08 novembro, 2001

Here, There and Everywhere
Aqui, os sonhos estavam em preto e branco, depois que ela se foi, e uma vez lá, se foi mais ainda. Lá, ficou apenas um arremedo de esperança, como aquele que os mortos cultivam regando com lampejos de amor, enquanto ainda não tomam consciência de seu estado perene. Em todo lugar, pessoas que vêm e que vão, mas nenhuma como a daqueles dias de dezembro.
Aqui, os dias de inverno se coloriram, e ela continuava ida, ou gone, ou lá pelo topo da memória, não como um fantasma, mas como um ser sempre vivo a habitar meus melhores pensamentos. Lá, eu via sempre um brilho do outro lado da noite, para onde eu só poderia se eu enfrentasse mil quimeras de nossa - minha e dela - própria criação. Em todo lugar, nada ficava tão claro em nossas mentes quanto em nossos corações.
Aqui, me assustei com o fim do mundo que se anunciava, e pensei em quem estava lá, um pouco longe, mas muito perto de onde eu repousava. Lá, o fim do mundo ainda não chegava, e ela escrevia suas linhas de amor que eu injusto não entendia. Em todo lugar, aqueles retalhos que pareciam não se emendar, mostravam cores, formas, tons, sons e pensamento.
Aqui, lá e em todo lugar, tudo ficou mais claro no coração das dúvidas, e eu me enfraquecia para que pudesse ficar mais forte. Para ela? Quem sabe?
Here, There and Everywhere, a música continuava. Enquanto soubéssemos que os dias tinham fim - enquanto descobríssemos que, por isso mesmo, tinham começo.
Para Boooooom