29 abril, 2002

Não é meu
Ao seu lado queria pessoas que pensassem na palavra e no seu paradoxo, na doença e no mal voluntário, no sangrar e no cair, nos líquidos e na insensatez. Se pra tudo o que precisava dizer escolhia palavras é porque elas não serviam de nada. Palavras são para serem ditas como a comida que se come ou o acordar de todo dia, ela acreditava. Sabia que estava vulgarizando-se mas ela queria ser natural como seus sonhos e seu olhar. Ela queria emoção na construção das frases e simplicidade no sentir.
E eu que já não sinto nada, assusto-me neste espaço com tanto dela.