08 julho, 2002

Poesia
O tempo vai passar e eu vou dizer que me apeguei. Mas enquanto correm as horas, eu sigo no sentido oposto. Tremendo os beiços, soluçando de medo. Devagar! que o caminho nunca é seguro. Digo para mim:
firme o passo e erga a cabeça. Surge o azul intrigante com intenção de me encobrir. Não há controle: deixo. Por alguns minutos, sinto minhas pernas trêmulas, meu sorriso solto, e minha pele arrepiar. Há que consentir? Por alguns dias, estou tão próxima e não sei do quê, de quê, de quem? Minha alegria livre, como se fosse a grandeza de apegar-se um pouco à vida. E me abandono nesse contentamento.