À espera de julho
Cai o domingo, já é segunda-feira. Terminou mais um plantão, começa a semana normalmente, e daqui a pouco um mês que promete ser dos mais difíceis, sem folga. A de três dias que eu teria no próximo fim de semana já caiu, virou apenas um dia. Meu horário será de três da manhã em diante - sem muito desse negócio de hora para sair. Função específica: nenhuma; se faltar alguém, eu faço o jogo. Se não faltar ninguém, faço matérias especiais sobre vários grupos. Se faltar um subeditor, eu fecho. Enfim, o coringa de suruba.
Mas não falo em tom de reclamação. Nem pensar. Muito trabalho, mas com felicidade. Lamento ficar sem beber com o pessoal, mas não tem jeito. Só em julho ficarei mais livre, com alguns dias de folga. Enquanto isso, uma Copa inteira para ver e escrever sobre.
Sinto isso, nesta noite de domingo que termino ouvindo Tom Waits: no meu momento atual, trabalhar é bom sim - pelo menos o meu trabalho. Ah, e se eu estiver melhor da bronquite nesta segunda, sim, nesta segunda dia 27 de maio em que se completa um ano da conquista do tricampeonato pelo Flamengo com gol de Petkovic, sim, eu garanto que sairei do trabalho e irei tomar umas doses de vodka com gelo, nem que seja sozinho, olhando alguma paisagem - afinal, além do gol do Petkovic, terei completado um ano como solteiro oficialmente.
Foi bom ter comprado esse CD do Tom Waits que está rolando agora. Para pensar, nada melhor. Pensar naquela que não deu certo, pensar naquelas que querem uma coisa e você quer outra, pensar naquelas por quem você torce, mesmo que você não faça parte desses planos. Sim, como eu disse outro dia, há noites em que o cálice parece se quebrar - mas em silêncio. Noites em que, se alguém me perguntar se eu acredito em futuro, eu pediria simplesmente uma abstenção. Para que o futuro serve, se ainda não chegou, e se nunca chegará de vez?
Boa segunda-feira - acreditem, é possível.
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