25 agosto, 2002

Nova seção: Conversa ao pé do blog
Com a entrevista que fiz com Sarah Ivich, inauguro aqui a seção "ONZE PERGUNTAS PARA UM WEB LOGGER". Leiam a primeirona aí abaixo:

ONZE PERGUNTAS PARA UM WEB LOGGER
1- Por que a idéia de ter um blog?
Eu vi o blog de um amigo que mora em São Paulo. Depois fui 'apresentada' ao "Não é Caldo" pela Ivy, que acabou criando o "Vôos". Achei interessante, resolvi criar um também. Lembro que pensei "putz, bem mais fácil dos meus amigos lerem os meus textos!". Sem contar a facilidade: não era necessário saber nada de html, afinal de contas. Era só escrever, clicar num botão... e pronto.
2- Para quem você contou primeiro que ele existia, e por quê?
Não lembro direito. Acho que foi para um amigo de faculdade. Bem, com certeza ele foi um dos primeiros: eu sempre entregava uns textos meus para ele ler, foi só um meio de facilitar tudo: "ah, passa nesse endereço, lê, depois me diz o que achou por favor". Na época eu não fazia idéia de como colocar os comentários, ele me dizia pessoalmente ou por email. Aliás, até hoje ele só comenta assim, não gosta de usar os comentários. Ele e muito mais gente - eu sou uma dessas, comento muito pouco.
3- Esse é seu nome verdadeiro? (se não for o verdadeiro: Por que você acha melhor não revelá-lo? A internet ainda te assusta nesse ponto?)
Não é o meu nome verdadeiro. No início, o motivo era bem simples: como eu não queria que muita gente soubesse, não o inscrevi em nenhum site de busca. Dava o endereço só para pessoas conhecidas, para quem eu queria. Assim eu sabia quem entrava na página, quem lia os textos. Eu tinha aquela ilusão de "ah, eu tenho um pouco de controle". Elas sabiam quem era a Sarah Ivich, sabiam o porquê desse 'nome'. Depois a coisa perdeu um pouco o controle, não foi nenhuma surpresa. O blog foi parar nos sites de busca, como eu imaginava que iria acontecer. Então eu fiquei feliz por ter utilizado o pseudônimo desde sempre. O problema não são as pessoas que eu não conheço e acessam o blog. São as que eu conheço. Não quero que procurem o meu nome em sites de busca e achem os meus textos. Se eu não dou o endereço a elas, é porque não quero que elas vejam. No fundo é a minha timidez crônica.
4- Qual é a audiência média de seu blog?
Eu escrevo desde o dia 28 de janeiro. Hoje, dia 25 de agosto, o contador (que não está no ar desde o primeiro dia, mas desde o primeiro mês) mostra 3330 visitas. Dessas, metade devem ser minhas. Não é muito e eu não sei a média diária.
5- Há um tema central? Que tipo de post atrai mais comentários dos leitores?
A minha idéia inicial era simples: um lugar para colocar o que eu escrevo, os meus textos. Depois, descambou um pouco: eu coloco os textos, uns diálogos, umas fotos. Resumindo: a resposta é que não, não tem um tema central. Lembro que não queria tornar o blog um diário, não queria narrar fatos cotidianos (nada, absolutamente nada contra quem faz isso) mas já fiz muito isso. Os que atraem menos comentários são, normalmente, aqueles que eu postei com mais curiosidade de saber o que as pessoas acham. Os que atraem mais comentários são os mais curtos. Se você postar isso tudo de uma vez poucas pessoas vão comentar, quer ver só?
6- Há como comparar os blogs com alguma outra coisa do passado (do mesmo jeito que comparamos o email às cartas)?
Um pouco, mas muito pouco, com um diário público. Mas ora bolas, os diários normalmente são secretos. Definitivamente, não é uma comparação boa. Retificando, então: não, não dá pra comparar o blog com alguma coisa do passado.
7- O que você mais descobre com os blogs? Pessoas que vc gostaria de conhecer ou pessoas que você não gostaria de conhecer? Por quê?
Pessoas que eu gostaria de conhecer. Até porque, também tenho curiosidade sobre aquelas que, teoricamente, eu não gostaria de conhecer e acabo sentindo (mal ou bem) vontade de encontrar um dia também. Mas quase sempre é só vontade: a primeira vez que encontrei alguém foi por acaso (reconheci a foto que via no blog) e eu levei um baita susto: a pessoa me parecia legal e, ainda assim, no primeiro momento, não tive coragem de abordá-la. Afinal de contas, eu conhecia alguma coisa da vida dela e ela não sabia nada da minha. Não sabia se ela ia considerar agradável uma estranha chegar e falar: "oi, muito prazer, eu leio o seu blog". Era uma situação em que eu nunca tinha me imaginado. Depois eu escrevi para ela, contei que a tinha encontrado, esbarrei com ela no mesmo local em um outro dia e só então, tive coragem de me apresentar e conversar um pouco.
8- O que lhe desagrada nos blogs? Comentários anônimos? Posts diários superficiais?
Comentários anônimos, sim. Mas eu sei que corro esse risco, coloquei os comentários lá, coloquei a página na internet. Qualquer um entra, qualquer um comenta. Posts diários superficiais, não: afinal de contas, o blog é da pessoa, ela faz o que bem quiser dele. Escreve besteiras, mentiras, conserta, deleta. À vontade. Sempre pensei desse jeito, pra mim é muito simples: se eu não gosto, se algo me incomoda, eu não volto.
9- Hoje você JÁ COMEÇA a navegar primeiro por algum blog? Se não, qual sua página inicial?
Começo, sim. Entro primeiro no meu, leio os comentários. Depois entro em outros, vários.
10 - Além do seu, cite seus blogs favoritos
O meu blog não faz parte dos meus favoritos. Eu gosto de escrever, mas não gosto de ler - gosto de ver os comentários. E também tem outra coisa: alguns dos meus blogs favoritos não estão nos links que coloco no meu: na maioria das vezes porque fico com vergonha de pedir autorização (por isso, muitas vezes dou uma de mal educada e coloco sem autorização mesmo). Lembro que durante muito, muito tempo, os meus blogs favoritos se resumiam aos que estavam na lista de links do "Não é Caldo". Eu entrava e ia clicando: "Montanha Russa, Botequim, Blogus" (se não me engano, era essa a ordem antes de ser aleatória).
11 - Está com alguém? Se não, pensa em conhecer alguém primeiramente por seu blog?
Sim, estou com alguém. Eu sempre tive um preconceito em relação à internet, achava que era (no mínimo) improvável me interessar por alguém assim (por chat, icq ou blog, tanto faz). Talvez por causa da quantidade absurda de pessoas que entram na rede com aquela compulsão de "vou entrar na internet para tentar arrumar um namorado!". Mas nesses últimos meses eu vi que as coisas não são bem assim, não. Até porque, é bem contraditório alguém que gosta de literatura, que se encanta com as palavras, não acreditar que vá se encantar por alguém pela internet, como era o meu caso. Mas não precisa ser "primeiramente" pela internet. É mais um jeito de se conhecer pessoas, um jeito que por enquanto é meio estranho... mas é só isso, simples.

Leia "AGRIDOCE", o blog de Sarah Ivich no endereço http://hyss.blogspot.com