19 junho, 2002

Como fazer um cheque voar
Só agora eu entendi como um cheque pode ser voador. Acreditem, ele voa mesmo. Dei um cheque no dia 30 de maio que foi apresentado e reapresentado na minha conta esburacada e aí começou seu vôo alucinado, que dura até hoje. Assim que soube do problema com o cheque, corri atrás do nome anotado no meu canhoto para resgatá-lo e resolver o problema. O cheque não estava com a pessoa pra quem passei. “Ih, eu repassei seu cheque, talvez no posto de gasolina”. Pronto, irada, puta da vida, fui ao posto de gasolina, liguei dez vezes para o gerente e nada, o cheque não estava lá. A única solução? Fazer uma microfilmagem. Depois de uma semana de espera, chega o documento. Está lá o nome do safado que depositou duas vezes, sem me ligar: Edson “qualquer coisa” Martins. Agora tenho que localizá-lo (sem xingá-lo). Banco Bradesco lá na Barra – imagina se ia ser um banco aqui no Centro da cidade. Ligo pro Bradesco, deixo recado, e nada. Entro em contato com o primeiro cara para quem passei o cheque e informo o nome do cidadão. “Ah, claro, conheço o Edinho”, e me dá o telefone. Ligo setecentos e vinte vezes pro cara, preciso do cheque, e já não me importo se meu nome está no Banco Central ou não, o problema é eu ter que quitar todas as dívidas que tenho no banco, inclusive a do limite do cheque especial por causa de um cheque voador. O cara não me retorna, até que hoje eu consegui falar com o cara. Ufa. É por isso que eu não sei falar de política...porque sinto muita raiva.