12 novembro, 2003

Agradecimentos
Duas mulheres, as duas principais da minha vida, merecem os agradecimentos maiores por eu ter passado na “primeira fase” deste momento difícil. E é óbvio que são minha mãe e minha namorada. Minha mãe construiu uma dieta infalível, espetacular, que me fez cair de 80 para 60kg nestes quatro meses. Pagou muitas caixas de Deflanil e Arcoxia quando viu que a barra estava pesando pro meu lado. E teve toda a paciência do mundo – paciência essa que também teve minha menina, que aturou depressão, dor, desesperança, tédio, cansaço da alma, mais dor, enfim, Marcele ficou ao meu lado. E fico pensando no quanto ela ficou ao meu lado, e no quanto eu pude ver com mais clareza ainda que ela é a mulher que ficará para sempre assim – digo isso sem nenhum medo.
Uma terceira mulher pode entrar nessa lista – mas não entraria se eu fosse o Dicró: minha sogra, a professora Cinira, que me indicou o reumatologista certo após eu ter aumentado a hérnia por causa de um ortopedista incompetente.
Abaixo dessas três mulheres vem uma grande lista:
Minha amiga René Zelwegger (ou Viviane Cohen, parece que esse é o nome que ela usa no Brasil) fez um gesto de grande carinho ao me dar um livro espetacular (“Ali”, de David Remnick). E olha que quando eu ganhei não fiquei tão entusiasmado. O livro mudou minha maneira de ver muitas coisas.
O marido dela, Luis Edmundo, merece também agradecimentos, apesar de ter me trazido de presente um CD que eu precisei esconder.
Grande também foi a nobreza do dono da birosca, que além da solidariedade e dos diversos telefonemas, também me deixou aqui o Nintendo 64 com o FIFA 98. Graças a ele eu pude me distrair da dor. Sem contar que ganhei cinco Copas pela Itália, três pelo Brasil, sete ligas italianas com a Lazio, três inglesas com o Arsenal, quatro espanholas com o Real Madrid e ainda transformei o Flamengo no novo decacampeão brasileiro por pontos corridos. Palmas para o homem, portanto.
Lá do meu trabalho, destaco várias pessoas. O grande Roberto Chahim me deu ajudas inestimáveis – não tem preço o que o cara fez. Agradecimentos também a Rodrigo Mattos (pelas visitas em dias de peladas do Flamengo), ao editor Marcelo Damato (em nenhum momento deixou de ter extrema compreensão do meu problema), ao editor André Loffredo (um dos primeiros a me ligar de lá), ao vascaíno de alma rubro-negra Thiago Lavinas (um dia ele vai se assumir como torcedor do Flamengo), ao grande Carlos Alberto Vieira e aos jornalistas milionários de SP, Erich Beting e Mateus Benato.
De ex-lanceiros, valeu a força do atual JBzeano Guto Seabra, do colorado Alexandrino, da Ana Luisa Hissa e da amiga Danielle Rocha.
A lista é grande mesmo. Poderia ter cinco mil nomes que não seria completa sem o nome do grande contemporâneo Alexei Gonçalves de Oliveira, que foi para mim uma espécie de psicanalista on-line. Se não estou no Pinel, isso se deve em muito ao Alexei. E o cara continua me dando força, agora que o problema passou a ser cuidar do meu fígado (por causa da ação nociva dos remédios). Um abraço também para o super-repórter do Informática e meu grande baterista André Machado, um dos primeiros a me ligar. Dessa mesma galera, um caminhão de “obrigados” para o mega-empresário da literatura Augusto Sales e para a professora Patrícia Tesch.
A quadrilha de marginais que habita um certo jornal da Rua do Riachuelo também merece meu agradecimento, pelos telefonemas desejando “melhoras mas nem tanto”: Fábio Pai Varsano, Otávio Leite, Sérgio Ramalho, Aluizio Freire & Adriana Cruz. Não sei se posso ser preso escrevendo tantos nomes de bandidagem assim.
Para não dizer que meus amigos são apenas municipais e estaduais, vale lembrar também a grande força on-line dos amigos da lista Fla-Bujica, principalmente do grande Juan Saavedra, que de Curitiba desembarcou por aqui para uma visita. Falando nisso, vale também a menção a dois rubro-negros que me concederam horas de papo sobre futebol via telefone: os figuraças Dudo Hardy e Alexandre Lalas. Sem contar o corintiano (mais sofredor do que nunca) Cascalho Ventura, que me ligava de São Paulo a cada porrada que o Timão levava. A sorte pelo menos é que ele está esperando a chegada da filha Luiza (vai ser com Z?) e pode esquecer das viadagens de Vampeta & cia.
Um agradecimento também especial para a amiga Sandra de Souza, que me indicou um excepcional neurologista – que ainda vai ser muito útil. Também para o historiador de rock and roll Rodrigo Cobra, pelas ligações telefônicas informando as grosas de CD semanais que ele costuma comprar. Vale também o apoio verbal e espiritual (ele vai dizer que “espiritual” é coisa de viado...) do Maggi, sempre presente.
Para essa aqui, além de agradecimento, segue a solidariedade e a minha torcida: Isabela Bastos. Passamos um bom tempo trocando impressões sobre a dor – espero que, como eu, ela consiga vencer a dela sem cirurgia.
Tem mais nome de gente aqui do que de favela em letra de funk. Mas ainda tenho medo de ter esquecido alguém. Enfim, é só uma forma de dizer que sozinho, definitivamente, a gente tá fudido. Valeu, gente. Estou de volta.