28 maio, 2002

Coisinhas de mulher

Parece incrível, mas o humor, decididamente, nada tem a ver com TPM. Essa é mais uma lenda. Senão, como explicar o mau humor que estou sentindo agora, digamos, “fora de época”? Depois de ter dormido bem e acordado feliz? Chamo a isso “coisinhas de mulher” que vão nos irritando de tal maneira a ponto de querer chutar um balde - de plástico, para não quebrar a unha do pé.
Moro numa aprazível rua de paralelepípedos, que até já me inspirou a escrever um 300 toques no Falaê!. Pois estes mesmos paralelepípedos que me inspiram, me irritam. Torço o pé nesse calçamento charmoso e arrebento sandálias e mais sandálias. Estas são “coisinhas de mulher” que me irritam. Apelo e visto um tênis. Mas não posso trabalhar de tênis.
Mas vem o fim de semana e com ele, o tempo pra escolher a roupa que me deixa confortável, secar o cabelo, tomar um solzinho, fazer depilação, ir à padaria de chinelos, vestir o indefectível modelito preto para a noite, acordar sorridente mesmo com olheiras e de cabelo em pé, arrumar a caixinha de colares e redescobrir um que estava por lá aposentado, coitado, e separá-lo para usar mais vezes. Vaidade. Mas como me chateiam essas “coisinhas de mulher”. Me lembra aquela outra história, do fecho-ecláir que arrebenta nas piores horas possíveis. Agora precisarei comprar uma sandália nova. Já decidi, vai ser uma vermelha lá da Rua do Catete.