27 dezembro, 2001

Espelho
É bom deixar claro para a arqueira que não estou satirizando o texto dela sobre Narciso. Mas é que, por coincidência, hoje de manhã antes do banho estava tendo o mesmo tipo de reflexão em frente ao espelho. Só que em versão hard core.
1- Olheiras que vêm e vão são as piores. Noites dormidas tarde, dias vividos com dor de cabeça, noites em claro pensando merda ou bebendo todas.
2- Mais acima, no topo da cabeça, cabelos rareando. A calvície ainda não é total, ainda dá para salvar com aquele remédio maluco. Mas cadê que eu encontro tempo para arrumar uma receita? Ligo o foda-se uma vez por dia e salvo pelo menos uns cinco fios.
3- Braços e ombros estão intactos; os tempos de luta de chão ajudaram, o namoro mais longo com uma mulher mais alta do que eu ajudou muito - se é que me entendem. Olho para o peito e vejo mais pêlos do que gostaria, mas nada assim Tony Ramos.
4- A barriga irrompe assustadoramente do corpo, como os invadidos pelo Alien na cena imediatamente anterior ao aparecimento da criatura. No meio do ano estava quase sem barriga, mas calhei de passar 15 dias em São Paulo. Aí, sinceramente, fudeu.
5- Pernas, para que te quero? Continuam grossas, dos tempos do futebol de praia. Mas brancas demais, além de terem perdido a elasticidade completamente. Meus passes de calcanhar talvez não dessem certo. A idade começa a abrir suas asas negras.
6- Os pés. Putz, as unhas estão compridas. Bom, mas pelo menos esse é um problema mais solúvel, mais rápido de resolver. MAS, CACETE, COMO EU VOU ALCANÇAR ESSAS MALDITAS UNHAS DOS PÉS????


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