14 abril, 2003

Um domingo perfeito
Difícil um domingo ser melhor. Encontrar com Marcele na casa do dono da birosca, ir de carro com o Maggi pro Maracanã, sem problemas de engarrafamento e sem correria. Estacionamos num lugar perto e tranqüilo, compramos ingressos para todos sem fila e sem tumulto, subimos a rampa, encontramos excelentes lugares, lanchamos.
De repente, aparece no placar: Vitória 2 x 1 Vasco - todos se levantam e festejam, alegremente. O time entra em campo, alto astral na área, Índio, ex-atacante, sendo homenageado. Logo está dois a zero. Eu estou ao lado dela e meu time está ganhando - puta que pariu, não quero mais nada na vida.
Segundo tempo, meu lateral dá um lençol dentro da área, esculacho. A torcida, feliz, emocionada, começa a gritar "é chocolate", logo depois de ninguém menos que Fábio Baiano dar um lençol de lambreta em Zé Carlos e entrar para a história do Maracanã. Eu abraço Marcele, e a nossa vida ali é boa, tudo parece estar resolvido, tudo parece ter dado certo - os salários baixos que ganhamos, as incertezas, nossas ansiedades, tudo isso parece sumir, por um momento, quando Fernando Baiano dá um chute de cabeça e determina 4 a 1, esculacho, chocolate, massacre no Maracanã, com direito a lambretinha, lençol dentro da área, caneta de Athirson, toques de calcanhar, enfim, barba, cabelo e bigode.
Eu e Marcele estávamos para sempre vingados, daquele 15 de março, aniversário dela, em que o Flamengo perdeu vergonhosamente. Depois, comemorações no Puebla Café, todos brindando com frozen margaritas e beliscando uns nachos. Um domingo perfeito, simplesmente perfeito. Me arrependi de não ter jogado na Mega Sena.