22 novembro, 2001

Neurose de fim de ano e saudades de Morro Azul


Sempre quando chega essa época do ano, novembro, dezembro, Natal, Ano Novo, sinto uma vontade desmedida de morar naquele que foi o “meu” Sítio do Pica-Pau Amarelo. A casa da vovó e do vovô, com abacateiro, mangueira, patos, galinhas, abóboras, muitos coelhos, friozinho para dormir, sapos, banho de mangueira, jogo de futebol, morcegos, doce de abóbora, televisão em preto e branco e irmãos, muitos irmãos para brincar.
É uma neurose minha. Das brabas. Estamos no final do mês de novembro, as ruas já estão meio enfeitadas para o Natal, o prédio onde trabalho já exibe sua monstruosa árvore, as lojas estão com seus enfeites e junto desse movimento compra-não-compra, temos o calor. As pessoas circulam segurando sorridentes seus milhares de embrulhos, vendedoras tentam nos seduzir “compre, compre, compre”. É nessa hora que me vem um bolo na garganta, deve ser nervoso, vontade de parar tudo e fumar um cigarro, sair dessa cidade neurótica onde não sinto o tempo passar e ir para Morro Azul. Para quem nunca ouviu falar desse lugar, informo: Morro Azul fica perto de Paracambi e o sítio fica a 3 km do lugarejo. Já nem sei se ainda é o lugar que eu imagino. Talvez esteja modernizado, estrada asfaltada. Desde que morreram, existe um inventário e um casal de caseiros felizes desfrutando o lugar e casa. Ainda bem.