11 novembro, 2001

Mesas redondas, cansaço e um leve tédio na alma
Acabou o plantão, jornal fechado, já pedi um táxi, estou indo embora.
Não era uma boa sair hoje mesmo, é melhor ficar em casa. Mas não me recusaria a tomar um vinho, comer algo prazeiroso, só para sacudir um pouco a alma, agradar a mim mesmo um pouco. A vida é um conjunto de sensações, temos que saber administrá-las para que haja equilíbrio. Por exemplo, se eu ficar com a Ellen Roche ou a Luize Altenhoffen por um dia, não compensa se eu passar um mês trabalhando em São Gonçalo às sete da manhã (horário de entrada), e pegando engarrafamento na ponte todo dia.
O contrário também vale - se o cara estiver meio sozinho, ele tem que se cuidar bem. Sozinho e ainda pegando engarrafamento, aí já é demais, né?
E é exatamente por ter me sentido um pouco só nessa noite de domingo que eu gostaria de tratar bem meu paladar, sei lá. Ver a chuva (pesada) que cai sobre o Rio neste momento. Tudo para ter boas sensações.
Boa noite. Chegou o táxi.