19 novembro, 2001

Trip
Comprei a Trip que está nas bancas, com a Fernanda Chuquer na capa. Tem uma entrevista razoável com o traficante Marcinho VP, preso em Bangu 1 - digo razoável porque eles tiveram que fazer as perguntas antes, por escrito, mediante o que negociaram com o advogado. Agora, a grande pérola é a matéria com o juiz mais jovem do Brasil, um cara de Sampa, de 23 anos. Nem lembro qual o tribunal e a vara dele, mas decorei a seguinte frase, quando perguntado sobre a posição dele em relação à descriminalização da maconha: "Sou contra a descriminação, e não acho que vá acontecer. Não é possível descriminar uma coisa que comprovadamente faz mal à saúde".
Opa, peraí. Não sou dos que lutam pela descriminação, até porque não sou consumidor da droga (acho sinceramente que nessas questões polêmicas as pessoas interessadas é que têm que tomar a frente). Sou a favor da descriminação, porque seria um passo para diminuir a violência dos morros e a corrupção policial.
Agora, bem que alguém podia avisar ao novíssimo juiz que o argumento dele é meio esquisito. Pô, alguém já foi enquadrar a Phililp Morris, a Souza Cruz, a Seagram, a Brahma, a Antártica, o McDonald´s, o Bob´s e todas as fabricantes de pastelzinho frito? Afinal, "comprovadamente" esses fabricantes todos vendem produtos que fazem mal à saúde. E nem por isso geram polêmica...