21 novembro, 2001

Silêncio

Às vezes, fico silenciosa e com vontade de usar a palavra sometimes. Mas depois vem um crepúsculo - palavra que por si mesma cresce como um filho pequeno e feliz – e eu sento e recomeço minha investida diária para não silenciar. Tentar fazer um pouco de barulho nessas cabeças um pouco confusas que são as das pessoas e inventar coisas. E lembranças. Mas começam a me interromper. Ora o telefone, ora o meu recém-nascido vizinho, ora o Billy Negão, miando. Tento terminar o rascunho de ontem no trabalho, nos meus espaços de ócio, mas eis que logo hoje fico muito ocupada. Preciso parar, respirar, estar sem muitos pensamentos na cabeça e com silêncio ao meu redor.
Na verdade, o barulho é a desculpa para a minha letargia.