20 março, 2003

Lusitanos na frente
Não me refiro à vitória da Legião Estrangeira sobre o time mediano do Fluminense ontem, e sim ao fato de que a primeira TV em todo o mundo a mostrar a violenta ofensiva americana, cerca de nove horas após o início dos ataques com mísseis, foi a RTP portuguesa. Bom acompanhar a guerra por este canal 59 da NET, eles mostram agilidade - e ainda fornecem material para a Globonews.
A guerra é a mesma de 1991 - muda só que entra o W no meio do nome.
De resto, é os EUA mais uma vez tentando a hegemonia no Ocidente, a mesma desculpa de que o Iraque é uma ameaça, a mesma história de sempre encobrindo o fato de que a área é estratégica tanto economicamente por causa do petróleo quanto politicamente por causa das rotas para Israel.
Mesma guerrinha dos Bush. Mesma guerrinha "cirúrgica" do Peter Arnett ou seja lá qual foi o jornalista da CNN que deu essa definição idiota - para logo em seguida ser endeusado no Brasil por chefes imbecis e até dar palestras.
A merda é que os caras levaram muito pessoal de logística - mais ou menos 160 mil aliados estão na área, e 40% disso é galera que controla joysticks e tabelinhas de Excel. Enquanto isso, do outro lado, há o Exército Revolucionário que congrega 400 mil soldados alucinados, dispostos a tudo, inclusive a morrer, já que um banquete com birita e mulheres virgens - com a presença do véio Alá - os esperam do outro lado da Indesejada.
Acho essa uma final tão equilibrada quanto Fluminense x Vasco. E, como na final do Estadual, vou me manter na neutralidade pelo mesmo motivo: não é uma final que eu queria.