Obra-prima em dose dupla
Muitas vezes me esqueço de que "Creep", do Radiohead, é das melhores músicas de fossa e solidão de todos os tempos - talvez a felicidade de estar com Marcele, essa felicidade única e que nunca tinha acontecido antes, me leve a esquecer os tempos de música+birita+contemplação. Distração boba da minha parte - se viver melhor os momentos bons quando se lembra dos "chamados" ruins. Sim, porque, por maior que fosse a solidão, a solidão com Radiohead é perigosamente prazeirosa.
Há solidões, como todos nós sabemos, que terminam em brigas em alguma festa na Barra com chope liberado ou mesmo na formação de turminhas para bater em gays na Rua Visconde Silva (hábito que torna quem bate tão homossexual quanto quem apanha). Outras solidões terminam em meditação - o que, como toda ideologia que consiste em respeitar o próximo, é bem mais saudável.
Mas voltando ao assunto: o post que está no blog Clínica Tobias (de Cesar Guerra Chevrand), que mistura a letra de "Creep" com seu próprio texto, é desses momentos de leitura que fazem a gente "navegar na própria intranet" e perceber o quanto a vida é ainda completamente absurda e incompreensível. Em termos mais simples, a ficha parece nunca cair.
Textos como o desse blog ajudam a, pelo menos, balançar a ficha.
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