Mais Michaels Moores, por favor
Michael Moore é um sujeito de cujones . Para quem ainda não identificou quem é - nesta segunda-feira, acredito que todos já devem ter ouvido falar de Michael Moore - ele é o sujeito que em plena festa do Oscar chamou o presidente de fictício. Rubens Ewald Filho, que como crítico de cinema não me diz porra nenhuma como ser humano e como ser humano não me diz porra nenhuma porque é só crítico de cinema, se mostrou "surpreso".
Michael Moore entrou no palco da festa do Oscar e disse que os americanos votaram ficticiamente num presidente fictício que inventa uma guerra ridícula.
Por que o mundo não produz mais Michaels Moores, é isso que me intriga. Mais sujeitos que, ao dizer uma coisa dessas no lugar onde milhões de pessoas estão vendo pela TV, estão ao mesmo tempo dizendo "eu me garanto, porra".
Esse excelente diretor, ator, produtor e roteirista tem, como obra-prima - na minha opinião - a série televisiva TV NATION, que andou sendo exibida no canal GNT lá pelos idos de 1997. Depois, o programa foi cancelado nos EUA e nunca mais foi visto no Brasil. Mas era foda. Um deles me marcou: Michael Moore levava um barco repleto de farofeiros de New Jersey para uma daquelas praias particulares - aquelas praias que americano explorador de terceiro-mundista adora freqüentar.
Isso mesmo. Americano paga um dólar por hora para o brasileirinho servir café e lavar a louça, e ganha os tubos para comprar praia. Pouca coisa consegue ser mais cretina.
Mas nesse programa Michael Moore invoca lá alguma lei da sagrada Constituição americana e diz que pode ir na praia com os farofeiros, ora essa. E os riquinho reagem com a violência e a barbárie de traficantes protegendo boca-de-fumo.
Bom para ver que a violência é a mesma - só muda o referencial.
Moore ainda participa como ator daquele filme em que o John Travolta tenta fraudar a loteria (não lembro o nome), do bom filme ED TV (sobre um reality show móvel de um só personagem).
O cara, depois de detonar o stablishment, vai e ganha o Oscar com Bowling for Columbine, documentário com "boliche" no título, do qual eu não faço a mais vaga idéia. Mas deve ser bom.
O homem escreveu ainda A Brief History of the United States of America, documentário lançado ano passado nos EUA que esculhamba o American Way Of Life e põe o Imperialismo vestido de palhaço.
Sim, o mundo precisa de mais Michaels Moores. Pena que para cada um que nasce, aparecem mais cem mil puxa-sacos e bajuladores. Ou uns cinco Bushes. Ou Bushits.
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