Protesto de Alexandrino
Está lá em Só o ócio constrói:
(..) como os leitores mais atentos perceberam, passei um fim de semana prolongado na Ilha Grande. Na segunda-feira, depois de dois dias de alienação do mundo (semi-mentira, pq vi o golaço de empate do Inter contra o São Paulo) fomos, minha senhora e eu, comprar algum jornal. Trabalhadora devotada, do tipo que veste a camisa mesmo, ela insistiu em comprar o O Lance - o jornal dos sports. Resposta singela do rapaz da banca: - Ah, o Lance é o único que atrasa. Sempre chega depois que a barca já partiu.
Diante das nossas gargalhadas, o sujeito não teve dificuldades em deduzir: - Vocês trabalham lá, é? Bom, avisem que o jornal sempre chega atrasado aqui. Então é isso, tá dado o recado. Principalmente para um tal Gustavo de Almeida, que ao que parece sempre atrasa o fechamento de tão dileto jornal.
Minha resposta: Por ser desde a mais tenra idade um adepto incondicional dos movimentos ecológicos (sou até membro de honra do Greenpeace), colaboro para a preservação da Ilha Grande. Pensa bem: se o jornal chegar na hora, a barca leva para a Ilha Grande. Aí os leitores de lá compram, e às vezes deixam o jornal por lá, sujando a água de tinta, destruindo o meio-ambiente. Quando eu atraso - propositadamente - o jornal por aqui, eu estou tão somente evitando que a Ilha Grande seja devastada. O problema é que o Renato de Alexandrino descobriu meu plano secreto. Terei que usar terroristas.
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