16 abril, 2002

No meio-fio

Na hora do almoço me deparo com o caos no Centro da cidade: engarrafamento, calor, apitos, Avenida Rio Branco interditada. Alguém me dirá, "mas ô Alessandra, desde quando o Centro da cidade não é um caos?". Balanço a cabeça, digo "tudo bem" concordando, e prossigo. Alguma passeata? Mais a frente, dezenas de pessoas paradas olhando para cima. Um camelô grita "ih, o maluco pulou!". O corpo de bombeiros está ali. Alguém se jogou? "Afinal, qual é o motivo dessa confusão?", pergunto a um vendedor de refrigerante. "A queda de um bloco de cimento daquele prédio ali", ele aponta. Parênteses para uma informação irrelevante: eu já trabalhei neste prédio. Esse mesmo ambulante me disse que pelo menos umas quinze pessoas foram atingidas e me mostrou o buraco entre os andares...hum, é muito alto. Considero que ele exagerou, não pode ter caído aquele pedaço todo. Chego mais perto e constato que o menino estava certo. Está um sol estupendo. Estamos andando no meio-fio. Há uma outra opção, também, para fugirmos desse caos. Mas é mais cara.