25 outubro, 2001

Em tempos de guerra, paz: Paz é começar a escrever um texto sem a preocupação de procurar palavras complicadas demais para dizer coisas simples. É acordar cedo e ver o azul tão óbvio, comum e tão bonito do céu da sua cidade e admirá-lo por isso. Por ser óbvio, comum e ainda assim, bonito. Paz são os verbos de ligação. É trocar palavras por melodias, por um livro ou uma tarde dormindo. É não atender o telefone aos domingos e esquecer que domingos são domingos e imaginá-los como sábados ou segundas, a menos que você goste destes dias. Tenho tanto para dizer sobre a paz e me sinto serena por não achar as definições para esse sentimento que me invade, principalmente quando tento expressá-lo.
A paz é fugidia e invisível. Não posso descrevê-la isoladamente quando hoje sinto-me por ela tomada. Será só por hoje? Preciso aproveitar. Pessoas vestidas de branco soltando pombas brancas não me trazem paz. Os pombos causam-me repulsa, ainda que sejam brancos, e a cena...é uma cena. Uma folha em branco é capaz de proporcionar-me paz. Pensar em preenchê-la, completa e tranqüilamente, sem ter mais nada a acrescentar no final, ah! que paz. Esta é a hora de deixá-los em sua companhia, porque eu já estou.