03 abril, 2003

Citação tardia, mas necessária
E Luiz Hagen nos deixou. Calma gente, o cara não morreu não. Ainda. E apesar de tudo. Ele apenas terminou o estágio dele no jornal e teve que sair fora - depois de um ano e meio ralando jornal/faculdade, quando o cara consegue o diploma ele tem que sair do emprego.
O diploma deixa o cara desempregado. Sei lá, fiquei repetindo essa frase umas dez vezes. Sim, eu sei, é isso mesmo, não pode ficar trabalhando como estágiário depois que forma, e tá certo, juridicamente e até moralmente.
Mas a frase não deixa de pipocar na cabeça.
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Voltando ao Hagen, é claro que o maluco faz falta lá na redação. Até porque era indiscutivelmente o mais louco dos repórteres. Quando ele sentava para escrever um texto apurado por ele, era show, tinha uma visão de um ângulo diferente das coisas. E ele no blog escreve bem pra caramba, tanto que chama a atenção do público feminino, ao qual ele enrola há mais de um ano, desde que ficou solteiro.
Só tem um porém: o doido está cagando e andando para acentuações, vírgula, ortografia. Por mera preguiça mesmo. Ele sabe, por exemplo, que ao se referir ao passado, se escreve há três anos. Sabe, que eu sei. Mas ele vai e escreve a três anos.
As maiores roubadas caíam no colo do cara: coberturas especiais de matérias com patrocinador ou onde o jornal era parceiro, enfim, aquelas coberturas que o jornalista já rodado chama simplesmente de "pica". E mandava bem, dentro das limitações de estrutura. Só que ele sempre alternava a seriedade no apurar e escrever profissionalmente com algumas tiradas alucinadas, citações do Homer Simpson (é disparado o maior compilador de idiotices do Homer em todo o mundo). Isso no dia a dia. Sem falar que quando o jornal mandou o cara para Santa Catarina para trabalhar, ele nem se esquentou: fez lá a cobertura dele e colocou os bastidores DELE no blog, na INTERNET! Ai neguinho podia acompanhar o Hagen no jornal e depois saber o que o doido fez na noite....
Por essas e outras, pelas diversas programações noturnas que me faziam perguntar "como ele consegue ganhando menos do que eu?", por vários momentos de porres homéricos, é que o cara vai fazer falta, como já está fazendo.
E assim se separam os sujeitos, os amigos, os conhecidos - porque "é assim que tem que ser".
Que o desemprego desse doido seja curto, é o que eu posso desejar.