31 maio, 2002

Giving wood
Tudo está dando pau. O meu W-Bloggar não funciona há uma semana, e a culpa é do Blogger. E hoje foi o YACCS que resolveu sair do ar, só para me animar. Então tudo bem.

Uma festa de blogs
Elis Monteiro é gente boa. Jornalista de O Globo, mantém o blog no link aí, no qual eu confesso não ir muito, mas vou uma vez por semana, pelo menos. Esta semana eu não fui no blog da Elis e acabei ficando desinformado: é que ela está organizando uma festa para os blogueiros do Rio. Ah, claro, de quem vier.
Será no Bar Ernesto, na Lapa, mesmo lugar onde dei minha lendária festa de aniversário à qual eu mesmo não compareci (por causa da amigdalite). Começará por volta das 21h30 de quinta-feira. O lugar tem dois andares e é ótimo para essas festas. Dança-se no térreo e se conversa em cima. Excelente.
Eu não conheço muito bem a Elis, mas já de cara garanto que é pessoa de boa índole. Para começar, gosta de Clarice Lispector, e mulheres que gostam de Clarice Lispector costumam ter enorme respeito pelo sofrimento e pela alegria - isso é uma característica de gente boa. Depois, Elis namorou o Carlos, sujeito que relaciono fácil na lista de 20 caras mais firmeza que já conheci na vida. E se namorou o Carlos, para mim já basta para ser gente boa.
Hoje, pelo que vejo no blog dela de vez em quando, Elis está namorando alguém, coisa que não a impede de continuar com o mesmo ânimo para organizar encontros, festas, etc. Bacana mesmo isso.
Se eu não estivesse morando na Coréia este mês, certamente colocaria som na festa, e obviamente sem cobrar um tostão sequer. Afinal, não sou DJ. Mas o mais provável é que eu apareça lá por volta de meia-noite, logo depois de tomar meu "café da manhã". E de lá vou seguir pro trabalho.
Bom, portanto, taí a grande boa da quinta-feira. Assino embaixo.

Jô está surtando
Sério. Um dia a idade ia chegar e pesar na cabeça do ex-humorista e hoje entrevistador. Seu comportamento está visivelmente "descompensado".
Logo depois de acordar para meu primeiro dia de trabalho no horário de Seul, liguei a TV e comecei a ver o Jô, enquanto tomava um café. Logo de cara, antes de apresentar os entrevistados, ele começou a contar que o Rio de Janeiro "agora" tem um serviço telefônico, o Disque-Buraco, através do qual o cidadão denunciava onde teria um buraco.
Além do serviço não ser novo coisa nenhuma, Jô Soares começou a delirar em cima do tema, usando para isso somente o duplo sentido da palavra "buraco". E mandou: "Quando chove o seu buraco enche de água?", imitando a voz de uma possível telefonista.
Como neguinho da platéia deve pagar para arrumar uma vaga ali, eles riem até de foto do Sebastião Salgado. Mas as piadas não tinham graça nenhuma, pareciam coisa de quando a gente era moleque, na rua.
Depois, ele apresentou os entrevistados e cometeu uma das maiores grosserias que um jornalista pode cometer: desqualificou o tema de uma das entrevistas. Ao apresentar um jornalista conhecedor de astronomia, disse, "ele me conta que Marte está cheio de água, muita água". E arrematou: "eu não estava nem dormindo pensando nesse assunto". Eu mesmo demorei a acreditar.
Depois ele humilhou o garçon do programa dizendo, "você parecia uma BICHINHA CHILENA dançando daquele jeito", fazendo uma referência estranha ao país do cara. E acrescentou para duas entrevistadas: "Ele fez filmes eróticos no Chile, um deles se chama O Escoteiro de Pinochet". Uma piada sem graça e de extrema grosseria, de extrema inconsciência - sabe lá qual a relação do cara com a ditadura Pninochet?
Ao apresentar uma gracinha de morena chamada Denise Sato, filha de japoneses e dona de um sex-shop, ele mandou: "Você é míope ou filha de japoneses?". Mais uma vez, uma "piada" sem nenhuma graça, ridícula e sem nexo. E, na minha opinião, uma tremenda falta de educação - sou o cara mais incorreto politicamente que eu conheço, mas detesto fazer qualquer tipo de referência a aspectos físicos de amigos negros, japoneses, coreanos, malaios, portugueses ou vá lá o que sejam.
Durante o que eu aguentei assistir do programa - até a metade da primeira entrevista - não dei uma risada sequer, e ainda fiquei meio constrangido. Foi quando a morena do sex-shop disse "cabelos são uma arma de sedução" (no caso dela, eram mesmo), e o Jô interrompeu rápido, "ah, sim, agora entendo porque o Derico é assim". Piadinha de uma previsibilidade enfadonha. A câmera aí cortou para o Derico, que dava uma risada meio estranha.
Na minha leitura, numa boa, a risada do Derico parecia dizer, "ainda bem que eu ganho direito porque tá ficando cada vez mais difícil aturar esse gordo chato".
Bom, como Derico ganha umas 20 vezes mais do que eu, ele que fique por lá. Eu ganho mal, mas o controle remoto é meu. Até qualquer dia, Jô Soares.

30 maio, 2002

Dica de site sobre países de todo o mundo
Cliquem neste link quando precisarem pesquisar sobre qualquer país: http://www.portalbrasil.eti.br/paises.htm

Coisinhas bobas que deixam a gente todo bobo
Visitem o blog especial de Copa aí do lado para conferirem porque eu fiquei todo bobo....Escrevi para o jornal dos nossos adversários!!! Hola, ticos de la Costa Rica, gracias la fuerza!
Claro, mandei em portunhol e o jornalista de lá tirou o "portu" e colocou o "espa"....

Agora sim
Comunico ao mercado que a partir da madrugada desta sexta-feira eu mudo o meu horário de funcionamento. De 13h às 21 provavelmente estarei dormindo pesado em casa, com telefones desligados (secretárias funcionando, inclusive a do celular, e email idem). De 3h da madruga até meio-dia, estou lá no trabalho. Insones que quiserem enviar emails, serão bem-vindos, procurarei responder na medida do possível.
Ao longo da programação, notas no A Copa vista da Cozinha sobre tudo que eu ler ou ver na televisão.
E que venha o penta, apesar do Ricardo Teixeira, apesar do Felipão, apesar do Edmundo Santos Silva, do Eurico e de todo mundo que puxa para baixo o nosso futebol.

Nota esclarecedora
O CD Aretha Franklin canta Dinah Washington eu ouvi na quarta à noite, no apartamento que o Marlos e o Maggi dividem. O primeiro foi dormir, o segundo foi trabalhar (está no horário de Copa, como eu), e eu fiquei sozinho na sala, enxugando umas birras e ouvindo Aretha esgoelar até o último pedaço de alma.
Aí, resolvi vir para casa, e o CD tava rolando. Lamentavelmente, tirei o CD do player e o taquei dentro da bolsa. "Tarrei", como diziámos na década de 70. Mas calma rapaziada, vou devolver.

Dez CDs para aprender a ser feliz
Acabrunhado? Entristecido? Não tem conhecido moças legais? Brigou com a namorada? A vida não parece mais a mesma? Dê-se um tempo. Uma madrugada de lua cheia - alguma bebida que não pese (cerveja nem pensar), e telefones desligados. Ligue seu computador para escrever algo, ou navegar na internet. Mas antes, tenha a mão pelo menos 4 dos CDs abaixo:
1- Otis Redding, Remember me, uma coletânea de souls agitados e delírios pungentes
2- Aretha Franklin canta Dinah Washington
3- Neil Young, Harvest, com a fantástica The neddle and the damage done
4- Roy Orbison, Greatest hits, veja antes se tem In dreams e Crying
5- Frank Sinatra canta Cole Porter
6- Paul McCartney Unplugged
7- Tom Waits, The asylum years
8- Luther Alisson, Live in Chicago, blues dos mais "enguitarrados" que já ouvi. Ei, André Sá, essa é para você, mole de achar na Siciliano, na seção relativa.
9- B.B.King, Live at the Cook County Jail
10- Beatles, Abbey road, para você lembrar que existe algo importante nessa vida ao ouvir "Because"

29 maio, 2002

O presente da Ione
Aí do lado, na tabela lateral de links, tem uma linda ilustração, linkando para o meu novo blog A Copa vista da Cozinha. Presente de quem? Claro, da Ione, que procurou uma imagem, tratou, colocou comandos, altura, width e todas essas coisas nas quais eu sou leigo, e enviou a tag pronta, só para eu colar. E fez isso mesmo chegando no trabalho às sete da manhã.
Ela é, sem dúvida, uma das coisas boas da vida - e uma das coisas que faz de São Paulo uma cidade sempre interessante.

Comentários
O meu blog A COPA VISTA DA COZINHA já está com sistema de comentários em perfeito funcionamento. Corram lá e dêem seus pitacos na mesa redonda....

28 maio, 2002

A publicidade pela ótica dos canalhas
A propaganda é de um cartão de crédito que oferece segurança pela internet. Para começar, isso é de uma calhordice sem tamanho. TODO cartão tem que ser seguro e a responsabilidade por sua segurança é da administradora e do site de e-commerce. Os estornos deveriam ser obrigatórios. O resto é conversa fiada, publicidade escrota para convencer os incautos a adquirirem MAIS um cartão com o mote "ah, ESSE aqui SIM, serve para comprar na internet".
Eu nem prestei atenção no comercial, só sei que, pelo finalzinho, deprecia uma moça que trabalha como caixa. Um babacão, no final, fala "Preciso perder o medo de comprar pela internet". Tipo assim, é, preciso perder o medo, e parar de comprar com gente de verdade, gerando emprego para pessoas simples, impostos etc.
Uma tremenda papagaiada. Tá, é ótimo para o país que o e-commerce se desenvolva. Mas, catzo, não pode ser uma coisa em detrimento da outra. E a publicidade deveria entender o quanto é importante na formação subconsciente das pessoas. No dia em que a gente achar melhor comprar pela internet (é melhor pela comodidade, sem filas, sem trânsito, etc, reconheço) porque assim a gente não tem que dialogar com uma moça meio tapada - no caso, como a caixa é mostrada no comercial -, bom, o que esperar daí em diante?
A vida virtual não pode substituir a noção de sociedade, de civilização. Senão, que substituam os publicitários por computadores também - ambos parecem ter os mesmos sentimentos, nessas horas.

Novo blog (temporário) no ar
Já está criado, mas ainda sem espaço para comments e sem contador, o blog A Copa vista da cozinha, especial sobre a Copa do Mundo, que ficará no ar durante a competição - a partir de hoje, só falo de Copa nesse blog novo aí. Aliás, a série Abolaieu passa a ser publicada lá.

Gil

Andaram falando no Gilberto Gil por aqui. Eu gosto dele, assim, com ponto final.
Mas gosto mais ainda dessa música:

“ESTRELA/Há de surgir /Uma estrela no céu /Cada vez que ocê sorrir /Há de apagar /Uma estrela no céu /Cada vez que ocê chorar /O contrário também/
Bem que pode acontecer /De uma estrela brilhar /Quando a lágrima cair /Ou então /
De uma estrela cadente se jogar /Só pra ver /A flor do seu sorriso se abrir /Hum! /Deus fará /Absurdos /Contanto que a vida /Seja assim /Sim /Um altar /Onde a gente celebre /Tudo o que Ele consentir .

Mudanças no Blog

Gostei das mudanças. Só não gostei da tonalidade do azul, achei forte demais.

Trip
Augusto Sales, editor do Falaê, escreveu um conto bem divertido, na Trip. Quer ler? Clica
AQUI.

Auto-ajuda

“Nunca se abale, pois até um pé na bunda te faz caminhar pra frente”.

Coisinhas de mulher

Parece incrível, mas o humor, decididamente, nada tem a ver com TPM. Essa é mais uma lenda. Senão, como explicar o mau humor que estou sentindo agora, digamos, “fora de época”? Depois de ter dormido bem e acordado feliz? Chamo a isso “coisinhas de mulher” que vão nos irritando de tal maneira a ponto de querer chutar um balde - de plástico, para não quebrar a unha do pé.
Moro numa aprazível rua de paralelepípedos, que até já me inspirou a escrever um 300 toques no Falaê!. Pois estes mesmos paralelepípedos que me inspiram, me irritam. Torço o pé nesse calçamento charmoso e arrebento sandálias e mais sandálias. Estas são “coisinhas de mulher” que me irritam. Apelo e visto um tênis. Mas não posso trabalhar de tênis.
Mas vem o fim de semana e com ele, o tempo pra escolher a roupa que me deixa confortável, secar o cabelo, tomar um solzinho, fazer depilação, ir à padaria de chinelos, vestir o indefectível modelito preto para a noite, acordar sorridente mesmo com olheiras e de cabelo em pé, arrumar a caixinha de colares e redescobrir um que estava por lá aposentado, coitado, e separá-lo para usar mais vezes. Vaidade. Mas como me chateiam essas “coisinhas de mulher”. Me lembra aquela outra história, do fecho-ecláir que arrebenta nas piores horas possíveis. Agora precisarei comprar uma sandália nova. Já decidi, vai ser uma vermelha lá da Rua do Catete.

Aviso ao mercado
Apesar de seu último post estar falando em depressão e cianureto e o mesmo estar datado de domingo 19 de maio, Marlos continua vivo. Quem morreu - e não foi suicídio - foi seu modem, o que, segundo ele, o impede de atualizar o Botequim. Assim que resolver o problema de conexão, ele promete voltar a atualizar com a mesma freqüencia.

A Turma da Fuzarca
Não, não estou falando de torcedores do Vasco. Estou falando da galera que vai começar a trabalhar na madruga. Tive a idéia: organizar almoços etílicos reunindo a galera que sair por volta de onze, meio-dia. Até agora, eu e Sérgio Maggi estamos nesse horário Oriental. Alguém mais se habilita a compor a Turma da Fuzarca (sei lá porque pensei nesse nome)?
Em 2000, cobri Olimpíadas pela Globo.com ali do prédio do Globo. Depois do batente, por volta de meio-dia e meia, eu e meu camarada Kanham saíamos ansiosos para encher o pote. Só que era horário de almoço, e neguinho não sabia de nada. Ou seja, todos ficavam olhando dois caras entornando TULIPAS E MAIS TULIPAS de chope no Galeto enquanto todos almoçavam para retornarem ao batente....

Roy Orbison
A cirurgia no Blogus 2 foi toda realizada ao som de "Blue Angel", "Crying", "I can´t stop loving you", "Pretty Woman", "Only the lonely", "In dreams" e outros sucessos na voz de Roy Orbison excelentes para serem ouvidos a dois. Claro que nessa ocasião eu ouvi ao lado do meu blog, que agonizava na sala de cirurgia....

Yeah!
Sim, está aí. Tudo pronto no Blogus 2. Coloquei o número não só para dizer que esta é como uma segunda versão da mesma coisa, como também para lembrar que são dois que escrevem aqui.
Só falta a tag do link com a caixinha de genérico do Falaê, e estamos conversados. Bem-vindos ao Blogus 2.
Agora sim, acho que dá para continuar a blognovela da Marta Morales - alguém ainda lembra? Acho que não.
Boa terça-feira a todos.

27 maio, 2002

O bisturi, por favor
Colocadas as cores - que espero sejam definitivas (gostaram do azul?) - vamos para uma parte complicada: os links da tabela lateral. Espero agora acertar. Bom, acho que só falta a imagem da caixinha de remédio genérico que linkava para o grande Falaê. Onde será que guardei? Guardei?

Cirurgia em andamento
Comments quase bons, contador de volta. Agora, as cores. Testando, testando....Cadê o laranja?

Ok, Houston
Primeiro passo da cirurgia: recolocar o contador da Bravenet e os comments em seus devidos lugares.
O chato é que para as mudanças terem efeito eu tenho que postar alguma coisa.
Alguma coisa.

Em modo de espera
Tive que trocar de template apenas para recuperar a capacidade de publicar posts. Algo aconteceu na outra template (que eu fiquei semanas desenvolvendo) e tive que trocar, me livrando de TODOS os links, do complicadíssimo sistema de comments, dos links musicais, das cores, das fontes, tudo.
Podem imaginar o meu humor para fazer tudo isso agora, minutos antes de começar a me arrumar para o trabalho. Ou seja, só vou fazer tudo voltar ao normal quando eu tiver umas três horas livres.
Até lá.

À espera de julho
Cai o domingo, já é segunda-feira. Terminou mais um plantão, começa a semana normalmente, e daqui a pouco um mês que promete ser dos mais difíceis, sem folga. A de três dias que eu teria no próximo fim de semana já caiu, virou apenas um dia. Meu horário será de três da manhã em diante - sem muito desse negócio de hora para sair. Função específica: nenhuma; se faltar alguém, eu faço o jogo. Se não faltar ninguém, faço matérias especiais sobre vários grupos. Se faltar um subeditor, eu fecho. Enfim, o coringa de suruba.
Mas não falo em tom de reclamação. Nem pensar. Muito trabalho, mas com felicidade. Lamento ficar sem beber com o pessoal, mas não tem jeito. Só em julho ficarei mais livre, com alguns dias de folga. Enquanto isso, uma Copa inteira para ver e escrever sobre.
Sinto isso, nesta noite de domingo que termino ouvindo Tom Waits: no meu momento atual, trabalhar é bom sim - pelo menos o meu trabalho. Ah, e se eu estiver melhor da bronquite nesta segunda, sim, nesta segunda dia 27 de maio em que se completa um ano da conquista do tricampeonato pelo Flamengo com gol de Petkovic, sim, eu garanto que sairei do trabalho e irei tomar umas doses de vodka com gelo, nem que seja sozinho, olhando alguma paisagem - afinal, além do gol do Petkovic, terei completado um ano como solteiro oficialmente.
Foi bom ter comprado esse CD do Tom Waits que está rolando agora. Para pensar, nada melhor. Pensar naquela que não deu certo, pensar naquelas que querem uma coisa e você quer outra, pensar naquelas por quem você torce, mesmo que você não faça parte desses planos. Sim, como eu disse outro dia, há noites em que o cálice parece se quebrar - mas em silêncio. Noites em que, se alguém me perguntar se eu acredito em futuro, eu pediria simplesmente uma abstenção. Para que o futuro serve, se ainda não chegou, e se nunca chegará de vez?
Boa segunda-feira - acreditem, é possível.

Template 3
Espero que ninguém nunca me pergunte "o que é template"?

Template - 2
Para piorar, ainda repetiu o post dezenas de vezes.

Template
Com problemas. Tive que trocar. Um saco.

26 maio, 2002

Saturday night almost dead
Eu me conheço razoavelmente bem, e já tenho um entrosamento de alguns anos com a minha Gripe. Conheço mais minha Gripe do que a muitas namoradas que já tive - com a diferença de que nunca brigamos por causa do controle remoto.
Logo, sei que depois que minha Gripe vai embora, deixa a Bronquite. Sempre. Este ano, ela não só demorou pacas a chegar (desde janeiro eu não caía de cama, e em janeiro foi amigdalite) como ainda foi embora rápido. Graças ao consumo diário de Cewin e sucos diversos, principalmente os sucos de soja Ades. E principalmente o de pêssego.
Enfim, sábado à noite, saio do plantão com uma bronquite daquelas. E nessas horas sei que a única coisa que adianta é ficar quieto, e paciente. Sem estresse. Me torno anti-social. E decido fazer a única coisa possível: passar a noite em frente à TV, até conseguir dormir.
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Começo vendo "Shaft", com Samuel L. Jackson. Gostei. Mas não entendi porque foi tão badalado - filmezinho bobo pra cacete. Os mesmos cenários: bairros negros, cheios de caras com casacos grossos e colares, com raps e fumaças que ninguém explica de onde vem. Trilha sonora do Isaac Hayes e muitos tiros. Personagem do Jackson é clichê: um negão que dá porrada em todo mundo e fala Fucks e Goddamns com aquela velha e educada freqüencia. Mas o filme vence, tudo bem.
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Termina "Shaft" e giro o controle remoto. Ah, uma das minhas atrações preferidas: o inacreditável Sabbá Show, apresentado pelo não menos inacreditável Daniel Sabbá, marido corno da Syang - artista que até hoje eu tento descobrir o que faz, mas é realmente impossível. Sei de uma coisa: não é tocar guitarra o que ela faz. Bom, mas no Sabbá Show, está rolando um show do Pepeu Gomes. E ele está cantando uma daquelas ruins, dos anos 80. Não, não é "Pedra não é gente ainda", é algo do nível.
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Corta o show. Não dá para identificar o lugar. O som é péssimo e a imagem não menos. Cheguei a achar que o Pepeu Gomes era o Ozzy Osbourne. Mas garanto que não fiz confusão maior do que nenhuma das filhas dele. Sabbá entrevista três delas, com aquele velho estilo intimista. "E aí? E o paizão?". As filhas (três) respondem que o paizão é 10. Sabbá, inspirado, diz, "o Armandinho disse que seu pai tem um pouco de Jimi Hendrix". As filhas concordam. Uma delas: "Papai tem toda essa influência do JIMI (saquem a intimidade), assim como a mamãe tem tudo da Janis Joplin".
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Pepeu então é o Jimi Hendrix e a Baby, a Janis Joplin. Pepeu, reconheço, toca como poucos. Mas sua música não tem o menor traço da música de Hendrix. E mais uma vez faço a imortal citação do Maloca: no dia em que a Baby cantar como a Joplin, o Tiririca vira presidente da Academia Brasileira de Letras.
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Daniel Sabbá continua sua peregrinação. O próximo entrevistado é o Armandinho, guitarrista. Tá mal o cara. Muito doido. Aí dispara: "Pepeu é um guitarrista que desde o início me encantou, tinha toda aquela influência de Jimi Hendrix (ahá! foi ele mesmo!), mas com pitadas de Bossa Nova e o encontro com o Rock, e com sua guitarra deixando fluir a brasilidade".
Eh?
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Sabbá se encontra com Jorge Benjor. Esse, eu nem gosto de falar. Tentei uma coisa simples e que eu achava legal, ano passado: pedir ao Jorge Benjor um texto de 30 linhas sobre o Flamengo, uma de suas paixões. No dia em que falei isso com amigos jornalistas que trabalham em cultura, neguinho mandou: "Ih, ele não fala", "Benjor? Vive isolado no interior de São Paulo", "Ih, o cara só sai da toca de vez em quando?", "Olha, tentar você pode, mas acho difícil".
Liguei para uma assessora que era amiga de uma ex-assessora do cara, enfim, tentei de tudo. Isso porque eu supunha ingenuamente que um artista precisava manter uma certa exposição simpática na mídia para vender seus discos, mas eu estava enganado. Enfim, fiz esse esforço todo, como diziam lá no interior, caguei sangue, e porra nenhuma.
De repente, neste sábado descubro que o Jorge Benjor e o Daniel Sabbá são....AMIGOS DE INFÂNCIA! Sério! Abraçados - muito, mas muito doidos - eles falavam que gostavam muito do outro. Jorge Ben falou de seu disco, falou do Pepeu, e eu não entendi coisa com coisa. Sabbá agradeceu, Jorge Ben também, e eu fiquei sem entender - porra, por que os dois agradeceram? Quem fez alguma coisa para alguém aí? Ah, deixa quieto.
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Saio deste rico programa do Sabbá e dou mais uma girada na TV. Pego no GNT, já no final, o "Estranhos fins de semana de Louis Theroux", programa excelente, talvez o melhor que eu já vi na NET, só que estava tão no final que eu nem vi o tema. Volto para a TV aberta e caio na MTV. Agora, se segurem.
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Em um cenário meio avermelhado, vários homens e mulheres que eu nunca vi na vida - à exceção da Marina Person e de uma outra VJ - conversam. Os diálogos me confundem.
- Ah, sei lá, no fundo é gostoso...- diz uma.
- O preconceito rola, vocês sabem, mas acho que, aí, nada a ver....- diz outra.
- Bom, eu sou gay, mas não curto não - diz um cara.
- Olha, talvez friccionar o local eu até sinta prazer, mas colocarem o dedo no meu acho que eu não curto não - diz um cara de cabelo enrolado.
- Ah, gente, não quer dizer que o cara seja homossexual, homossexual é o cara que gosta de pinto, que gosta de outro homem, o cara gostar de uma dedada, sei lá, nada a ver, pode ser a do cara - disse outra, sendo um pouco mais clara (?)
Sim, eu caí numa mesa redonda da MTV cujo tema - que pelo jeito estava tomando todo o tempo dos participantes - era "Dedadas no rabo".
Depois dessa, desliguei e fui ler Raymond Chandler. Pena que eu não podia beber sequer um ginlet. Depois dizem que a TV não estimula a leitura.

24 maio, 2002

Abolaieu - Cena 3
Eu e os três outros grandes clubes do Rio
Botafogo
Sim, eu confesso: já vesti a camisa do Botafogo. E não vou dizer que o Botafogo era um time inofensivo ou indiferente; vesti a camisa do Alvinegro em um momento de maniqueísmo, era eles ou o Flamengo - não que houvesse alternância de títulos, pois quem ganhava era Vasco ou Fluminense - afinal, como eu escrevi no texto publicado no Spam Zine, em minha casa o problema de meu pai era com os botafoguenses.
Apesar de estar em plena era Charles Borer (presidente que levou o clube pro buraco) o Botafogo vencia alguns clássicos, infernizava, ou mesmo colocava água no chope da gente. Por duas vezes, em 1979, tivemos que comemorar títulos com um empate. Um deles, de 2 a 2, em que até Gil fez gol de cabeça - e quem conheceu Gil sabe que gol de cabeça dele soa mais ou menos como ministro da Marinha boliviano. Para se ter uma idéia: como ponta, Gil era conhecido como Búfalo Gil. Depois, viraria bom técnico, mas hoje em dia esquecido.
Mas como eu ia dizendo, vesti sim a camisa do Botafogo, em nome da pelada da praia. Tudo se fazia pela pelada, inclusive superar rivalidades. Mas quando tentaram organizar e fazer o que hoje é conhecido como "time-contra", chegou-se ao extremo de colocar uniforme. E várias vezes eu caí no Botafogo. Teve um domingo que não teve pelada. Eu e uns amigos subimos ao apartamento do cara que era dono do time e tocamos a campainha. O cara abriu a porta com o radinho de pilha na mão, jogo rolando, com o maior sorriso do mundo:
- Fogão 1 a 0, gol de Renato Sá.
Eu não estava vestido com a camisa, mas tinha vestido na semana anterior ao domingo em que ouvi essa frase. Para o Botafogo, o jogo não valia nada. Para o Flamengo, significava alcançar a marca de 53 jogos invicto, um recorde brasileiro. As mais longas seqüencias chegam a 52 jogos. Aquela, do Flamengo. E outra, do Botafogo.
Eu disse que o jogo não valia nada para o Botafogo?
Isso é o que torna o futebol apaixonante - valia, e muito para o Botafogo. E venceram sim, com aquele gol mesmo de Renato Sá (que um ano antes, jogando pelo Grêmio, fez dois gols que tiraram A MESMA invencibilidade do Botafogo...), numa tarde em que o goleiro Borrachinha foi herói.
Sim, era isso, enfim cheguei onde eu queria: é por isso que eu amo o futebol - só no futebol podemos escrever a frase "Borrachinha foi herói".
Fluminense
Sem qualquer demérito, para mim sempre foi visto, quando criança, como o time dos garotos que não andavam descalços na rua. Sempre tinha tênis novos, bicicleta, autorama, esses garotos que eram Fluminense.
Mas que magia tinha esse Fluminense, na caneta de Nelson Rodrigues em O Globo. Uma mística inegável. Em 1976, triste eu estava, ouvido colado no radinho, tentando entender uma final Vasco x Fluminense. E aos 14 minutos da prorrogação, do SEGUNDO TEMPO da prorrogação, tive ciúme, ciúme de criança: meu ex-ídolo Doval, o centroavante argentino, fez de cabeça o gol do título tricolor.
Depois, meu relacionamento com o Fluminense seguiu adiante, mas faltava sempre um ingrediente: Isordil, o famoso remédio para o coração.
Em 1979, abri janelas por toda a casa berrando: "Cláudio Adão" (nossa, isso é absurdo demais), depois que o espetacular crioulo centroavante empatou (vestindo a camisa 16, tinha ficado no banco) o Fla-Flu em cima da hora.
Quatro anos depois, Assis, do Fluminense, ganhou um título estadual com um gol aos 46. Em um Fla-Flu. No ano seguinte, 1984, aos 30 do segundo tempo, tome Assis de novo. Meu pai, que tinha sofrido com Assis no ano anterior, já não estava mais na Terra para ver. Com certeza não teria aguentado tamanha bi-decepção.
Em 1991, veio a final do Estadual, novo Fla-Flu. Júnior, o grande Júnior, seu último estadual pelo Flamengo (antes de ganhar o Brasileiro no ano seguinte), deu show, 4 a 2 na final, com sobras.
Aí, essa parte, todos sabem. A bola bate na barriga do Renato Portaluppi e os tricolores escapam por pouco de estarem amargando um jejum de 17 anos sem títulos. No final do jogo, como tem que ser mesmo, Fla-Flu é isso. Deveria ter lá, no patrocinador das duas camisas, pelo menos quando fosse Fla-Flu: Um bom jogo pede Isordil, Isordil, o remédio oficial do Fla-Flu.
E teve ano passado um pênalti batido pelo Cássio. Mas deixemos Sobrenatural de Almeida descansar em paz.
Vasco
O Vasco foi sem dúvida alguma o clube que mais me deu alegrias e tristezas. Mas me considero no lucro. O Vasco me fez feliz em 1974, 1978 (gol de Rondinelli), 1981, 1986, 1990 (perderam do Botafogo, mas ri muito deles carregando caravelas), 1992 (ganharam do São Paulo e classificaram o Flamengo para a final do Brasileiro), 1996, 1998 (Raúl, do Real Madrid), 1999 (Rodrigo Mendes, de falta), 2000 e 2001 (Petkovic). Fora o Mundial Interclubes de 2000, perdido para o Corinthians.
Fiquei triste com as derrotas para o Vasco em 1977, 1987, 1988, e com as goleadas sofridas em 1997 e 2000 (5 a 1 na Taça Guanabara). E foi só.
Mas é um clube que respeito por sua história, por seu passado. O futuro, não dá para respeitar: joguete nas mãos de um dirigente ambicioso, que viu na polarização agressiva com o Flamengo a melhor forma de perpetuar seu poder.
E teve Romário, claro. O Vasco teve a capacidade de criar um ídolo de todo mundo, um ídolo de todo o Brasil - para mim, todo brasileiro que gosta de futebol de verdade, desde criança, tem que ser a favor do Romário na Seleção. Se não é, é tecnocrata ou guru da objetividade.
Teve também Edmundo, o rei da antipatia. Romário venceu a briga com ele, afinal em 2002, bem mais velho que o antigo símbolo vascaíno, foi pedido para a Seleção enquanto Edmundo está exilado no Japão.
Antes deles, às vezes ao mesmo tempo, teve Mazinho, Geovani, Bismarck. Também Guina, que foi expulso junto com Zico depois do gol de Rondinelli em 1978 - como poderia esquecê-lo?
O Vasco sempre terá uma cara de luta eterna, de continuidade da vida. Você briga com sua namorada, toma um pé na bunda, fica mal no emprego, se endivida, perde alguém, mas não importa muita coisa se no dia seguinte tem um Flamengo x Vasco decisivo. Acho que até velório deveria ser proibido durante um Flamengo x Vasco decisivo. Acima de tudo, não é um mero jogo de futebol, é um confronto entre nações. Populacionalmente falando, muito maior do que irlandeses contra ingleses, texanos contra mexicanos, bascos contra catalães. Flamengo x Vasco decisivo é ponto facultativo para Deus, meus caros.
Mas acima de tudo, nas décadas de 70 e 80, para mim, o Vasco era o sorriso de Roberto Dinamite. Se ele estivesse sorrindo em alguma foto, eu estava infeliz. Tinha sido gol dele. E quantos gols, quantos gols fazia Roberto Dinamite.
E por muitos anos, talvez até hoje, o sorriso de Roberto Dinamite seria a cara do futebol do Rio - o sorriso da felicidade descompromissada com o futuro, como deve ser o sorriso de quem está dentro de um estádio querendo somente uma tarde inesquecível - como são as tardes no Maracanã, seja ao lado de pai, irmão, amigo, namorada, primos, primas, enfim, tardes em que o domingo não se lembra da segunda.
Próximo capítulo: Cinco situações em que o futebol muda a sua vida (como mudou a minha), texto publicado originalmente no SPAM ZINE, e que publicarei aqui só na semana que vem

Gripe

Gripe solidária. Estou gripada também. Se bem que pode ser apenas uma alergia, dei muitos espirros. Mas vim trabalhar, sem a menor disposição. Lembrei do Tylenol que ando na bolsa, mas agora tem até cabelo no remédio. Vitamina C e cama ainda é a melhor solução.

Day-off forçado
A queda brusca de temperatura (gosto mais do frio mesmo, mas aqui no Rio a coisa podia ser um pouco gradual) me pegou de jeito. A gripe não está tão forte como no ano passado, mas foi o suficiente para me impedir de ir trabalhar hoje. Portanto, não me procurem na redação, não vão me achar.
Domingo talvez eu tenha o orgulho de estar em mais uma edição do SPAM ZINE. A edição será sobre futebol. Mandei um texto intitulado "As cinco situações em que o futebol pode mudar sua vida (como mudou a minha)".
Não publicarei no blog. Quem quiser ler, é só se inscrever no link aí na tabela lateral....

Fim de semana

Não acontece mais nada na minha vida. Mentira, claro. As emoções continuam, os cheques continuam voando (tem um por aí que até agora não descobri onde foi parar, mas estou na pista dele), passei a semana no itinerário trabalho-casa-casa-trabalho. Isso também ocorre porque estou na semana diet (aquela em que você abre a geladeira e só encontra água). E esse fim de semana será igual. Não pretendo me aventurar por aí de novo naquela "roubada" que foi semana passada.

Grife

Um colega de trabalho definiu muito bem a vice-candidata de Serra: uma grife.
Por essas e por outras seguirei o conselho do Millôr e já separei o pregador mais bonitinho que tenho em casa para usar no dia 6 de outubro.


Sobre pac-man e homem aranha

Li o post do Gustavo e lembrei imediatamente da coluna Esquina Carioca, da última edição da Revista Domingo, de Joaquim Ferreira dos Santos, "Sem essa, aranha". Vale a pena.

23 maio, 2002

Boato ou verdade
Recebi a seguinte frase por email:
"Vídeo-games não influenciam crianças. Quer dizer, se o Pac-man tivesse influenciando a nossa geração, estaríamos todos correndo em salas escuras, mastigando pílulas mágicas e escutando músicas eletrônicas repetitivas."
Kristian Wilson, Nintendo Inc, 1989.

Se for verdade, é muito boa. Serve para analisar o momento atual, em que pessoas de 25 anos em média são clubbers, gostam de ecstasy e ouvem o chatérrimo tecno. Geração Pac-Man. Por isso que faz tanto sucesso a maquininha do jogo lá na boate tecno Casa da Matriz.

Dias agitados
Terça, show da Cláudia Holanda, amiga através do site Falaê. Quarta, dois aniversários de uma só vez. Um no Don Scracho e outro no Bukowski.
Haja dinheiro (quase no fim), haja saúde (deu uma caída com a queda de temperatura). Sábado, fiquei sabendo por outras fontes, dois camaradas de Sampa estarão por aqui. Hoje, quinta, tentarei não me mexer, poupando saúde e dinheiro.
Pelo menos ontem deu para descobrir que o Bar Bukowski, na Rua Paulino Fernandes (onde era o bar da Casseta) em Botafogo, é o último reduto de rock and roll em todo o Rio de Janeiro. O resto é só calminho.

Frases espirituosas
"O homem-gangorra é aquele que é tão chato, mas tão chato, que quando ele senta
todos se levantam"

Dificuldades?
O blog está carregando mal, mas quem entra pode perceber que é por causa da foto antiga, do pessoal da UFF. Espero que em alguns dias o problema seja resolvido.

21 maio, 2002

Blogspot fora do ar
Não há muito o que fazer a não ser esperar e ir fazendo testes.

Só mais um "Classificados poéticos"

Procura-se um equilibrista
que saiba caminhar na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote cheio de fantasia
que saiba escalar nuvens arredias
que saiba construir ilhas de poesia
na vida simples de todo o dia

20 maio, 2002

Na Lapa

Se bem me lembro, na última vez em que estivera na Lapa tomei um chope no Nova Capela. Faz um tempinho. Porém, especificamente, na Rua Joaquim Silva, não sei quando estive pela última vez. Minto: sei sim. Foi neste fim de semana. E quando escrevi “a última vez” é porque é a última vez mesmo.
Não adianta fazer referência ao passado boêmio e tradicional do lugar e, nostálgica, usar o blábláblá para dizer o que todo mundo sabe. Eu também não era assim há três anos.
A Lapa está muito viva. Está lá a diversidade de que tanto falam devidamente demonstrada nas músicas, bares e no público. Turistas passam apalermados, filmando tudo. A multidão lota a Rua Joaquim Silva, andando devagar. Eu não tinha noção que estava assim. Bem, eu li uma matéria, se não em engano no Jornal do Brasil, comentando sobre a efervescência do lugar, mas não imaginei esta situação, tanto que me assustei. Resultado: lá estava eu, em meio à multidão, com três amigos. A primeira impressão foi a de estar numa festa junina, com a rua toda enfeitada para a Copa, milhares de barraquinhas por todos os lados, o que já não era muito agradável. Parece que até o ânimo para esta Copa do Mundo está forçado. Alguns homens circulavam com uma bandeja na mão vendendo doses de uísque no meio do povo. Melzinho pra lá, batidas pra cá. Alegando velhice e cansaço, conformada por já estar lá, sugeri que entrássemos no bar da esquina. Ainda bem, porque dez minutos depois, um tiroteio transformou a rua num cenário de guerra. Um morto na escadaria que leva ao Convento de Santa Teresa, aquela mesma que a partir de 1990 vem sendo azulejada pelo pintor chileno Selarón, morador da subida, e autor da idéia de pôr azulejos colados nos degraus usando somente as cores da bandeira do Brasil. Pouco tempo depois, mais tiroteio, dessa vez muito perto de onde eu estava. O dono do boteco e seu ajudante cerraram as portas e ficamos trancados dentro do bar. Eu atrás dos engradados de cerveja. Meu amigo colado feito lagartixa na parede. Pessoas deitadas no chão. Alguém derrubou um copo de vinho vagabundo na minha blusa branca. O bar reabriu, saímos para procurar o caminho de casa e estava lá o corpo estendido no chão. O que aconteceu? Nada. Todos continuaram bebendo, cantando, dançando, fumando, felizes, alheios, entorpecidos, como se não tivesse acontecido nada fora do normal. Mas precisava acontecer tanta normalidade a minha volta, caramba?

Poesia

É tão bom abrir o e-mail e receber coisas assim:

De Roseana Murray - "Classificados Poéticos"

"Perdi maleta cheia de nuvens
e de flores,
maleta onde eu carregava
todos os meus amores embrulhados
em neblina.
Perdi essa maleta em alguma esquina
de algum sonho
e desde então eu ando tristonho
sem saber onde por as mãos.
Se andando pelas ruas
você encontrar a tal maleta
por favor me avise em pensamento
que eu largo tudo e vou correndo..."

Monday, monday
Depois de um fim de semana extremamente rock and roll, um descanso rápido na segunda-feira (antes de sair para resolver coisas bancárias, colocar o som no conserto e comprar coisas de "necessáire").
Um bom começo de semana para todos.

19 maio, 2002

Satisfaction
Let´s drink to the hard working people, let´s drink, to the salt of the earth. Essa foi a trilha sonora de um fim de semana bacana pacas. Super-sábado, circulando por casas de amigos e amigas, bebendo, vendo futebol, fazendo música, encerrando com sinuca e no fôlego final lá pelas cinco da matina, todos de alto astral batendo papos, bebendo Maracavodka (n. do t.: bebida a base de maracujá, leite condensado, gelo e vodka, criada para assistir jogos de futebol quando você tá puto com o time pelo qual vai torcer) e ouvindo Sinatra, Billie Hollyday, Stones, Rory Gallagher, Elis Regina, Baden Powell.
Yeah, i get satisfaction. Never mind the bollocks.

18 maio, 2002

Blognovela
A minha, até agora, não continuou. Mas prometo dar um jeito.
Mas recomendo a blognovela do The Axe, o primeiro capítulo ainda está no ar. O prólogo já foi, mas dá para entender mesmo assim.

Problemas
Um trabalho hercúleo, mas consegui upgradear o sistema de comments. Consegui? Não sei. Me parece que está a mesma coisa. Diminuí um pouco a letra e, sem querer, claro, exterminei os arquivos, que deveriam ficar ao lado direito, no topo da tabela lateral.
Se alguém souber comandos de arquivos de blog, me envie, por favor.

Desculpas
Terei que pedir desculpas à Roberta por ter dito na sexta que eu iria ao Cais do Porto ver shows no sábado. É que eu não sabia que seria um encontro de gente moderna. Eu tô fora. Me sinto ultimamente tão moderno quanto um rótulo de Minancora.

Ouvido colado no radinho
Daqui a pouco começa a preliminar de América x Friburguense. Qual? Sim, Flamengo x Botafogo. Triste fim para o Flamengo, triste fim para o futebol do Rio.

Hã?
Eu não sei como um sujeito já de "meia-idade" (sou pessimista) como eu ainda lê o Rio Fanzine. Mas tudo bem. Li porque fui tentar descobrir o que era Mogwai, pois um amigo de Sampa tinha dado uma descrição interessante desta banda escocesa. Acabei vendo toda hora no texto "depois, o show do Kid Loco..." ou "termina cedo para a galera ir no armazém 6 ver o show do Kid Loco..." e várias outras citações do Kid Loco.
Fiquei pensando: "Que merda é essa?"
Acertei, sem querer.
Kid Loco é um DJ FRANCÊS!
Porra, pelamordegregório. Alguém conhece lugar onde a música seja mais cafona do que a França? Daqui a pouco vão importar programas de auditório da Itália também, né?
E no mais, nem de sacanagem que eu um dia sairia de casa para ver um show de DJ! DJ não é artista, porra!

Paciência
É o que eu peço a todos. Ao colocar a foto abaixo, esqueci que tornaria a entrada no Blogus mais lenta. Mas logo logo a foto desce. Ah, estou testando o upgrade do novo sistema de comentários do Yaccs, portanto desculpem o transtorno.
Bom fim de semana!

Aqui jaz um post
Lembra do texto e da foto sobre a UFF, eu dizendo que não me sentia bem ao ver a foto, porque tinha uma moça tal e as pessoas felizes e coisa e tal? Estava tudo aqui, neste post.
Pois é, malandro. Babou! Tirei a foto - não porque me fizesse mal, mas porque estava fazendo mal ao blog, que demorava mais de 10 minutos para carregar, conforme reclamações que recebi. Então taí, problema resolvido.

17 maio, 2002

Secada em conjunto
Estou dando meu apoio público ao colorado Renato de Alexandrino na corrente para secar o Grêmio na Libertadores, como bom rubro-negro que sou. É importante que os caras não passem para as finais. Toda força, portanto, para a secada.

Blog novo na área
A dúvida é se ele vai ter tempo para escrever alguma coisa, afinal o cara tem uma vida noturna mais agitada que a do Edílson e a do Vampeta juntos. Mas o Luiz Hagen abriu seu web log na internet - o endereço é http://ap603.blogspot.com. Os loucos que moram com ele participam da empreitada.

"Família, família, almoça junto todo dia"
Na minha família só tem maluco. A começar por mim. Tem tia, primo e filho de primo que não acaba mais, é uma multidão. A maioria eu esqueço que existe, só tenho notícia quando encontro na rua, ou quando ligo para aquela única tia com quem me identifico e fico sabendo das novidades:
- Você não sabia? A Isa se separou; a Bela casou e está morando em Londres; a Jô esteve numa fase difícil, envolvida com drogas, mas agora está bem. Teve um neném. Coitadinho, nasceu doente.
Então eu fico penalizada, o quanto a distância me permite, e me lembro de um primo, aquele que era modelo, e pergunto por ele também. Não é mais modelo, agora é pai. E a avó dele, minha tia, parou de fumar? Que nada. Já teve enfisema e não está nem aí. Fico sabendo, ainda, que a Lu surtou e o irmão dela está numa tribo indígena no Mato Grosso. No domingo, almoço na casa da minha mãe e conto as últimas notícias. Ouço expressões como “é mesmo?”, “nossa”, “que bom” e surgem algumas boas lembranças, da época em que vovó trazia abacates do sítio.
“Papai esteve lá em casa ontem”, informa Adriana, minha irmã mais velha. Silêncio na sala. Ana fica calada. Mamãe ri. Na nossa "panelinha", o tom muda de figura. Falem mal de algum de nós e entrarão na porrada, mesmo que a gente concorde. Só nós temos o direito de nos magoarmos.
Comecei essa história toda para falar da minha mãe. Como é forte a minha mãe. Com aquela aparência frágil, 45 quilos, mesmo assim, ela parece ter os ombros daquela poesia do Drumond. E é engraçada, também. Ontem ela quis me convencer a abandonar o cigarro. Apontou a foto do bebê no maço e disse: “viu, minha filha, que coisa horrível, você devia pensar nisso”. “Hãhã”, respondi. “Sua irmã parou, levou um susto, você devia fazer o mesmo”. “Vou parar, mãe, vou parar”. Ela deu um sorrisinho de lado e veio com essa: “então pense no seu gato, coitado, ele já sofre de asma, vai ficar pior ainda respirando essa fumaça” e desabou de rir.

Feliz

Ontem eu acordei muitíssimo feliz. Hoje também.
Tenho que escrever essa felicidade rapidinho. Não que ela vá passar, durou até hoje e vou levá-la comigo no fim de semana, só não sei ainda pra fazer o quê. De repente, pra ficar em casa mesmo.

Mulheres lindas
Um nome estranho para se guardar: Carla Pinto. Por fora, parece uma cantora do tchan, só que mais linda do que qualquer uma. Altíssima, loura, corpo escultural, linda, com um sorriso destruidor. De repente, ela sobe a um palco e acaba a impressão de loira do tchan: canta como se fosse a última coisa a ser feita na terra, canções tristes, blues, rock n roll e até Mustang Sally. Estava conversando com o Maggi outro dia, porra, não bastava a mulher ser linda, tinha que ainda saber a letra de Mustang Sally e cantar pra cacete?
Mulheres lindas são um problema. Há pouquíssimos anos atrás eu achava que era simplesmente um suplício existencial ter que viver até o último dia da minha vida sem a Meg Ryan ao meu lado. Só depois que uma multidão de uns 600 milhões de sujeitos se aboletou embaixo da minha janela gritando "eu também não comi" que eu melhorei dessa depressão insolúvel.
O que define uma mulher linda? É algo além de capa de revista. Para se ter uma idéia, apesar de eu ter feito a comparação com Carla Pinto no primeiro parágrafo, NENHUMA mulher de sambalanço tchan é linda, nenhuma merece esse adjetivo. Podem ser gostosas, bonitas, tesudas, cachorras ou sei lá o quê - mas LINDA é uma palavra quase etérea. Por exemplo, Andréa Beltrão é linda.
À mulher linda não cabe apenas o despertar da libido - o máximo que as moças do tchan conseguem. À ela cabe sim, o suspiro inconformado - "por que não eu?" de todo homem de bom gosto. Julie Delpy é linda. É preciso também que a mulher linda esteja o tempo todo querendo transcender a própria beleza, ainda que os anos passem e ela não consiga se libertar de ser linda - ora, Brigitte Bardot é um exemplo, Jacqueline Bisset outro. Bardot passou anos lutando pelos animais, porém continuou sendo linda. Catherine Deneuve tateando a palma da mão de Bjork dentro de um cinema também é linda. Aos 50 ou 60 anos, nem sei.
À mulher linda é dado o poder do sorriso - mesmo o mais vulgar dos operários de obra é capaz de se concentrar no sorriso de uma mulher linda e esquecer da bunda que o faz assobiar. Juliette Binoche tem um sorriso lindo. A mulher linda é econômica nos sorrisos, e mais do que isso, revela com dificuldade o que a faz sorrir - os homens que descubram, ora! Do mesmo jeito que às mulheres lindas é dado o poder de se irritar e não dar satisfação - um homem que merece estar com uma mulher linda é no mínimo capaz da prestidigitação, logo tem mais é que adivinhar o motivo do tédio da mulher linda.
Liv Tyler é absurdamente linda. Mulheres lindas têm a faculdade de transformar nós, homens, em sujeitos de gosto refinado. Afinal, todo mundo sabe que nós somos pouca coisa mais eruditos do que o Homer Simpson. Mas diante de uma mulher linda podemos escrever um poema de Walt Whitman. Como homens de gosto refinado, passamos a reparar em olhos - ou seja, temos que agradecer às mulheres lindas por nos dar o poder da clarividência. Afinal, sem elas passaríamos o resto da vida sem notar as duas criações divinas estampadas no rosto da mulher linda. Patrícia Poeta é linda.
Enfim, a mulher linda transcende mesmo. Geralmente ela é gostosa, mas a gente não tá nem olhando para isso. E também é linda, mas a gente nem repara - pois na presença de uma mulher linda, só conseguimos olhar para o nada, para a linha do horizonte, para o passado e para os sonhos futuros. Eu conheço várias mulheres lindas - com vivacidade, voz, talento, respostas rápidas, saudades bem vividas e deliciosos olhares espertos. Mas nem preciso dizer isso a cada uma, elas sabem que são mulheres lindas.
Enfim, é claro que eu só poderia encerrar de uma maneira: o único problema das mulheres lindas é que não querem porra nenhuma comigo. Quer dizer, tirando a Liv Tyler. Hã? Que que foi, amor? Ah, tá, já vou para a cama, vou só terminar este post aqui.
Feliz sexta-feira.

Houve o imprevisto
Folga, só de sábado a segunda. Esta sexta estarei lá inventando moda na Cidade Nova. Bom, eu já sabia dessas coisas desde o vestibular. Sem estresse.

16 maio, 2002

Miniconto - Vaidade

Mina entrou no palco radiante, como se não estivesse preocupada com dinheiro. Nunca ninguém a viu interpretando tão bem.
Na primeira fileira da platéia, sua filha, uma menina tímida, feia e adolescente, roía as unhas preocupada com o aluguel do apartamento em que moravam. Mas ela não fazia parte do cenário, ela não poderia resolver nada. Sua mãe, sim. Observava orgulhosa a interpretação da mãe, mas ao mesmo tempo não conseguia compreender como toda aquela apresentação, os gestos precisos de Mina, a voz melodiosa, seus passos milimetricamente treinados; como poderia toda a aura que envolve os artistas não as tornar ricas? Nem o figurino valorizando as coxas de sua mãe. Nem o cenário. Nem a iluminação. Nada. Elas sairiam dali tão falidas quanto entraram. Lembrou-se do pôster de um espetáculo antigo que Mina participara pendurado na parede da sala em sua casa. Letras garrafais no cartaz dizendo "envolvente atuação de Mina Florença" com uma bela foto de corpo inteiro da atriz.
Acabou o primeiro ato. Correu ao banheiro, ansiosa para fumar um cigarro. Fumava escondida. Tocaram as campainhas, voltou ao seu lugar. De repente, lembrou-se de Mina na cozinha, gritando e olhando-a com certa repugnância. Recordou aquele olhar e não se sentiu querida. Por um instante pensou “ela teria me abortado”. Apreciava o talento da mãe e a admirava, mas se entristecia pensando que nunca seria tão magnífica quanto ela. Quis fumar outro cigarro. Olhando-a atuando, julgou-se ainda mais feia e estúpida. Aproveitou o escuro do teatro e chorou. O namorado da mãe, sentado ao seu lado, percebeu suas lágrimas, mas ela disfarçou dizendo estar emocionada com a peça. Desviou o olhar da mãe para estancar o choro e só então percebeu como eram ruins os outros atores. Descata-se entre amadores, foi o que pensou, falta-lhe carisma. Sorriu, então, possuída por uma felicidade invejosa e vingativa. O espetáculo terminou sob aplausos e elogios à belíssima atuação de Mina. O espetáculo acabou. Voltou ao banheiro. Encarou-se no espelho. Sentiu-se bonita. Abriu a bolsa e retirou da carteira um retrato 3 x 4 do pai. Ele era estranho, mas não achou-se parecida com ele. Acendeu um cigarro e recusou-se a ir ao camarim.

Adeus ao nunca
Perdemos pessoas ao longo do caminho - e não nos avisaram disso desde o início. Nunca, nunca nos acostumamos. E não falo apenas dos mais próximos, mas de todos. Ano passado, foi um dia difícil o dia em que George Harrison se foi, pois eu estava acostumado à existência dele, lançando um disco uma hora ou outra, participando de shows, trazendo sua música maravilhosa ao mundo. E de repente, não tenho mais George Harrison. Ou tenho? Enquanto tiver a mim mesmo, creio que eu tenho.
E em um flash vejo Elvis na TV - acompanhei tudo sobre sua morte, em 1977, e até hoje me emociono com seu jeito de cantar "Suspicious Mind", música que lembra sempre uma prima, até hoje ao ver sua imagem penso que o mundo não ficou melhor, definitivamente, sem Elvis - nem que pelo menos uma vez por ano ele aparecesse para todos ao mesmo tempo, cantando "Always on my mind".
E Lennon. Vivi a ida de Lennon, de forma violenta, abrupta, naquele ano de 1980 - eu começando minha vida, aos doze anos, e Lennon terminando a dele. E ouvia Across the universe, uma das mais lindas canções de todos os tempos, e me lembro, e me lembrarei, de meu tio dizendo "Esta música me lembra Adeus ao nunca", e de fato Across the universe lembra isso. É como se os Beatles tivessem pensado em fazer uma música para negociar com Deus, como se eles tivessem preparado uma trilha sonora para o encontro com Ele - que foi, pelo jeito, antes do tempo (em qualquer sentido que se queira dar).
Claro, como muitos sabem, um outro ídolo meu também se foi, em 1984, um ano tão literário - só que este ídolo era mais próximo e me ensinou a dar valor ao cinema, aos amigos, à música e à vida, tudo isto acima do dinheiro.
Enfim, a morte sempre nos traz incompreensão, às vezes até um estranho fascínio, um medo do silêncio que se abate, uma vontade de estar solidário a quem morre - como ele vai enfrentar sozinho o seu próprio exílio deste mundo?
O poema de Shelley, "ele não morreu, apenas acordou do sonho da vida" sempre me comoveu, quando se fala de morte. E, sim, podemos pensar dessa forma, que isso aqui é um sonho povoado, de boas e más lembranças, podemos até pensar que isso aqui é mesmo um vale de lágrimas.
Mas se choramos pelos mortos, se não entendemos sua partida, se não compreendemos seu destino, pelo menos podemos fazer tudo isso, e, mais que isso, rir pelos vivos, fazer tudo o que for possível por cada um que nós prezamos neste mundo. Assim, driblamos um pouco essa vertigem, e quem sabe encontramos então a verdadeira forma de dizer Adeus ao nunca.
Tudo isso me vem à mente nesta quinta, quando faz uma semana que um grande camarada perdeu alguém próximo, querido, insubstituível (não pude estar presente na hora ruim, mas ficarei devendo essa), de uma maneira incompreensível.
Que todos nós possamos dar toda a força que ele precisar, é a única coisa que posso pensar nesse momento.

Arghhhhhhhhhhh

Primeiro foi o Tatá, meu pequeno-grande-amigo, que me enviou uma foto colorida enorme do Lulu Santos com um link ?compre aqui o CD sei lá das quantas?. Respondi com um palavrão. Enquanto estou escrevendo isso, toca na rádio ?ela me encontrou, eu estava por aí, num estado emocional tão ruim...ela demonstrou tanto prazer de estar em minha companhia?. E o pior é que isso não é mentira pra ilustrar o texto, está tocando mesmo. Desligo o rádio. Antes disso tudo, já havia aberto o meu e-mail e visto a mensagem do Augusto Sales, o homem do Falaê!, informando que o dito cujo agora bloga. Tá lá o link. Masoquista que sou, fui lá conferir. Sem comentários. E ainda tem gente que diz que é implicância minha.

Amanhã
Sim. Estarei de folga, se não houver nenhum imprevisto. Depois de todos esses dias. Alive and kickin. Quem tiver alguma programação legal (menos Casa da Matriz, Loud e Moog), me escreva. Do contrário, verei Brasil x Catalunha e irei dormir. Boa quinta-feira.

Show surpresa
Dizer que somos amigos seria exagero. Afinal, só vi Claudia Holanda uma vez, e depois nunca mais. É jornalista, se não me engano trabalha ou trabalhava na assessoria do Governo do Estado.
Mas descobri, surpreendentemente, uma faceta que eu não conhecia: é cantora. E, claro, uma cantora de voz agradável e sotaque recifense. Imagine, você conhece alguém mais por email, e de repente a pessoa te chama para ver um show dela. Bizarro? Também acho. O show será na próxima terça-feira, num lugar chamado Madame Vidal, em Botafogo, na Rua Capitão salomão, 69 - esquina com Visconde Silva. Claudia disse que vai cantar 14 músicas - 10 dela e 4 de outros compositores. Bom, irei lá checar, se o tempo me permitir.

15 maio, 2002

Uma amostra
Para comprovar o que eu falei sobre o fato de o Spam Zine só ter feras, saca só o texto abaixo, devidamente creditado ao autor do blog "Ainda não comi ninguém hoje", cujo link está aí do lado:
Roteiro para festinhas de aniversário em geral
Hassen Arbeithier http://www.aindanaocomi.hpg.ig.com.br

Primeiro de tudo, parece óbvio, mas muitas pessoas se esquecem desse detalhe: precisamos de um aniversariante. Alguns dias antes da festa, mamãe, vovó ou titia têm que cuidar de encomendar o bolo, os salgadinhos e os docinhos. Dá pra comprar em alguns mercados, mas os melhores bolos/salgadinhos/doces geralmente são feitos pela cunhada da sua vizinha, a famosa senhora que faz doce pra fora.
Uma dica: ninguém gosta de empadinha de palmito, então pra sua festa ser um sucesso e todo mundo elogiar, vá mesmo de coxinha e bolinho de queijo que não tem erro. Nos doces, evite aquelas bolinhas amarelas com uma ameixa seca, que é a pior iguaria desde que inventaram o bife de fígado. Brigadeiro e beijinho não podem faltar. O bolo tem que ser, claro, Floresta Negra. Embora sua composição seja mais secreta que a fórmula da Coca-Cola, todo mundo acaba comendo de qualquer jeito.
O espaço físico é importante. O negócio é pedir emprestado pro seu vizinho aquela lona pra cobrir a entrada da garagem. Privacidade é tudo hoje em dia. Aproveite e pegue a furadeira e a churrasqueira, mesmo que você não use na festa em si. São coisas sempre úteis.
Começa a festa. Sempre tem um mala que chega bem antes dos outros convidados. Quando ele chega, geralmente você ainda nem tomou banho. Nesse caso, mande a mamãe fazer sala pro apressadinho, deixando bem claro que a comida só será servida no horário oficial da festança.
Todo mundo lá no quintal, e aí com certeza vai chegar a sua tia solteirona que mora com a sua vó. Como já são senhoras de certa idade e você não quer essas peças de museu reclamando da música, ligue a TV na sala, coloque na novela ou em algum programa de calouros. Logo, todos os velhos e velhas irão se aglutinar em fronte ao aparelho, liberando importante espaço lá fora.
Como tratar o primo gordinho? O primo gordinho é o menino chato que fica fazendo palhaçadas bem na sua frente. É fácil se livrar dele. Basta levá-lo pro seu quarto e ligar o videogame. Logo todos os primos adolescentes gordinhos irão se aglutinar em frente ao aparelho, liberando importante espaço lá fora.
Quando saber a hora de cortar o bolo? Quando a sua tia solteirona se levanta e diz que sua vó precisa ir embora. Aí alguém tem que falar: ?Vamos cortar o bolo e cantar parabéns porque a vovó precisa ir embora.?
Depois que a velha cai fora, a festa pode prosseguir normalmente, com as tias conversando, sua mãe limpando a cozinha, os convidados comendo brigadeiro e as crianças correndo e gritando. Alguns momentos depois, todos irão embora, não se preocupe.
Quanto todos tiverem ido, você vai olhar para a pia da cozinha e se arrepender de não ter comprado pratos e copos descartáveis, e deixar a limpeza pro dia seguinte.

Orgulho
Fui convidado pela galera do Spam Zine para escrever um texto que fará parte de uma grande coletânea sobre futebol. Não tenho dúvidas de que escreverei, com o maior prazer, e, acima de tudo com o maior orgulho. É, sem dúvida, uma das coisas que mais me envaidecem é escrever para o Spam Zine, já fiz isso duas vezes. E sempre estou em excelente companhia, ao lado de feras do texto como o imortal Alexandre Inagaki, o Orlando Tossetto Júnior, o Ian Black, Andrea Del Fuego, Lau Siqueira, Ricardo Sabbag e outros inumeráveis craques, ao lado dos quais eu fico, como já disse uma vez, parecendo o Ronaldinho na Copa de 1994.
Bom, se alguém quiser ler essa edição bacana sobre futebol, é só cadastrar aí do lado, na tabela de links, e passar a receber o Spam Zine todos os domingos.

13 maio, 2002

Violência

Domingo levantei com o corpo meio mole, sonolento, indisposta. Não só por isso resolvi dar um mergulho. Também porque o dia estava bonito. E fui. Eram dez horas da manhã de domingo. Estava ansiosa para tocar o mar, andar um pouco, passear, ver a Pedra do Arpoador, notar um pouco de alegria. Saltei no Leblon e segui, pelo calçadão, para Ipanema. Na contramão de tudo o que eu estava pensando, literalmente na contramão, vinha a passeata "Paz é +", aquela anunciada por celebridades como Xuxa e Bambam, que não é o da Pedrita. Acho que era eu que ia na contramão, mas não importa.
Meu sentimento na hora: raiva. Comecei a andar rápido, queria sair logo dali, mas ao mesmo tempo uma curiosidade me manteve em linha reta, não me desviou para a areia, para o mar, para longe das mães de Ipanema, da Governadora Benedita da Silva, do drag queen dos patins, dos hare krishnas, do mar de pessoas bonitas, celebridades, ricas, bem vestidas, sorridentes, que pediam paz uniformizadas de camisa branca. Cheguei na Vieira Souto, e só lá reparei lençóis brancos pendurados nas varandas. Todos pedindo paz. Que bonito. Quis me emocionar. Quis estar imbuída desse sentimento tão nobre e caminhar pela orla de Ipanema com todos os outros. Mas não deu, não deu mesmo. Ando muito mau humorada e isso tudo, para mim, parece uma grande perda de tempo. Tanta que, na mesma hora, lá no Grajaú, um homem de bicicleta parou um senhor que estava na porta da casa da mãe e cravou-lhe três tiros na testa, dizendo: “pra você aprender a não ficar devendo a ninguém”. Não bastasse a violência do fato, a polícia deixou o corpo do “devedor” no meio da rua até às 19 horas. A essa hora, provavelmente, os participantes da passeata estavam em casa, de banhos tomados, sentados no sofá da sala com seus “filhotes” – é assim que eles chamam seus filhos, já os filhotes de cãezinhos de raça são chamados de “filhos”, vai explicar - assistindo o Faustão e satisfeitos por serem tão bonzinhos, enfrentarem aquele sol escaldante e andarem tanto, para pedir paz, distribuir chaveirinhos e blusas.
Sabe o que eu fiz? Fui tomar um sorvete enorme pra ver se ficava menos amarga.

Prazeres
Vi no Botequim e não poderia deixar de registrar o meu agradecimento a Sérgio e Maloca por terem ouvido o Tatoo You na madrugada de sábado enquanto enxugavam umas cervejas sem compromisso. Não sei se tem ou não relação com o meu texto - não lembro quando postei - mas fico feliz de qualquer maneira, pois ouvir o Tatoo You faz de todos nós pessoas melhores. Obrigado.

É dos anos 80, mas ainda está atual
Me refiro ao mega-rock "Inútil", do Ultraje a Rigor. Aliás, ultraje é uma palavra adequada para definir o que temos passado, todos nós. Acho que a refugada do Barrichello esse fim de semana foi a gota d´água para todos os brasileiros que ainda nutrem um mínimo de sentimento nacionalista.
Somos obrigados a fazer racionamento, porque o governo é incompetente. Depois, pagamos pela nossa própria economia, porque o governo dá aumento para as operadoras de energia elétrica. Engolimos os escândalos. Aumentam o metrô, o ônibus. Achatam nosso salário.
Pedimos por Romário, um dos poucos jogadores com cara de Seleção Brasileira, mas o técnico todo-poderoso acha que o rancorzinho PESSOAL dele é mais importante do que o sentimento de 170 milhões de brasileiros. E nos nega a presença daquele que é o mais brasileiro de todos os jogadores da Seleção. Um cara que depois de tetracampeão ficou somente uns cinco meses fora, jogando no Valencia, e depois voltou, ficou por aqui enquanto o Roberto Carlos dizia ter um relógio que custava o preço de um apartamento - escarrando nos nossos cornos.
E, para completar, para jogar tudo fora, quando pensamos que pelo menos teríamos um domingo de Fórmula 1 como nos velhos tempos, de ficar de alto astral no meio da merda toda que a gente passa (violência, desemprego, escárnio, baixa renda), um sujeito que ganha milhões não tem os CULHÕES de mandar todo mundo para a puta que pariu e garantir pelo menos um lugar na História com H maiúsculo. Sim, porque ganhar o GP da Áustria, para o Barrichello, não valeria porra nenhuma, afinal o Schumacher vai levar mais esse campeonato fácil, fácil, é favorito e tem plena convicção do que está fazendo. Não adiantaria, tecnicamente, nada para o Barrichello.
Ah, mas que bem ele faria às nossas almas se ele ganhasse DESOBEDECENDO à Ferrari! Tornaria nossas almas mais jovens, em um Brasil que começa a ficar com cara de bunda, a cara de "família Scolari", de grupo, a cara de jogador que faz gol e vai abraçar o técnico. Cara de babaca.
Rubinho é isso. Um Luizão, que dedica sua vitória a alguém que o "ajuda", não ao povo brasileiro. Eu sinceramente não sei se tecnicamente ou taticamente o Romário seria bom para a Seleção. Mas a presença dele é uma desobediência, como seria se Rubinho ganhasse.
Essas duas negações são a consagração de valores estapafúrdios, hediondos. A não ida de Romário, a consagração do falso bom-mocismo, da hipocrisia, do puxa-saquismo e do rancor. A renúncia de Rubinho à vitória, a consagração da mesmice, do conformismo absurdo.
Porra, Rubinho não vai morrer de fome se for demitido da Ferrari. Custava ele dar essa alegria para milhões que passam esse aperto que ele não passa?
Romário é, sim senhores idiotas da objetividade, melhor do que tudo isso aí.
Boa segunda-feira. Vou evitar escrever no blog porque já vi que o estresse tá na área.

12 maio, 2002

Tempos que (ainda bem) não voltam mais
Todo mundo acha ridículos os anos 60, com os hippies e o amor livre. Também rimos muitos dos anos 70 no That´s Seventies Show, e no geral das propagandas de cigarros mostrando roupas brancas e costeletas.
Mas vou te contar: os anos 80 são, de longe, os mais bizarros e sem rumo que existem. Comprovei isso vendo um dos filmes mais (hoje) engraçados de todos os tempos, no Canal Brasil: Bete Balanço.
A história não poderia ser pior: menina de voz horrenda (a Débora Bloch é uma graça, mas a voz...) sai do interior para viver "uma história de sucesso" na cidade grande. Daí para a frente é um monte de paradas bizarras, capazes de fazer até o Alexandrino, autor da genial série Cena do Dia no Canal 80, desligar a TV.
A Bete vai com o amigo gay - vivido por Diogo Vilella - até o estúdio do fotógrafo vivido pelo Lauro Corona. Detalhe é que ela e o fotõgrafo se conheceram da seguinte forma: "Ei, você viu o linchamento de um menor aqui nessa praça, preciso de você", diz o cara. A mina diz que sim.
EM 15 MINUTOS DE CONVERSA os dois convencem a Bete Balanço a posar pelada. Seguem fotos maravilhosas, claro, mas não dá para conter o riso quando aparece um close da Bete e de repente ela faz um "Uaurrr", como se fosse uma pantera ou uma gata ou sei lá o que ela estava imitando. Non sense puro.
Diogo Villela vai até um banheiro onde em cima da privada tem uma almofada com uma boca enorme. Como se isso não bastasse, o cara olha para um lado, olha para outro, e, como se fosse fazer a coisa mais furtiva do mundo, dá um beijo na tal boca.
No meio disso tudo, aparece uma cena estilo Broadway, com a Bete dançando no meio da rua com.....frentistas de um posto de gasolina Ipiranga!!!! Merchandising puro, e mais bizarro impossível. O genial roteirista ainda bolou uma cena em que o amigo gay da Bete tenta entrar no apartamento deles, bate na porta, mas como ela está trepando com o Lauro Corona, eles não respondem. O cara fica grilado e convoca o prédio todo para arrombar a porta, fazem um esporro memorável, e mesmo assim lá dentro eles continuam como Jon Voight e Jane Fonda em Amargo Regresso.
Quando um negão gigantesco consegue arrombar a porta, o prédio inteiro olha a cena: Bete Balanço praticando rodeio e o cavalo é o Corona. A reação dos dois? Pelados na frente de dezenas de pessoas, dão um sorrisinho, trocam um selinho e a cena acaba. Como se fosse a coisa mais natural do mundo.
A cena termina com o close do Diogo Villela sorrindo, naquele jeito de, "ehehehheh, essa Bete...fudendo na frente de todo mundo e não tá nem aí". Isso porque alguns minutos antes aparece o mesmo Diogo jogando PAC-MAN (totalmente fora do contexto) só para justificar uma música ridícula da trilha sonora que fala "videogame" o tempo todo.
Ainda tem cenas na praia com Cazuza, um caso inexplicável de amor da Bete com a Maria Zilda (personagem que some do filme sem mais sem menos), e uma história paralela do Lauro Corona querendo "fazer Justiça" como o fotõgrafo solitário que registrou um linchamento.
Bons tempos que, graças a Deus, não voltam mais. Daqueles anos, já basta minha coletânea dos Smiths.

Nova ferramenta
O grande Augusto Sales me indica mais uma ferramenta para blogueiros. Desta vez, é o Blog Buddy. Ainda não experimentei - geralmente, espero sempre o parecer também do Maggi sobre a parada.

11 maio, 2002

A chata febre do samba-rock
Em nome da obrigação de "ser vanguarda" e de "só ouvir o que os rios fanzines da vida permitem", neguinho comete os mais inacreditáveis desatinos. Na capa do Globo On na manhã deste sábado tem o título Bebeto, cantor precursor da black music, se apresenta no Armazém do Cais.
Era só o que faltava. Na ânsia de defecar regras, elegeram o cara que cantava "Praia e sol, Maracanã, futebol, domingo", como precursor da BLACK MUSIC!
Virou zona. O que era apenas um inocente culto ao trash passou a causar confusão na cabeça dos bostinhas e eles estão confundindo Serra da Tiririca com Terra da Siririca. Se Bebeto é precursor da Black Music, então falta pouco para Cely Campello ser precursora do rock (mais que Little Richard e Bill Haley), Tiririca ser precursor da poesia (acho até que pode virar presidente da ABL), Roberto Leal ser precursor do fado, e sei lá mais o quê.
Mas respeito o Bebeto - tanto o cantor quanto o ex-craque da Seleção. Acho que no caso aí a picaretagem maior é de quem escreve, não do cara que está lá fazendo o trabalho dele.
Bom fim de semana. Meu mau humor deve ser por causa do PLANTÃO.

10 maio, 2002

Uma nota de acréscimo
Já passei dos trinta e desde os dias em que eu ainda brincava de Forte Apache e sonhava ter um autorama que escuto a mesma coisa, a mesma ladainha, os mesmo resultados no final. Sério. Desde a década de 70 que surgem sujeitos especialistas em música e rock e decretam, do alto de suas sabedorias: "Os Rolling Stones estão acabados, são um dinossauro, não tocam mais nada, sua música não convence, a música agora é outra^.
Sério mesmo. Os caras passam um ano inteiro falando isso. Aí acontece a mesma coisa de sempre: Jagger e Richards dão uma entrevista completamente bêbados (geralmente é em Nova Iorque) para anunciar nova turnê. Cada show é um evento de proporções descomunais, os ingressos caríssimos são disputados a tapa, os shows são completamente lotados, o público enlouquece.
A velha ladainha de sempre. Os Rolling Stones são uma banda qualquer. Mas nenhuma banda consegue ser tão qualquer como os Rolling Stones - definição essa, acredito, de Ezequiel Neves.

09 maio, 2002

Os melhores LPs da minha juventude
Tatto You - Rolling Stones
Depois de abordar Sticky Fingers (Stones), Peter Frampton, Tapestry (Carole King) e The Wall (Pink Floyd), é quase obrigatório relembrar este espetacular LP dos Rolling Stones lançado aqui no Brasil alguns meses antes de Paolo Rossi nos fazer chorar.
Eu tinha meus doze, treze anos, ainda tinha pai - e este ouvia de tudo, de Procol Harum (A whiter shade of pale) a Neil Diamond. Um sujeito de doze anos de idade, com pai que compra discos do Neil Diamond ("Johnathan Livingston Seagull"), só pode ser um mercado em potencial para as bandas de rock and roll.
E eu lhes garanto: nos idos de 1981, nada, mas nada foi tão rock and roll quanto os Rolling Stones. Com o Tatto You, Jagger & Richards anteciparam em 20 anos o desmentido patético do punk rock, que naquela época tentava chamar de Dinossauros tudo que emplacava um hit por ano. Anos depois, os bostinhas devem ter se sentido mal quando Lydon e toda a troupe admitiram abertamente que aquilo tudo era mais cena de Malcolm McLaren do que qualquer outra coisa. Devem ter se sentido mal todos aqueles que se recusaram a curtir o Tatto You porque a onda punk não permitia. Tempos parecidos com os de hoje, mas deixem para lá.
Me lembro que a única festa boa que dei na minha própria casa teve seu momento de enlouquecimento exatamente em "Start me up", primeira do disco, um hit que já dura vinte e dois anos e neguinho até hoje dança como se tivesse sido lançado na semana passada. Os três acordes ficaram na cabeça de todos aqueles garotos virgens de doze anos mas que adoravam o refrão "ooooh, you make a grown man cry, you make a grown man cry".
Logo depois, Charlie Watts entrava rasgando com os acordes da deliciosa Hang Fire, uma coisa que nos anos 90 teria sido definida como rockabilly grunge. Hang Fire é curtinha, pois logo a seguir, se não me falha a memória, entra a sensacional Llittle T & A, cantada por Keith Richards, magistral. Anos depois que me liguei na gíria, T & A, Tits & Ass, ou seja, "minha pequena Peito e Bunda". Os Stones são o Genival Lacerda com chá das cinco.
O riff de Slave inundava o quarto de todo mundo, e se gritava muito "Don´t wanna be a slave". Ilusão pura....O lado A seguia com o belíssimo blues barulhento Black Limousine e se consolidava com "Neighbors", uma ode aos adolescentes furiosos de hormônios incontroláveis que insistiam em atormentar - e serem atormentados por - seus vizinhos.
Um lado A tão apocalíptico tinha que dar vez a um descanso. E no outro lado lá estavam músicas suaves, baladas, todas com arranjos deliciosos. "Worried about you", "Tops", "Heaven", a bobdylaniana "No use in crying" e finalmente "Waiting on a friend", uma canção simplesmente inigualável sobre tolerância, amor, companheirismo, cumplicidade entre homem e mulher e toda essa espécie de coisas. O clipe, quem não conhece? Jagger está à porta de um prédio velho em NY, negros em volta rindo, pinta Keith Richards, se cumprimentam e vão beber algo.
Ver aquela cena tão batida e frugal toma uma outra dimensão quando se está ouvindo "Waiting on a friend", e tudo aquilo ali parece uma confissão de um amigo seu, alguém querendo uma amiga, alguém querendo outro alguém para chorar por, alguém para proteger.
Acima de tudo, a canção fala sobre uma maturidade que o coração de todos sempre escondeu - "making love and breaking hearts/it is a game for youth/i am not waiting on a lady/i am just waiting on a friend".
Assim se encerrava então um grande disco, o Tatto You, ensinando algo que eu só aprenderia da forma mais difícil - sim, teria sido mais fácil, bastava a música, quando se quer ouvir, quando se quer aprender.
Bom, pelo menos aprendi que música é a nossa mágica mais freqüente e importante.
Waiting on a friend
(Jagger-Richards)
Watching girls go passing by
It ain't the latest thing
I'm just standing in a doorway
I'm just trying to make some sense
Out of these girls go passing by
The tales they tell of men
I'm not waiting on a lady
I'm just waiting on a friend
A smile relieves a heart that grieves
Remember what I said
I'm not waiting on a lady
I'm just waiting on a friend
I'm just waiting on a friend

Don't need a whore
I don't need no booze
Don't need a virgin priest
But I need someone I can cry to
I need someone to protect
Making love and breaking hearts
It is a game for youth
But I'm not waiting on a lady
I'm just waiting on a friend

08 maio, 2002

De sobrenomes, numerologias, complexidades, etc
Alguém chama o Paul McCartney de Paul Cartney? O Frank De Boer de Frank Boer? A Luma de Oliveira de Luma Oliveira? A Patricia DeSabrit de Patricia Sabrit? O Jair Rosa Pinto de Jair da Rosa Pinto? O Jorge Benjor de Jorge de Benjor? A Sandra de Sá de Sandra Sá? O Joe Di Maggio de Joe Maggio? A Benedita da Silva de Benedita Silva?
Acho que a maioria das respostas aí é não.
Então, por que CATZO ao invés de Gustavo DE Almeida ainda usam Gustavo Almeida (até em pauta de jornal)?

As dez disputas de pênaltis mais emocionantes da minha vida
1- Brasil 1 x 1 França, 1986. Valia vaga na semifinal. Júlio César, zagueiro, mandou na trave, depois que o craque Platini mandou a bola na arquibancada. Sócrates perdeu o dele porque não tomou distância. Na hora em que Sócrates perdeu, um locutor da TV Manchete começou, "PPPPP.......OOOMBBA!". Veio João Saldanha e detonou: "POMBA nada. É PORRA mesmo". E começou a gritar, enquanto Sócrates voltava, cabisbaixo, da cobrança: "Palhaço", "Irresponsável", "Moleque".
2- Flamengo 0 x 0 Vasco, 1977. Ouvi pelo rádio. Valia o título estadual daquele ano. Uma das minhas primeiras decepções no futebol. Tita, iniciando no futebol, perdeu o único dos dez pênaltis batidos naquela noite. No ano seguinte, lavaríamos a alma com o gol de Rondinelli. Mas o trauma ficou em todos os torcedores, até que Tita, dez anos depois consolidaria a traição fazendo o gol do título vascaíno de 1987.
3-Brasil 0 x 0 Itália, 1994. Depois de 120 minutos sem gols, com Romário perdendo um fácil, e Taffarel salvando a pátria em cima de Baggio na prorrogação, a emoção de ver o mesmo Baggio mandando a bola para o céu, e o país explodindo, tetracampeão.
4-Vasco 0 x 0 Corinthians, 2001. O time pelo qual eu tenho ojeriza, disputa um campeonato mundial no Maracanã, e quem perde o pênalti é o jogador mais escroto que existe, Edmundo, que manda a bola na puta que o pariu. Festa corintiana. Naquele dia, durante a prorrogação, fiz um juramento de que, caso o Timão ganhasse, jamais secaria o Corinthians (a menos que jogue contra o Flamengo).
5-Flamengo 1 x 1 Fluminense, 2001. Difícil esquecer que o imbecil do Cássio chutou mal demais o pênalti, Murilo defendeu, mas o Sobrenatural de Almeida trocou de time e soprou a bola "pererecando" para dentro do gol. Inesquecível. Assim como inesquecível a corrida do Beto, meio-campo, Deus da Raça, após converter o pênalti dele, o último, em gol.
6-Itália x Holanda, Eurocopa de 2000. Poucas vezes na história do futebol um goleiro foi tão heróico como Toldo. Poucas vezes uma seleção teve tanta raça quanto a Azzurra. Jogando com um a menos desde o primeiro tempo, os italianos viram até Del Piero dando carrinho, e Toldo pegando TRÊS pênaltis (dois no jogo e um na disputa decisiva) de De Boer (Ronald ou
Frank? Não lembro)
7-Brasil x HolandaCopa do Mundo de 1998. Essas cenas sempre são repetidas. O velho Zagallo ali no meio, dando força a cada um. Era a hora do coração, da coragem, da entrega, da emoção (a única vez em que eu vi Scolari passar alguma emoção foi quando deu uma banana para a torcida do Corinthians). Quem se esquece de Taffarel ajoelhando e colocando as mãos para o céu? Só me lembro de, depois do pênalti perdido por Cocu, a galera do Jornal do Brasil abraçada, gritando "A-ha, u-hu, ô Cocu eu vou comer seu...."
8-Flamengo x San Lorenzo, Copa Mercosul 2001/2002. Poucas vezes eu xinguei um jogador de "filho da puta" tantas vezes seguidas quanto o Roma, do Flamengo, ao querer imitar o Romário e bater colocado um pênalti decisivo. O goleirinho argentino do San Lorenzo chegou a rir na hora da cobrança. Três dias depois, fui a Flamengo x Guarani no Maracanã só para xingar Cássio e Roma. Perdemos o título de forma boba - e talvez não tivéssemos perdido se o Edílson não tivesse sido expulso no jogo do Maracanã.
9- Juventude x Flamengo, Copa do Brasil de 2001. O time jogou com nove jogadores grande parte do segundo tempo, a pressão do Juventude era gigantesca, os caras batiam pacas e o juiz não dava nem amarelo. Fomos para os pênaltis na raça, e depois que o Júlio César, goleiro do Flamengo, pegou mais um, virou-se para os repórteres secadores de trás do gol e mandou todo mundo para a puta que pariu. Excelente, um grande momento de disputa de pênaltis.
10 - São Paulo x Flamengo, Supercopa, 1993. Depois de sermos roubados pelo Renato Marsiglia no tempo normal (Renato Gaúcho quase foi esfaqueado dentro da área e Marsiglia nada marcou), sofremos e perdemos a disputa de pênaltis. Marcelinho, que mais tarde seria ídolo do Corinthians, perdeu o pênalti decisivo.
Ele ainda faria isso também no Corinthians. Mas isso é outra história.

07 maio, 2002

Esclarecendo
Muita gente tem me enviado emails "pedindo desculpas" por não ter ido à festa-show no Hipódromo Up sábado passado. A Tatiana ficou até chateada por eu ter citado uma famosa frase de Bezerra da Silva.
Pois bem: eu é que me desculpo por ter causado essa impressão. Pessoal, pelamordedeus, era um evento cobrado, não tinha boca livre nenhuma, era algo ainda em fase experimental, um projeto que temos a fim de preencher a noite de sábado para quem não tem curtido as milhares de filas Lapa e Centro adentro...Não era meu aniversário ou coisa parecida, no qual eu fosse ficar chateado com quem não fosse. Sinceramente.
Agora, é claro que eu não posso abrir mão de dizer que o Maggi, a Roberta, o Guilherme, o Feroli, o Coelho, o Fábio e a Flávia, o Edmundo e a Viviane, o Rodrigo e a Raquel e mais quem eu possa ter esquecido por causa do alto grau etílico, bom, continuando, não posso deixar de dizer que esse povo é firmeza. Certo? Nada contra quem não pôde ir, mas quem foi é firmeza. Só isso!
Até a próxima.

Ano Novo

A noite estava agradável e não só por isso abusaram do álcool e dos carinhos. O dia amanheceu e os dois ainda estavam sentados no chão da sala, ouvindo música. Acordaram no meio da tarde do último dia do ano, ressacados. Sentiram-se atrasados para aquele derradeiro dia. Procuraram suas melhores roupas e logo estavam caminhando pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Eu mesma os vi passando, desleixados; ele vestindo um macacão jenas rasgado e puído, já quase branco de tão velho, peito nu, e ela com um vestido colorido, de chinelos havaina, pareciam um casal hippie. Ainda a ouvi pedindo "anda devagar, estou cansada", mas ele não diminuiu o passo. "Assim a gente pode se perder, olhe quanta gente", ela alertou. Ela estava lenta. Dito isto, é redundante dizer que, de fato, se perderam.
Uma hora depois da meia-noite, dos fogos estourados, da cascata do Meridièn detonada, dos pés molhados nas águas do mar, das flores serem lançadas para Iemanjá, dos shows de músicos populares iniciarem, dos champagnes estarems estourados, só depois, encontraram-se numa banca de jornal da Avenida Prado Júnior, comprando cigarros. Abraçaram-se, pegaram-se, soltaram palavrões para valorizar o reencontro e foi tão bom que decidiram nunca usar aparelhos de telefone celular.

Besteirada recebida hoje

Frase do dia: "Temos que ir atrás dos nossos sonhos. Por isso, não perca tempo, vá dormir".
Frase da semana: "A mulher que monta a cavalo é arizona, não é?" - Joana Prado
Mais uma da moça: "...é só colocar um cálcio na mesa..."

Lembranças do inverno

O frio no Rio de Janeiro é tão raro que é quase uma lembrança. Numa dessas recordações, eles estavam no ônibus, bem abraçados, para afugentar o frio e manter a lembrança do momento. Como dois bons viciados pela friagem, compraram vinho, queijos, chocolates, entre outros itens indicados e habituais para bem viver este clima. Foram para casa com embrulhos na mão, sob chuva fina. Iam de mãos dadas, ela sorrindo, feliz com a novidade do fato e ele radiante com o primeiro fim de semana que passaria ao lado da filha, após a separação.

Um rápido flash
Indo para o trabalho, cedo (adoro ir para o trabalho cedo, só não gosto é de acordar cedo, se é que compreendem essa contradição), uma pequena demonstração de como vida amorosa e auto-estima caminham juntas (e, no meu caso, caminham de mãos dadas para o abismo).
Vejo uma mulata impressionante, de cabelos negros, remexidos e molhados. Os olhos, negros como a cobiça. Um nariz que me faria tacar fogo no original da Mona Lisa de Da Vinci, se eu o tivesse. Mãos - eu reparo em mãos - alongadas, perfiladas, em harmonia com o resto do corpo. Quando ela andava, tenho certeza, em algum lugar tocava Mahler. Adagietto.
Pegamos o mesmo ônibus, e fiquei divagando, eu e minha libido (geralmente ela é que manda eu parar):
E se eu chego nessa mulata e pergunto (uma perguntinha delicada e de alto nível):
- E aí, amorzão? Vamos fazer um café com leite?
Aí, na hora, meu cérebro confeccionou a resposta, imprimiu e soltou direto na fôrma. Ela iria me olhar de alto a baixo (em décimos de segundo) e responder, firme:
- Com um leitinho desse tamanho ia dar pra fazer no máximo um "pingado".
Acho que nunca mais vou ver a mulata. Meu cérebro vai censurar e colocar uma imagem do Salomão Scwhartzmann falando sobre indexação.

06 maio, 2002

Indignação
Deu no site Pelé.net:

SALVADOR - Convocado para a primeira Copa do Mundo aos 31 anos, o atacante Edílson garantiu que seu destino seria diferente se estivesse defendendo a camisa do Flamengo.
``Ir para o Cruzeiro foi a melhor coisa que fiz. Se continuasse no Flamengo seria apontado como culpado dos fracassos da equipe e certamente não seria convocado. No Rio, tinha muitos problemas e em Minas tive tranquilidade para trabalhar'', sustentou o jogador, que trocou a Gávea pela Toca da Raposa em janeiro.


É impressionante o cinismo de certos sujeitos. Em primeiro lugar, alguém devia lembrar a esse "filhinho exemplar" da família Scolari que ele é o responsável, sim senhor, pelo Flamengo ter perdido a Copa Mercosul ao ser expulso aos dois minutos do segundo tempo de uma forma idiota: deu uma cotovelada nos cornos de um jogador do San Lorenzo.
Claro, ele é jogador da família Scolari e ninguém precisa lembrar disso, agora ele é modelo de comportamento. Tudo bem que ao longo de 2001 ele rachou o time do Flamengo em dois, fazendo intrigas, tudo bem que ele deu soco no chão diversas vezes quando não lhe passavam a bola, tudo bem que ele tenha atirado um saco de urina na cabeça do goleiro reserva Clemer; gente da família Scolari é assim.
Claro, se precisarem bater pênaltis durante a Copa, chamem Índio, lateral reserva do Corinthians, e Edu, jogador atualmente no Arsenal. Afinal, em 2000, os queridinhos da Família Scolari, Edílson e Vampeta, AMARELARAM na semifinal contra o Palmeiras, se recusando a bater pênaltis, deixando as cobranças para Edu, com 18 anos, e Índio.
Maravilha, essa família Scolari. Isso sem contar Lúcio, que dá cabeçada em companheiro de time em jogo decisivo de Olimpíadas. Uma família realmente maravilhosa.
Uma família assim, mais ou menos tipo os Irmãos Metralha.

Estranhezas

Hoje estou com muita vontade de falar. Falar pelos cotovelos. Mas depois que eu escrevo e me largo inteira feito um gato espreguiçado, recuo, recorto, apago, deleto tudo. Não gosto do que disse, não me sinto confortável, à vontade. Aconteceu alguma coisa. Foram os dias que vieram passando e algumas pessoas que conheci. Também os telefonemas que dei e os sonhos que tive. Alguns muito doidos. Outros eram pesadelos. Não vou contá-los, porque não estou a fim.
Outro dia, também, conheci uma bicha afetadíssima. Parecia o Pedro Bial (êpa!). Não comentei nada porque ele podia não gostar - o Pedro Bial. Êta coisa estranha estas pessoas espalhadas demais, artistas demais, pessoas que afirmam "não precisarem ser aceitas pela sociedade"; se vangloriam de serem o que são como se fossem muito. Pessoas que posam nuas às cinco horas da manhã para um fotógrafo americano ganhar US$ 14 mil por foto. Eu também sou estranha. Por exemplo, estou escrevendo esse post. Tá vendo? Melhor parar por aqui.

Sábado, 4 de maio

A primeira vez a gente nunca esquece, já dizia aquela garota no comercial da Valisère. Que lembrança boba, admito. Mas é porque hoje é a primeira vez que escrevo um post no sábado. Ok. Não quer dizer nada demais, e daí? Não sei se todo mundo sabe, mas eu não tenho internet em casa, meu computador é um 486 jurássico que só tem word e um dicionário michaellis. Mais nada. Não troco porque não tenho dinheiro e, para o que eu preciso, está servindo. Vim para a casa da minha irmã para esta missão especial de me conectar. Mas, voltando ao assunto, o que me leva a escrever hoje é o post que retirei ontem, por indecisão. Depois tentei colocá-lo novamente, mas já não lembrava o que tinha escrito e também não conseguia acesso do trabalho. Acabei desistindo.
Resumindo: eu dizia, naquele post, que infelizmente não poderia ir à festa do Gustavo porque tinha esquecido do aniversário de uma amigona minha (aliás, estou indo para lá assim que acabar aqui). Nada demais, então porque deletei o post? Porque havia escrito coisinhas tristes, lembranças do meu irmão que, se estivesse vivo, estaria fazendo 35 anos também hoje. E fiquei na dúvida se queria comentar isso aqui ou não. Agora já está comentado. E eu não estou triste.
Vive la vie! Foi assim que terminei o outro post.



05 maio, 2002

Corrigindo
Desmentindo o post em que falei das mudanças nas cores, mudei também a tabela lateral. Agora tanto a tabela quanto o cabeçalho de data são Laranja Mecânica.

Mais futebol
Final quente do Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas um sucesso com final eletrizante entre Atlético Paranaense (que tem a minha torcida) e Cruzeiro, convocação para a Seleção iminente, Valencia, Juventus, Ajax, Lyon e Sporting campeões em seus países, o mundo inteiro respirando futebol.
O mundo inteiro? Não. Uma pequena aldeia chamada Rio de Janeiro resiste agora e sempre. Hoje eu levantei, desliguei a tv e fui checar meus emails e de repente, "ôps, ESQUECI que teve Fla-Flu hoje".
Fui ver o resultado: ganhamos por 2 a 1, com gol de Fabiano Cabral no último minuto. Sete mil pessoas pagaram ingresso.
Obrigado, Edmundo Santos Silva. Obrigado, Eurico. Obrigado, Caixa d´Água.

White trash
Ah, sim. O Blogus agora é branco, cansei daquela cor de burro quando foge. Só a tabela lateral que eu resolvi manter com a cor verde-bosta de neném novo.

Um drama impressionante
De um lado, o Lazio, time que conta com a minha simpatia na Itália. Só que do lado do Lazio estava o odiado Simeone. Do lado da Inter de Milão, Ronaldinho, para quem eu torço. E no gol, Toldo, herói inesquecível da EURO-2000, naquela vitória italiana sobre a Holanda.
Ou seja, era impossível torcer para o meu próprio time, o Lazio. Tive que torcer pela Inter.
Para tristeza de todos, principalmente de Ronaldinho, que ficou completamente arrasado depois de ser substituído por Kallon, o Lazio MASSACROU a Inter de Milão por 4 a 2, dando o tão sonhado scudetto ao Juventus.
Pior: o Lazio fez isso de sacanagem, já que não se classificaria para nada com a vitória, nem Copa da Uefa.
Coisas incríveis e trágicas do futebol.

ERRATA: O Lazio se classificou, sim, para a Copa da UEFA, eu estava enganado. Dá-lhe Lazio! Ei! Ronaldinho! Vai....

Marta Morales
Até quarta-feira, novo capítulo da saga e finalmente o encontro de Martinha com o temido bandido da história, o tal de Beira-Rio.
Para quem curte livros policiais, dica obrigatória: "O longo adeus", de Raymond Chandler. Essencial.

Bom resultado

O primeiro evento-teste Casa do Rock evidentemente não foi um programaço, nem tudo decolou. Mas não se poderia dizer que foi uma roubada total. Acredito que, mantendo-se o trabalho, em mais duas edições o evento dá certo de vez.

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De bom, teve a banda, como sempre, com "Lalas no vocal e Caudilho na voz", conforme anunciou uma das meninas do teatro. Eu, como não gosto de teatro, sou insuspeito para dizer: até que os esquetes não encheram meu saco e em alguns momentos foi divertido. Destaque para a pobre e graciosa atriz que, querendo "interagir" comigo "enquanto telespectador", deu uma talagada no meu copo, naturalmente achando que aquele líquido transparente fosse água. Lêdo engano. A abstêmia menina colocou para dentro uns 50ml da mais legítima Absolut. Soube depois que a garota não bebia nada há cinco anos. Passou mal depois, nos bastidores.

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Coloquei som, e teve lá alguns momentos legais. No finzinho, um set só de nacionais, a pedido da galera da banda. Não resisti e coloquei "Maresia", da Adriana Calcanhoto, só para deixar a Roberta feliz.

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Obviamente que os caras que desmontavam a aparelhagem da banda cagaram solenemente para o fato de haver um babaca colocando som, e simplesmente desligaram o CD Player. Isso. Sem mais nem menos.

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Vários amigos de fé na parada: Coelho, Raquel, Rodrigo, Dudu, Maggi, Fabio Varsano & Flávia Ribeiro, Edmundo & Viviane, Fernando "Feroli" Oliveira, Guilherme Valente, enfim, uma galera boa. E a Roberta, que me passava a impressão de estar completamente entediada com tudo, mas - como eu já cansei de dizer - é uma pessoa bacana e foi lá com boa vontade para dar força a pessoas que tentam começar no show-bizz....Roberta e Maggi eram as únicas de todas as pessoas citadas que eu tinha certeza de que iriam.

Como costuma dizer o Bezerra da Silva, é nessas horas que a gente vê quem é firmeza e quem não é!

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Próxima Casa do Rock? O Lalas me disse, mas eu não lembro. Já tinha bebido umas cinco Absoluts.

04 maio, 2002

A melhor notícia da internet nos últimos tempos



Nestes tempos em que a gente só ouve falar de internet quando é para anunciar que teve demissão ou que um site morreu, a boa notícia é trazida pelo meu grande amigo tricolor (ninguém é perfeito...) Augusto Sales. O Falaê voltou, mais vivo do que nunca. Abaixo, o release completo, com imagem e tudo.




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falaê!


edição Genérica!


Uma edição sem tema, mas com textos genericamente especiais para
leitores de fino trato.





No drops! deste mês as estréias de dodô como a coluna "Mirante",
a série de mini contos "Encontros
& Desencontros
" de Alessandra Archer, a nova
seção "Visagens", com o melhor do
imaginário popular e do rico folclore brasileiro compilados por Elis Marchioni,
e "overbooking" a nova editoria
de opinião  e comportamento. Novidades também no f! mulher: Mônica
Oliveira estréia com a coluna "A
Exibicionista
".



PaRaLeLEpípEdoS - crônicas em movimento
proparoxítono, o cast de colunistas de primeira linha, como os cariocas
Gustones, Léo Lima, André Machado e Alessandra Archer, mais os paulistanos
Emílio Fraia, Fernando Goulart e Indigo - é uma das
re-novidades desta edição.



No Suplemento Pop entrevistamos Edu
K
, Fausto Fawcett
e
Luiz Melodia.



Parafraseando os caras da Trip sobre o Falaê!:



Entrem e façam a feira!



Augusto Sales


Editor Falaê!

www.falae.com.br