27 outubro, 2001

Paulinho da Viola
Volta e meia digo por aí em alguma mesa de bar que o Paulinho da Viola é o maior gênio e poeta da nossa música, sem falar em suas interpretações espetaculares, comoventes, quase santificadas. Acho isso uma verdade praticamente impossível de ser contestada, e se alguém quisesse me processar por essa declaração, eu mesmo me defenderia no tribunal. Qualquer júri do mundo me absolveria por todos os votos menos um (afinal, unanimidade é burra). Esse um seria algum poeta que vê nos 'inhançãs-porãs-magalamabares-obaloês" de outros compositores uma suposta genialidade maior.
Como principal argumento de defesa eu colocaria Não é assim, do segundo disco dele pela gravadora Warner, A toda hora rola uma história, recentemente relançado em CD daquela coleção organizada pelo titã Charles Gavin.
A letra:
Não é assim
Não é assim que se faz
É melhor dizer a verdade
Tudo não passou de um sonho
Não quero viver enganado
Houve um tempo de ternura
Quando nosso amor nasceu
Hoje eu vejo nos seus olhos
Que a flor do nosso amor morreu

Os teus olhos não escondem
Aquilo que eu não esperava
Usa de sinceridade agora
Quero ouvir tuas palavras
O teu amor em minha vida
Foi mais uma ilusão
Que tentarei mais uma vez
Na despedida
Apagar do meu coração