12 novembro, 2003

O longo caminho
Sim, o dia 13 de novembro passa a ser meu feriado particular. Hoje, voltarei a trabalhar, volto a pisar no meu ambiente de trabalho, algo que não faço desde o dia 1 de agosto – o dia em que começou a longa letargia, o longo tratamento clínico que me impediu a locomoção e qualquer outra posição que não fosse deitado.
A dor ainda existe, como um cão amarrado que volta e meia pula na jugular, rosna, ameaça arrancar pedaço. Mas o cão não late o tempo todo – dá para aguentar, dá para voltar a ter vida social.
Às vezes penso que não aconteceu – quando me lembro dos dias piores, lá por julho/agosto, quando eu gemia de dor até durante o sono. Me lembro das crises depressivas, da dieta violenta (aliás, continuo nela), dos dias iguais, da programação da TV (principalmente dos terríveis programas esportivos ao meio-dia), das leituras, da hora dos remédios, dos programas de rádio.
Me dá ainda um pouco de depressão lembrar da hora do CBN Esporte Clube, às 20h. Eu ligava o rádio e ia para a área de serviço tomar os remédios e o milk-shake dietético que eu consumia à noite para evitar que meu peso aumentasse durante o sono.
Aí o âncora, Juca Kfouri, mandava uma espécie de vinheta pessoal dele:
- Dona Nadir! Oito horas e trinta minutos! Hora do seu remédio! E hora também do repórter CBN!
Não sei quem é a dona Nadir, só sei que me dava a maior deprê – caceta, eu e mais uma senhora estávamos naquela mesma hora, tomando nossos remédios diários, esperando a vida passar.
Mas ainda bem que ela não passou. Estou de volta.

1 Comments:

At abril 16, 2008 1:42 AM, Blogger Unknown said...

Me sinto obrigado a te ajudar a encontrar a Dona Nadir.

"Em seu primeiro programa, em 2000, ele esqueceu de dizer as horas para o ouvinte e, por causa desse episódio, surgiu em sua vida uma personagem que hoje é lembrada diariamente: Dona Nadir.

A ouvinte ligou para a emissora reclamando que precisava saber as horas por causa dos remédios que tomava. Como passava o dia com o rádio ligado, ela o usava para se orientar nos horários.

A produção do programa deixou um bilhete ao jornalista e no programa seguinte Juca falou as horas a cada quinze minutos, lançando o famoso bordão que o acompanha até hoje: “Dona Nadir, está na hora do seu remédio!”"

Fonte: http://www.facasper.com.br/jo/notas.php?id_nota=546

 

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