09 julho, 2002

Elis Regina
Sempre me impressionava demais ver Elis Regina cantando. Lembro-me de parar em frente à televisão e ficar meio vidrada, hipnotizada por aquela voz e aqueles gestos. Só haviam um outro cantor que me paralisava assim, além de Elis: Nei Matogrosso. Mas Nei Matogrosso era uma espécie de Carequinha pra mim; ria de me acabar com seus trejeitos e tudo o mais - com todo respeito ao trabalho e à voz dele, que admiro - mas eu achava divertido. Elis, não. Eu escutava falar muita coisa sobre ela, mas as informações chegavam junto com as revistas em quadrinho e o dever de casa. Então, restava-me escutá-la nos intervalos das minhas saudosas obrigações infantis.
Por tudo isso, quando ganhei dois ingressos para assistir o espetáculo “Elis, a Voz do Brasil”, no Teatro Scala, direção de Diogo Vilela, fiquei toda contentinha. Logo na entrada deparei-me com a pior bilheteira do planeta. Tudo bem, não tirou o meu bom humor pois, como já disse por aqui, ando estranhamente calma (ok, não o suficiente para deixar de registrar uma reclamação sobre a moça na gerência). Acontece que duas horas e meia de espetáculo é demais, demais, demais e demais. Tudo o que era bom ficou ruim, cansativo e chato.
Bom, pelo menos lembrei de outro virundum (?) tão famoso quanto o "dançando de biquini sem parar...". É o batido “...mas é você que é mal passado e que não vê”.