do ano passado foi bem melhor - no ano passado só foi um do LANCE, e não era eu....
A última lembrança que tive antes das luzes mentais se apagarem: apesar de ser cinco da manhã, o Cervantes estava lotado. Tive que sentar em uma mesa à parte da rapaziada que estava lá esperando. Entre nossas mesas, uma galera de músicos. O papo estava meio mala. Me lembro que para sentar na minha mesa, quase derrubo um dos caras, passando entre as cadeiras.
Levantei e gritei para a outra mesa, "aí, isso aqui tá muito cheio, vamo pro Cervantes lá da Barra".
Depois, ao sair, que Marcele me disse que eu dei esse berro nos cornos da Beth Carvalho.
Mas no fim, o saldo foi positivo. E o dono da birosca estava lá, só que em versão mais light, só na cervejinha. Depois desse grito na cara da Beth Carvalho, acho que vou pegar umas aulas com ele para entrar nessa também.