12 março, 2003

Pela manhã
Ainda com sono, e depois de acordar pela terceira manhã consecutiva antes das oito devido às marteladas intermitentes da obra do vizinho, liguei a TV para dar uma olhada no noticiário. Me arrependi - faz você começar de mau humor o dia.
Não é mole ligar a Globonews e ver Tony Blair AO VIVO direto da House of Commons em uma sessão onde ele tenta aprovar a guerra. Não cabe a mim julgar o mérito dessa guerra, até porque não estou devidamente informado. A princípio, sou contra toda guerra, mas não sei o quanto eu seria se os caras de turbante toda hora ameaçassem despejar um Boeing em prédios onde eu poderia estar trabalhando.
Tudo bem, se resolverem jogar um Boeing lá na Cidade Nova, azar o deles. O avião já de primeira terá rodas e calotas roubadas antes de chegar ao solo, já que aquela região da cidade anda cada vez pior.
Independente da conclusão ou não sobre a guerra, foi incrível ver que ainda há espaços para gargalhadas na tal casa inglesa - Blair parecia, na verdade, estar contando um "causo" muito engraçado, em determinadas horas.
Pulei para a Bandeirantes.
A bela Olga Bongiovanni (algo contra ver beleza em mulheres acima dos 35 anos?) ouvia notícias oriundas da minha terra pré-natal (meu pai era de lá), a Bahia. Empresas de segurança privada já somam um contingente comparável a um exército paralelo em Salvador. A reportagem mostra os treinamentos (com armas, artes marciais, etc) e revela que com a falência de uma empresa de segurança os moradores do prédio que a contrataram é que pagaram o pato: arcaram com os custos da indenização, mais de R$ 150 mil.
Mas a melhor parte vem agora.
Close no presidente do Sindicato das Empresas de Vigilância. Problema abordado: entre as empresas, há muitas que são clandestinas, e assim escapam do controle rigoroso do órgão responsável (que é vinculado à PF), cujo delegado é igual ao Martinho da Vila. Frase do presidente do sindicato (com sotaque): "É defícil fiscálizá as clandéstínas porque não é fácil localizá-las".
Corta para a fachada do prédio, voz em off do repórter: "Aqui no prédio do sindicato das empresas, os vigilantes que ficam do lado de fora são de uma empresa regularizada e os do lado de dentro são de uma empresa clandestina".
Dá vontade de colocar aquela vinheta da Copa, "BRA-SIL-IL-IL".