14 janeiro, 2002

3 horas de tortura (quase) voluntária

Eu acreditei que o assunto estava encerrado. Infelizmente, não. Peço desculpas antecipadas ao Gustavo por tocar nesse assunto tão deprimente. Usando um provérbio que eu acho que é inglês, “sofrimento dividido é meio sofrimento”. E depois disso, da minha parte, o assunto estará encerrado.
(Tudo começou numa confraternização de Natal numa pizzaria na Praia de Botafogo. Alguém me perguntou outro dia: “ei, moça, ninguém cuida de você, não?”. Respondi, “não”. Mas existe alguém tentando fazer isso e eu preciso confessar que estou deixando e querendo cuidar também, assim, como quem não quer nada...). Um amigo desse alguém que está tentando cuidar de mim e cujo nome não cito porque ninguém conhece mesmo, solicitou nossa presença para transformar seu encontro com uma moça em algo casual. Por isso, estávamos, ontem, com aquela chuva, às 17h30min, no Cinema São Luiz, assistindo “O Senhor dos Anéis”.
A tortura começa na fila, vinte minutos antes. Todos em pé, aguardando as portas se abrirem. O saco de pipoca gigantesco. O copo de Coca-Cola, idem. E o filme, meu Deus, o que é o filme...gigantesco também, invasivo, barulhento, chato, argh, longo. O herói do filme, com seus olhos azuis esbugalhados, não consegue dar uma porrada em ninguém, nem se aparecesse uma barata na briga ele conseguiria. Precisa ser defendido o tempo todo. Até os amigos orelhudos e lerdos dele conseguem bater nos monstrengos verdes e babões que aparecem. Diante daquele cenário de Montanha da Perdição, Vale de Sombras, duendes e outras babaquices, só me restou levar com bom-humor e passar o tempo imaginando qual a coisa gostosa que eu iria comer assim que saísse dali. Bom, nem tudo foi em vão. O casal ajudou e acho que vai surgir um novo par por aí. Aliás, depois dessa, é quase obrigação.