23 julho, 2002

Persistência
Passo os dias tentando me proteger de tudo. Somos mesmo incompreensíveis. Se ao menos eu soubesse por que, ficaria mais calma. Anseio pelo amanhã com tanta imprudência que tenho medo de não dormir.
O sono surge, creio mais no cansaço. Não vivi tanto, mas há desejo de. Madrugadas começando e finalizando o que não tem início, meio; talvez, só fim. Monte de coisas desorganizadas: a cabeça. Insisto. Todas as minhas marcas. Vou inventá-las, se não as tiver vivido. Ou reinventá-las. Pouco me importa o que será. Insisto em deixar vazar, sem transbordar, algo que quero dizer ou viver. Há ainda leitores de entrelinhas? Sinto-me mais protegida, assim. Por isso persisto.