Abraçando o Santa Martha
Santa Martha toca bandolim e é integrante do conjunto de chorinho "Abraçando o Jacaré". Há quatro anos eu e uma amiga começamos a freqüentar a Lapa, sempre às segundas-feiras, para assisti-los tocar no bar Semente. Comíamos umas besteiras e bebíamos meia dúzia de chopes numa adega ali pertinho e íamos. Na primeira vez, fiquei especialmente encantada com o rapaz do bandolim, mais pelo sorriso e simpatia do que pelo que ele toca, e olha que toca muito bem. No intervalo, brincamos, dei-lhe parabéns, disse "você é a alma do grupo", pedi um autógrafo "antes da fama" e ele riu. Desde então, sempre que nos encontramos fico sabendo onde estão rolando os shows e todas as vezes que posso, vou. Na última vez em que nos vimos, eu estava andando na praia em um dia útil qualquer da semana, mal, muito mal que eu estava, e a doçura dele, do seu sorriso, do seu abraço, me fez um bem tremendo, mas ele nem sabe. Há muito tempo não voltava à Lapa na segunda-feira, por isso, ontem, quando a mesma amiga me ligou chamando: “vamos matar a saudade da Lapa?”, eu aceitei correndo. Saí de lá com o CD deles sem autógrafo mesmo e ainda dei uma passada no show do Big Gilson mas não encontrei ninguém. Hoje tem mais no quiosque Árabe da Lagoa, mas eu não vou. Às vezes é bom sentir saudade.
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