Algumas do sábado de manhã
Fui com Marcele ver "Escorpião de Jade", segundo (ou terceiro, a gente nunca sabe) filme de Woody Allen na fase Spielberg. O primeiro, "Trapaceiros", me deu um susto, por não ser um filme de Woody Allen. Mas notei que a gente acostuma - como aquela marca de água tônica com gosto ruim, mas que a gente acostuma e acaba viciando. Foi a impressão que eu tive: que o "Cinema Woody Allen" acabou de vez, aqueles filmes simplesmente antológicos como "Annie Hall", "Era do Rádio" e "Manhattan" não se repetirão. O cara virou "pop" de vez, seu produto é mais mastigado, os enredos são fantasiosos e até bom para crianças.
Mas quer saber? Eu ri muito. Como disse um dos Andrades, que eu nunca lembro qual (Mário ou Oswald?), acho que essa nova fase do Allen é "biscoito fino para as massas".
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Acordo, abro o jornal, e está lá a declaração completamente idiota do presidente do Fluminense, David Fischel - declaração que nem general de ditadura tem a capacidade de dizer: "Vocês (a imprensa) sempre atrapalham. O futebol carioca vive um momento difícil e estamos fazendo um esforço para trazer o Romário e o Beto". Segundo o jornal O Globo, Fischel disse isso "amparado por uma parte da torcida", que por sua vez hostilizou o repórter que "ousou" fazer uma pergunta desagradável.
Esses aprendizesinhos de ditadores, esses sujeitinhos (tipo o ex-presidente do Flamengo, Edmundo Silva) metidos a Pinochet de botequim, como o presidente do Fluminense, deveriam aprender que o papel de repórteres não é "agradar" ou "aliviar" os dirigentes por causa do "momento difícil". Hostilizar um repórter por causa de uma pergunta, com apoio de débeis mentais ao lado, é uma tremenda covardia. Mais ainda quando o clube deve sete meses de direitos de imagem e quatro meses de salários atrasados, isso sem contar o prêmio pela conquista do Campeonato Estadual deste ano, que até hoje não foi pago. E não foi um repórter que "inventou" um anúncio falso anunciando "abandono de emprego".
Por isso que eu não entendo colegas de profissão que insistem em dizer que "ah, nós temos que nos preocupar só com o futebol, isso de bastidores não interessa". Bobagem maior é difícil imaginar.
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Na página 2 do Globo tem um esgrimista duelando no Leme com um mendigo. Meio bizarro isso, e vejo um pouco como exploração da miséria. Mas uma olhada melhor na foto e você vê: "Telefônica Celular". Patrocínio? Bom, como dizem que o tal Alexandre Accioly, aquele da festa na Ilha Fiscal, ficou rico vendendo um "Call-Center" para a Telefônica, não duvido de mais nada.
Só que na página de esportes eles dão outra foto da mesma cena. E o patrocínio do mendigo é da Brahma. Bom, acho que não tem problemas contratuais porque são produtos de segmentos diferentes.
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E para não dizer que eu sou solidário com os jogadores do Flu (que sofrem com salários atrasados) à toa: fiz um frilance para o hoje extinto Zipnet em junho de 2000, sobre a história, os dados técnicos e o folclore em torno dos estádios de São Januário (argh), Maracanã e Caio Martins. O pagamento não rolou, um ano depois o Zipnet fecha, o Pelé.net (destino final da matéria) vai para o UOL, aí desisti de vez. Vou ao banco 24 horas e acesso meu saldo. Por um momento penso que minha conta está sendo usada para lavagem de dinheiro por narcotraficantes colombianos. Mas olhando o saldo detalhado, lá estava, a mesma quantia combinada dois anos atrás e a tag com a descrição: Pelé.net.
Dois anos. A exemplo de Pelé com seus gols, creio que também alcancei um recorde.
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Hoje, churrasco em Sulacap. Estarei completamente fora do ar. Um bom fim de semana para todos.
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