Mate-me ou acorde-me por favor
Sim, alguém precisava me fazer acordar, porque se alguém me perguntar se a festa Mate-me por favor foi boa, a minha resposta será: "Não tenho capacidade para avaliar". Primeiro, porque algumas doses de uísque me fizeram terminar a festa com seqüencias violentas de "Song 2" (Blur) "Lounge Act" (Nirvana), "Smells like teen spirit" (idem), "Born to be wild" (Steppenwolf) e "Papa don´t preach" com a filha do Ozzy. Depois, porque Marcele ficou do meu lado o tempo todo, e quando Marcele está perto de mim até mesmo sessões de "Berlim Alexanderplatz" comentadas por um crítico de cinema de hora em hora se tornam algo agradável. Logo, não sei se a festa foi boa, mas sei que foi um sucesso - pista cheia, neguinho enlouquecendo, homens pegando mulheres e vice-versa, rock and roll regendo tudo. Fico pensando no que seria da humanidade se não fosse o rock and roll - quantos adolescentes complexados não teriam onde descarregar suas energias e se transformariam em adultos doentes, quantas pessoas na fossa não teriam como berrar, expulsando seus demônios, quantos sujeitos não teriam razão para viver em torno da música.
Vários delírios: primeiro, me lembro de ter inventado de apresentar uma de minhas melhores amigas para o meu amigo Hagen. Ele tinha gostado de um texto que enviei semana passada, perguntou quem era a autora, e por coincidência a autora apareceu na festa. Os dois jamais tinham se visto antes, puxei os dois para o mesmo lugar, se entreolharam sem entender nada, e aí eu disse, "Fulana, ele adorou seu texto, Luiz, ela é a autora, etc". Aí fiquei esperando para ver se ia rolar alguma coisa, mas o placar acabou o mesmo de Flamengo x Juventude: 0 a 0; depois, descobri que o Hagen sequer estava com a idéia de azarar alguém, pois estava no mesmo estado mental de Paul McCartney ao escrever o Álbum Branco dos Beatles. "Ela conhece uma mulher que trocou minhas fraldas", me disse em dado momento.
João Marcello Erthal apareceu lá no horário pós-pescoção do JB, Marlos estava lá acompanhado, Edmundo e Viviane foram dos primeiros a chegar, Alexandre Lalas estava endiabrado. Fiquei especialmente feliz ao ver meu amigo Carlos Braga chegar com a Elis - figura supergente boa que partilha da minha admiração pelo eterno Rei Elvis. Maggi também chegou, bem a tempo de me ver colocando "Freedom", do George Michael, e "It´s raining men". "Porra, que viadagem é essa?", foi a pergunta inevitável. Como consumidor, Maggi estava certo...Mas o problema é que o sucesso de qualquer pista depende da animação das mulheres, e elas adoram "Freedom".
Pintaram também Fábio e Flávia (mais um casal Flamengo x Vasco), Monica e amigas, e uma galera trash do LANCE, que apareceu lá por volta de quatro da manhã. O público foi em torno de 128 pessoas, um bom público para aquele espaço da SPIN (Rua Teixeira de Melo, 21), que me pareceu um lugar realmente legal, onde é possível fazer vários eventos.
Mas o próximo já tem data: a festa MATE-ME POR FAVOR do dia 6 de setembro. Aguardo vocês lá.
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