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Passeando pelo Botequim do Maloca, lendo sobre o “Big Bosta Brasil”, gerundiando como quem não quer nada, pensei nos blogs. Oh! que reflexão profunda, concluí. Mas não me censurei e continuei pensando e empesteando o ambiente, por isso. Estava na minha cabeça a relação entre o voyerismo que está em moda ultimamente e tudo o que eu escrevo aqui.
Acompanhei a vida de outros que sequer conheço, lendo seus posts, rindo deles, investigando, criticando. Aqui, pelo menos, não tem câmeras, música insuportável, Alexandre Frota, Ibope, Silvio Santos, mas tem um culto à exposição que até certo ponto pode ser considerado normal. Também não tem prêmio em dinheiro (imagina se tivesse, eu já teria plantado até bananeira nesse blog).
A decisão de preservar a intimidade é de quem escreve. Alguns contam seus casos amorosos e outras histórias não tão engraçadas mas prendem a atenção. Eu escrevo para me expor, também. Ué, vou dizer que não? E para ter esperança, me manter ativa, treinar meu texto, me atualizar, desabafar, reclamar (fui interrompida agora por um telefonema da loja do cheque que voltou)...voltei. Na verdade, minha intenção é que alguém leia estas baboseiras todas, se apiede de mim, ofereça-me um belo emprego – se é que é possível algum emprego ser belo – e, claro, me elogie, dizendo sobre como eu escrevo bem, tão bem, que consigo fazer até com que “apiede” caiba num texto desses, e por isso mereço ser empregada ganhando muito bem. Tudo o que aumente a auto-estima, dilacere a vaidade e enriqueça a conta-corrente, que é o que mais me interessa no momento.
Bom, tudo isso porque eu li uma matéria do Pedro Dória sobre este assunto (www.no.com.br), que vale a pena. A culpa é dele.
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