A vida, como ela seria
O ano de 1998 costuma ser lembrado por mim e por alguns amigos como o "Ano da Graça". Foi um ano de muita festa, porres históricos, amores e amizades sendo construídos, momentos que a gente conta até hoje. E me lembro que aquele ano começou com uma grande festa no Alto de Laranjeiras, em uma casa com piscina. Para mim, aquela festa começou um ciclo, que se prolongou até 2002, com mudanças que afetaram a todos.
No domingo passado, como se fosse em um filme, o ciclo se encerrou, com outra grande festa, desta vez no Alto da Boa Vista, também em uma casa com piscina. Mais uma vez fiz a reflexão:1998 foi um ano bom, em que o Brasil quase foi penta, eu quase namorei, alguns amigos quase idem, mas ficou tudo no quase. Já 2002 foi o ano em que se concretizaram a maioria dos sonhos de 1998. O Brasil foi penta, e o ano terminou com um casamento, um grande e maravilhoso casamento, emocionante como poucos que eu já vi.
Me veio esse sentimento de estar em um fim de filme, ou em um começo. Estavam quase todos lá, como personagens principais de várias faces da nossa história. Uma cerimônia com música, e depois da cerimônia, uma festa com as músicas que marcaram esses quatro anos, inclusive "Candy" e "Roadhouse blues". Ah, e "L.A. Woman", que encerrou a festa de 1998 em grande estilo, com pessoas dançando até deitadas.
E eu estava lá, ao lado da minha companheira, que eu tive a sorte de encontrar em 2002. Uma sorte indescritível, para um cara que, apesar de já ter namorado bastante, não é exatamente um sucesso com as mulheres. Mas a encontrei, o que me fez ver que 2002 não teve "quase". Para ninguém. Pelo bem ou pelo mal, as coisas aconteceram - até mesmo males que vieram para bem, como muitos que perderam empregos malfadados.
Ver todos os personagens, bem vestidos, de terno e gravata, depois todos bêbados, numa felicidade rara, foi espetacular. O casamento, claro, eu não digo de quem foi, porque não é legal - os noivos não podiam chamar todo mundo que queria, assim exatamente como acontece em qualquer casamento caro. A cerimônia em si foi algo indescritível. Ao invés de músicas sacras, "Você é linda" foi a trilha sonora para a entrada de uma noiva aos prantos. Um momento único, que todos viveram ao mesmo tempo. Como se não houvesse tempo por uns minutos.
Sim, esse foi o ano de 2002, que acabou ontem, no domingo 22 de dezembro. E, como já citei o lugar-comum de que a festa parecia o final de um filme, vou enveredar de vez pelo chavão e citar outro filme para definir este ano que passou: 2002 sim, foi o primeiro ano do resto de nossas vidas.
Que sejamos felizes, pois. É nossa obrigação e nosso motivo maior.
Até 2003.
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