18 dezembro, 2002

Roubada 2002
Li esse texto abaixo no blog do Maggi e pensei em lançar o concurso, através dos comments daqui: qual a grande roubada de 2002? Quem quiser descrever em crônica, pode enviar para mim. A roubada será publicada aqui.
Leia agora, esse texto mais que dramático:
Quando cheguei à Marina da Glória eu já sabia que estava indo para uma roubada. Aliás, sabia disso desde que Valente me chamou para ir a uma festa em um barco (primeiro indício da roubada), pagando 30 real e com comida e bebida liberada. O pessoal da tecnologia do Globonews.com ia em peso (segundo e fortíssimo sinal de roubada). Mesmo assim acabei indo. Afinal, pensei, nada pode ser pior que ficar em casa sozinho comendo pizza e trocando de canal a procura de algo bom na TV. Eu estava errado, muito errado.
Quando avistamos o barco, nem quis acreditar que era naquilo que iríamos singrar as águas da Baía da Guanabara. André (quem conseguiu convencer todo mundo a ir) foi se informar. Ficou uma hora conversando na entrada do barco, nos ignorando. A turba já começava a procurar paus e pedras para começar o linchamento. No final, o barco era aquele mesmo. Embarcamos e eu fui logo atacar a comida (não tinha jantado e queria fazer meus trinta real valer a pena). Só pãezinhos e pastinhas. Como a fome era negra, fiz logo uns cinco big sandubas.
Para beber só cerveja, em tanques espalhados ao longo do barco. Pelo menos tinha muita cerveja. Fomos todos para a proa, sentar e beber.
O som ainda não estava rolando porque é proibido dentro da marina. Depois de várias horas, finalmente zarpamos e após algum tempo, começou a música. Teria sido melhor se não tivesse começado.O pior do bate-estaca começou a rolar enquanto o barca ia em direção à ponte Rio-Niterói. Quanto ao público, composto basicamente por casaizinhos, garotões metidos a playboys, algumas gatinhas, e algumas pegáveis. Ou seja, desisti logo de qualquer esperança de azaração. Festa em barco tem o problema de não poder ir embora, mas também tem o problema de você saber que não vai chegar mais ninguém. Sem qualquer chance alguma mulher interessante aparecer no meio da noite.
Ah, outro problema: o banheiro. Você já viu o banheiro de um veleiro? Se não, nem queira. E para piorar, sempre tinha filas enormes. Cogitei seriamente de usar a baía como privada, mas fui dissuadido.
Nisso, o barco já tinha passado por debaixo da ponte, feito a volta e rumava para a Urca. E foi lá o que estava ruim ficou péssimo. O DJ resolveu nos presentear com uma sessão de axé, seguida de muito funk. Pelo menos dava para rir da galera do suporte mamada dançando e cantando todas as músicas. Com coreografia ensaiada.
Às 4h da matina, estava desembarcando, pensando no que eu tinha perdido de bom na TV.