A bolsa ou a vida
Estou concorrendo a uma bolsa da Vivo, a operadora de celulares. Este, aliás, foi o motivo da minha ida à FLIP, em Paraty, o principal, e até a ida, o único motivo de eu pedir folga no jornal para viajar. Tinha que assistir a três aulas da oficina do escritor amazonense Milton Hatoum, e um mês depois entregar um projeto e um trabalho literário - ambos integrados. Assim foi feito, agora esperarei outro mês pelo resultado.
São 50 concorrentes a duas bolsas. Chances reduzidas - claro. A maioria dos caras parecia ter experiência em literatura, embora eu não saiba bem o que seja isso. Conheci duas pessoas lá (um cara e uma garota), que se conheceram também por lá, e volta e meia eu parava perto e os trechos de conversa não mudavam:"Gosto do Caetano como proposta estética...", "Meu interesse é pela linguagem..." ou "Com ênfase em latim" eram as frases que impediam este aqui de participar de qualquer coisa. Me senti sozinho. Ninguém para comentar as frases "O Jean é uma merda" ou "Por que o Parreira leva o Cris?". Ou mesmo alguém para conversar sobre o chope do Picote, sei lá.
São 50 concorrentes, mas sei que pelo menos dois estão bem na fita, e são logo um casal: Alexandre Inagaki e Suzi Hong. Mas vamos ver se rola uma escolha de Sofia do destino, e um dos dois fica de fora para eu entrar. Que maldição, apenas duas bolsas. Mas ainda é melhor do que nenhuma. Não tenho registro de alguma empresa privada de uma área que não tem PORRA NENHUMA a ver com literatura ter investido em bolsa para escritores. Nesse ponto, a Vivo mandou bem, Claro. Ops. Foi mal.
Se eu fosse usar dessa brincadeirinha, dispararia: bolsa da Vivo, é Claro que eu não vou ganhar. Mas nem acho tão claro assim, apesar de me sentir meio Ponte Preta nesse campeonato, diante de times com tradição. Ou meio Guarani.
Se eu ganhar, pingam, ao longo de oito meses, dois mil pacotes na minha conta. E rola a perspectiva de publicação da obra. Que já tem nome: Santa Bárbara e Rebouças.
Querem saber sobre o que que é o livro? Então torçam por mim. Prometo que, desses dois mil caraminguás, pelo menos 200 paus vão para as torcidas organizadas, que nem no Flamengo.
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