04 julho, 2002

Mediunidade
Há muito tempo não vejo Eny Bianca, criatura das mais interessantes, hoje casada, com um filho muito legal, o Pedro Henrique. Nesses dias em que retomei a conversação com outra figura igualmente interessante, a Mônica, lembrei das duas ao mesmo tempo, e de como eu sentia-as como minhas filhas. Um pouco de brincadeira, é verdade, mas quando via as duas sempre de rusguinhas, eu sentia a desolação de um pai. E um pai fracassado, que não conseguia ver as filhas se entenderem, logo as filhas que o pai considera mais espirituosas, engraçadas, interessantes.
O marido de Bianca me encontra e fala sobre a morte do médium Chico Xavier, e a dúvida se ele morreu antes ou depois do jogo do Brasil (eu mesmo não sei). E ele conta que a reflexão dela foi a seguinte:
- Coitado! Será que morreu antes da final da Copa? Ah, bom, ele já deveria saber o resultado, né?
É por isso que eu gosto dessas minhas duas filhas. Hoje elas moram cada qual em um lado, nunca se vêem. Mas tudo bem. Eu também sou um "pai" desnaturado e nunca as vejo - o filho da Bianca, que nasceu em 1999, já deve estar maior do que eu.