03 março, 2003

Ah, a informalidade...
É um contraste: a onda privatizante veio acompanhada da assepsia, da estética pós-moderna, da padronização, da tal qualidade total, coisa chatérrima para quem fornece e um porre para quem recebe e não fica satisfeito nunca.
No Metrô, nesse Metrô novo do Rio, de estações modernas, serviços de marketing, cartazes, merchandising, não é diferente. Só que no Brasilzão véio de guerra sempre tem aquela "janela" para a barbárie, aquela brecha por onde entram o jeitinho brasileiro, a malemolência carioca e a improvisação dos preguiçosos, relaxados e desleixados.
Por isso, lá na Estação Botafogo, ao lado da Voluntários, na calçada da esquerda, pode-se ver uma folha de caderno, rabiscada a caneta Bic, pregada na grade da estação com fita durex:
METRO, SÓ NA RUA SÃO CLEMENTE.
Nem o acento circunflexo se salvou. É de tirar o chapéu. Ou o chapeuzinho, como a gente chamava o circunflexo na infância.
Depois o Cesar Maia quer multar erro de português....