06 dezembro, 2002

Reprodução não-autorizada
Não tem jeito. Não pedi autorização, mas reproduzo aqui texto do rubro-negro Maurício Neves, que entra para a série dos "Textos que eu gostaria de ter escrito".
Cheiro: Dejan ajeitando a bola em 27 de maio de 2001, jogo acabando, meu pai disse: cheiro de tri.
Hoje é 3 de dezembro. Em 1978:
- Pra cima deles, p...! , gritava Rondinelli. O empate em zero daria o título do segundo turno do estadual ao Vasco, e o direito de decidir o campeonato com o Flamengo, campeão da Taça Guanabara.
Guina pregava em Zico, Manguito e Rondinelli espremiam Roberto Dinamite. As poucas chances de gol, chances de quem precisava da vitória, eram dominadas por Leão.
O empate deitava raízes quando o Maracanã parou. Parou para ver Zico cobrar o escanteio da ponta direita, a quatro minutos do fim. A bola veio alta, para descer na altura do pênalti. Tentando alcançá-la saltaram os milhares de rubro-negros das arquibancadas, os mortos, os vivos, saltaram Valido, Dida e Doval, mas quem saltou mais alto foi Deus. Rondinelli rompeu voando entre Abel e Orlando e cabeceou com a força de milhares de vivos e mortos, estourando a meta do Vasco.
Flamengo campeão, Vasco vice. Até hoje Rondinelli é chamado assim. Deus. Da Raça.