Três dias
Três dias de folga.
Bom para dar aquela parada, pensar as coisas, lembrar do que se fez.
Pensei no Falaê, site que tá sem atualizar há um tempão, mas porque o dono anda numa correria braba, mudanças, etc.
Pensei na já longínqua ex, e de como já vou me recuperando, a cicatriz sumiu, passaram-se meses. Volta e meia manda uma mensagem, eu respondo. Ela nunca responde. Letras de músicas, frases soltas. Talvez para tentar mexer comigo. Confesso que nas primeiras vezes conseguiu. Mas agora entrei na fase "Socorro", aquela música mesmo.
Pensei em como "A Kind of blue", do Miles Davis, é um dos discos mais perfeitos do mundo.
Pensei na Alessandra, indo para Cabo Frio no feriadão, e abandonando nosso pobre blog à própria sorte.
Pensei em Itaparica, dez anos atrás, eu bem melhor, sem a marca do estresse no rosto, bronzeado, fisicamente bem, andando pela praia, conhecendo moças de fino trato, tocando um som no violão, com a despreocupação que só os animais parecem ser capazes de ter.
Pensei no Flamengo quase rebaixado.
Pensei nos meus dramas interiores, e nos dramas interiores dos outros. Ando meio sem pensar no futuro, com uma desagradável hipersensibilidade. Chato isso. E logo quando ando tentando o contrário, ficar mais "John Wayne in some B feature flick", como diz a música do The Who. Mas é culpa da Alessandra Archer, eu tento ficar insensível, ela vem, escreve algo, e eu não consigo. Mas acho que o ideal para mim, depois desse ano que está quase terminando, é segurar a onda mesmo. Sem depressão, sem rancor, nada de excesso de melancolia. Mas sempre alerta, como dizem os escoteiros-mirins.
Pensei, pensei que pensar também cansa.
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