02 junho, 2002

Almost Famous
Recebi do camarada Augusto Sales o email com o texto abaixo, dando conta de que já estou começando a ficar meio notório nas paradas. Vou começar a dar palestras sobre o tema qualquer hora dessas:
do Digestivo Cultural
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=564

Eu não queria estragar a nossa amizade...
Ninguém gosta de levar um fora. Treinar cuidadosamente uma chegada, e levar um tôco da menina. Faz mal para o ego e para a auto-estima. E se tem uma coisa mais enervante do que o decidido e bem pronunciado não, é quando ela te dá condição, abre espaço, te ouve atentamente, e só depois corta. E, obviamente, o de campeão na categoria crueldade ao cair da madrugada é, indubitavelmente, aquela frase: "eu pensei que a gente era só bons amigos..."
Gustavo "Gustones" de Almeida dedicou uma seção inteira da revista eletrônica Falaê! à essa triste modalidade de encerramento-de-namoros-que-nunca-houveram, com o inspirado nome "Te Vejo como um Amigo - a frase que estragou nosso verão". A seção aceita colaborações de leitores, na tardia oportunidade de um desabafo pessoal, de lavar a mágoa em lágrimas ou ao menos de trabalhar o recalque de uma maneira literariamente criativa (o próprio Gustavo tem sua versão pessoal desse tema). Solidariedade é o melhor que se pode prestar às vítimas dessas tristes histórias de desilusão, como aquela joaninha que quase acaba afogada...

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Bom, eu não lembro de ter colocado versão pessoal, mas deve ter lá algo, quem sabe...
Sei que a mesma seção que eu e o Augusto criamos foi citada dia desses na Trip, o que para mim é uma grande honra, haja vista que trata-se da revista com o melhor jornalismo brasileiro na minha opinião.
Me lembro de ter sido educadamente criticado por mulheres ao criar esta seção "Te vejo como amigo" (que hoje tem um nome melhor, "Frito na hora" - não come agora e nem embrulha...). Educada e sutilmente criticado. Talvez tenham pensado que seria apenas "recalque", como cita a nota acima.
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A verdade é que a primeira intenção ao criar esta seção foi homenagear a amizade e a lealdade - e não poderia fazer homenagem melhor do que lutar para impedir que seus santos nomes sejam usados em vão. Em suma: não deixar que as mulheres rejeitem determinados homens usando para isso o argumento da amizade.
Sim, na minha modesta opinião - e na de muita gente - a rejeição nesses casos é 90% por causa de um motivo muito mais simples: falta de atração. Só isso. Acho uma coisa razoável, tão razoável que me assusta alguém dizer que "não pode virar amigo senão perde a chance".
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Ou seja, não podemos conversar direito, tratar direito, nos relacionar como pessoas normais com as mulheres, porque senão corremos o "risco" de "não pegar".
Bom, eu prefiro correr o risco, porque se eu criei o "Te vejo como amigo" é porque no fundo tenho uma utopia: o de sempre ver homens e mulheres que se conhecem ficando juntos, se unindo, se respeitando. Para mim sempre foi assim - não consigo deixar de criar amizade por mulheres, mesmo desejando-as. Acho incoerente.
Tudo bem, muitas vezes eu noto que eu assusto (em vários sentidos) - algumas mulheres que conheci falam a palavra "amigo" de cinco em cinco minutos como a dizer, "olha, eu acho você legal, mas nem pensar". Dá vontade de publicar um aviso: "meus amores, não se preocupem, não terei mais desejo por vocês e toda minha afeição será canalizada para uma iguana"
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E que me perdoem se eu gero afeição por vozes de mulher falando comigo, se eu crio sentimentos por olhos de mulher, se aparecem vertigens por causa de seus perfumes, se eu simplesmente fico sonhando com aquelas que me mostram algum tipo de arte simplesmente ao existir. Sou assim mesmo, não tem jeito. A solução é evitar o convívio - mas, pensando bem, vale aquela do Barão: eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim, a não ser a mim, a não ser a mim.
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Um bom início de semana. É tempo de Copa. Depois cliquem lá.